“Você aprende. Depois de algum tempo você aprende a diferença. A sutil diferença entre dar a mão ou acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança”. A citação acima é atribuída Shakespeare no poema O Menestrel. Trata-se, sem dúvida nenhuma, de uma das melhores peças que já li. Três páginas, de verdades completas desenvolvidas numa linha de pensamento muito bem elaborada. Sinceramente eu acoselho que deem uma olhada no texto inteiro. Se por acaso tiverem dificuldade em encontrar, podem enviar-me um email solicitando que terei muito prazer em enviar domingospascoal@infonet.com.br ou dpascoal@brabec.com.br Em verdade, com o tempo todos nós aprendemos as diferenças. O tempo depura, instrui, adestra, premia e penaliza, mas, sobretudo, ensina. De fato, um dia a gente aprende. Porém, quase sempre aprendemos muito depois, tarde demais, fora de todas as possibilidades de utilizarmos, nós mesmos, aquele conhecimento em nosso benefício. E, aí, nestes casos, temos grandes dificuldades de saber o que fazer com este conhecimento que, somente agora, nos parece tão cristalino, embora sempre estivesse ali na nossa cara; fomos nós mesmos quem não lhe demos ouvidos e nem importância, não escutamos a razão dos conselhos e lições recebidos dos “velhos” naqueles rebeldes tempos. Agora é tarde, o tempo só anda para a frente, ele nunca volta, passou, passou, acabou, nada pode ser feito. E reclamamos: como eu gostaria de recomeçar entendendo, no momento certo, o que agora sei! Como dito, neste momento, nos deparamos com um grande problema: o que fazer com estas informações? Como usar este conhecimento tão importante, mesmo com a data de validade vencida? Normalmente, como resposta a essa reflexão, é bom que se diga, existirão mutiplas escolhas e interpretações no modo de agir: – A primeira e mais usual, infelizmente, é aquela em que olhamos em volta e dizemos: e agora? Aprendi, é verdade. Mas, a perfeita compreensão que tenho disso tudo, nesse instante, não me serve mais de nada. Eu deveria ter compreendido isso quando tinha quinze anos. Agora lembro dos avisos, das ademoestações, das recomendações dos meus pais, dos meus professores, das normas vigentes na época que as desrespeitava sem nenhum remorso, pois me achava o maioral… O mundo e a razão, enfim, estavam gritando alto: cuidado, você deve seguir tal caminho. Mas, eu era jovem, só queria curtir, nunca aceitei que cerceassem a minha liberdade, nunca quis entender e hoje, somente hoje, compreendo. Contudo, o que fazer com essa descoberta? De nada mais adianta. Vou silenciar e, fazer de conta que ainda não entendi nada. São esses os mais compreendidos, passam ilesos pelas criticas do mundo. São eles que nem influem e nem contribuem, no entanto, não incomodam e por isso são tidos como ideais. – A segunda alternativa um pouco mais compreensível do que a primeira, porém, com efeitos visivelmente fora de foco, é composta daqueles que, a todo custo, querem consetar o mundo, com o conhecimento, somente agora adquerido. E, aí, como se achando ser os únicos sabedores daquelas novidades que, de fato, nem são tão novas assim: acreditam que já saíram da caverna e, a todo custo, querem que todos que eles acham que ainda estão lá, saiam também. Estes se tornam inconvenietes, são chatos, criam sistemas e querem que todos os escutem e lhes obedeçam. São criticados e respondem arrogantemente com frases feitas, ou com base em algo, já adredemente preparado, onde acreditam está a verdade única. – E, por último, existem aqueles que, “mesmo sabendo que nada sabem”, submetem-se a disseminar essa boa nova entre as pessoas, de maneira discreta, usando e dando bons exemplos, mostrando os dois lados da moeda e sempre apontando o caminho a ser trilhado, sem contudo, usar a impertinência nem forçar a barra, sempre compreendendo os que não os entendem. São presas fáceis da crítica e dos que se acham sabedores de tudo. Porém, silenciam, não se amofinam e continuam. Às vezes pagam muito caro por isso. Mas não param porque acreditam que todo conhecimento deve ser disseminado, na construção de um mundo melhor; que as derrotas não sepultam esperanças, ao contrário, fortalecem para novas conquistas. Acreditam que o sucesso está assentado na capacitação e na coragem de agir e de fazer sempre o melhor.
O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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