Estima-se que as principais disputas que ocorrerão em breve no planeta não serão por petróleo, ouro, carvão ou qualquer outro mineral, mas, sim, por água.
Este alerta consta de um relatório divulgado pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon.
A imprensa internacional divulgou que o ator Leonardo Di Caprio, com o pretexto de proteger o planeta, economizando água, só toma banho duas vezes por semana e não usa desodorante.
Verdade ou não, devemos elogiar a sua coragem em dar tal declaração, demonstrando audácia, lucidez e desapego ao tornar públicos detalhes de sua intimidade em prol de nobre causa. Ele sabe o espaço que ocupa na mídia e o que uma afirmação dessas poderá desencadear no sentido de estimular uma reflexão mais séria sobre a essencial utilidade desse bem precioso que teimamos em não valorizar.
De fato, esse rapaz merece de nossa parte, toda consideração e respeito, pois a sua coragem ao dizer isso ultrapassa, a nosso ver, as barreiras do simples desejo político de obter sucesso midiático e imediato, como sói acontecer. Mesmo porque ele sequer se acautelou do perigo, para a sua imagem e sua carreira, inclusive afetiva, ao afirmar que praticava uma atitude que poderá ser considerada anti-higiênica. Ele estava ciente, certamente, dos prejuízos que poderia contabilizar diante das maldosas ilações que aqueles, que só vêm o lado ruim das coisas, poderiam dela extrair.
A água aqui, corajosamente defendida e, sobretudo, as manifestas possibilidades de sua escassez, é um problema muito sério ao qual, não somente Leonardo de Caprio e meia dúzia de ambientalistas, deveriam se importar. A verdade é que, de tão significante que é, já deveria ser motivo de inquietação e cuidado de todos nós que individual ou coletivamente já estamos sofrendo os efeitos de sua falta e pagando muito caro por isso.
Você, que me dá a honra de ler o que escrevo, ainda não percebeu? Gostaria de ter alguma informação sobre o que já está acontecendo pela falta de água em nosso meio? Não sei da sua resposta, não obstante, citarei algumas ocasiões em que estamos, há muito tempo, pagando caríssimo por este líquido tão essencial, repito, para a sobrevivência da vida na terra. Citarei um exemplo por mim observado recentemente e de outra fonte também.
Necessitei fazer uma viagem, e ao chegar num determinado aeroporto, como sempre faço, comprei uma garrafinha de 250 ml de água. Sabe quanto paguei por um quarto de litro desta preciosidade? R$ 5,00 (cinco reais). Incrédulo, com o preço cobrado e assustado, resolvi fazer um grotesco comparativo e descobri que a água já está muito mais cara do que, por exemplo: o leite, o refrigerante, a gasolina, o álcool e outros líquidos também muito importantes e caros que somos obrigados a consumir.
Sim, deve argumentar alguém: poxa, Pascoal! Você estava num aeroporto, lugar onde as coisas são muito caras mesmo. Concordo. Vamos mudar de local, então, uma vendinha da beira de estrada, está bem? Sabe quanto custa uma garrafinha de água com 250 ou 300 ml numa bodega dessas? De R$1,50 a R$3,00. Isto significa dizer que, mesmo numa quitanda, menos de 1/3 de litro de água está muito mais caro do que 1.000ml (um litro) de leite ou de gasolina.
Só que para obter leite, gasolina ou álcool os processos são muito mais complexos, dispendiosos e difíceis do que o de coletar e engarrafar água. Ou não? Será que estou equivocado? Aceito a sua opinião.
Transcrevo agora algo, sobre a água que inspira mais reflexão. Estas informações eu colhi de um painel afixado numa das antessalas da Companhia de Saneamento de Sergipe – Deso:
“Se toda água da terra: doce, salgada e congelada fosse dividida entre os habitantes do mundo, cada pessoa teria direito a oito piscinas olímpicas cheias. Mas, se somente a água potável fosse repartida entre estes mesmos habitantes do globo terrestre, cada um teria direito a apenas cinco litros de Água;
A quantidade de água no mundo é, praticamente, a mesma há milhares de anos. Mas, o número de pessoas que vivem na terra aumenta a cada dia, sem parar;
O Brasil tem 13,7% de toda água doce do planeta, sendo que deste total 80% está na bacia amazônica;
De toda a água utilizada no mundo, o seu consumo está assim dividido: 10% destinam-se ao consumo humano, 20% para a indústria e 70% para a agricultura;
Se toda a água existente no mundo coubesse dentro de uma garrafa de um litro, apenas meia gota estaria disponível para beber;
Como se divide a água no planeta? 97,5% são de água salgada; 2.49% estão nas geleiras e nos subterrâneos de difícil acesso, apenas, o pouco que daí sobra, é de água doce e acessível;
O estoque de água disponível no planeta é de 12,5 mil km³; o Brasil tem 13,7% da água doce do mundo;
De 1970 a 1995 a quantidade de água disponível para cada habitante no mundo diminuiu 37% (trinta sete por cento);
1,4 bilhões de pessoas não têm acesso à água própria para o consumo. Só para lembrar, devo dizer que isso representa quase ¼ da população do mundo;
A cada oito segundos morre uma criança por doença relacionada à água: como cólera, difteria, diarreia, desidratação etc;
E que 80% das enfermidades existentes no mundo, têm a sua origem na água: excesso, escassez, poluição, contaminação, etc…”.
Cuidar dessa fonte de vida é, portanto, urgente e necessário. É uma questão de sobrevivência. Temos que, imediatamente, aprender a ler os sinais, – que, convenhamos, são muito claros, – e fazer tudo o que estiver ao nosso alcance. Cada um é responsável, vamos fazer a nossa parte, contribuindo positivamente: racionalizando o uso, economizando e preservando água. PENSE NISSO.