O valor do abraço

Posso te dar um abraço?

Você já imaginou chegando a uma escola pública e sendo abordado com um pedido destes, vindo, espontaneamente, de uma criança, aluna daquele estabelecimento de ensino, de oito, dez, quinze, vinte ou mais anos?

Você, certamente, iria imaginar que: ou era uma pegadinha, ou que o (a) aluno(a) poderia sofrer de algum desequilíbrio mental ou, na melhor das hipóteses, que seria uma exigência de alguma gincana, etc…

Nunca, porém, que se tratasse de uma coisa espontânea, de um hábito, ou de uma cultura diferente. 

E, neste ponto, devemos admitir, você não estaria equivocado. Infelizmente, isso para nós, seria absolutamente anormal, sobretudo, no ambiente tão desgastado das escolas públicas.

Posto que, miseravelmente, ali, a cada dia, o que estamos vendo é exatamente o contrário: alunos que agridem outros alunos; alunos que agridem professores, diretores, serventuários e as próprias instalações escolares; ou, por outro lado, professores que agridem alunos; pais de alunos que agridem professores ou outros estudantes, num desequilíbrio impensável.

Na escola, acredita-se que é um local consagrado ao culto da construção, do estudo e da aprendizagem, nunca da destruição, da violência e da estupidez.

De fato, a nossa educação, da forma como está sendo distribuída, mormente, nas escolas públicas, salvadas louváveis, elogiosas e raríssimas exceções, deveria não admitir tais comportamentos.

A busca haveria de ser pela harmonia, pela boa convivência. Costumes como abraçar, elogiar, acreditar, valorizar, cuidar do outro, da escola e da aprendizagem: zelar, colaborar, preservar…

Atitudes como essas sim, deveriam ser imediatamente implementadas e estimuladas, posto que, embora pareçam ultrapassadas, são atualíssimas e elevariam a uma melhor qualidade o nosso ensino e toda a cultura educacional.

Para minha felicidade, lendo a revista TAM NAS NUVENS, do mês de agosto 2011, encontrei uma dessas exceções, um artigo: “UMA CIDADE QUE ABRAÇA.” do Educador Rodrigo Mendes, fundador do Instituto Rodrigo Mendes que desenvolve programas de educação inclusiva em todo Brasil.

O autor da matéria como qualquer um de nós, se surpreendeu ao chegar à entrada de uma escola pública da cidade de Rio Branco, capital do Acre, quando foi abordado por uma menina de oito anos  com a seguinte proposta: “POSSO TE DAR UMA ABRAÇO?”

A princípio ele pensou tratar-se apenas de uma busca de acolhimento por parte daquela criança. Porém, ele diz: “horas mais tarde, vivenciei uma cena semelhante, mas dessa vez o abraço veio de uma professora”…

Aí descobriu que não estava num local qualquer, percebeu que abraçar é uma tradição não somente daquela escola, compreendeu que “o abraço é um hábito corriqueiro na região”.

Que belo hábito! Como seria bom que copiássemos essa ideia e desenvolvêssemos por todas as nossas famílias, nossas escolas e nossas comunidades, com absoluta certeza, mudaríamos a história.

Pois o abraço é democrático, universal e, sem dúvidas, a forma mais fácil de expressar, em qualquer idioma, aquilo que, às vezes, as palavras não têm o poder de dizer.

Através do abraço você doa e recebe, ensina e aprende, ama e é amado, conforta e é confortado, educa e é educado.

O abraço transmite e traz conforto, dar e recebe segurança, estimula a harmonia e a paz. Essa paz tão necessária nas nossas famílias, nas nossas escolas e na nossa educação.

Vamos abraçar mais, gente!

PENSEM NISSO E RECEBAM O MEU ABRAÇO.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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