Prefeitura amplia atendimentos na Rede de Atenção Psicossocial

 Atentar para a saúde mental deve ser um cuidado integral, junto aos demais relacionados ao corpo físico. Com a pandemia, essa necessidade ficou mais evidente, no entanto, a atenção com o psicológico deve ser mantida em todo e qualquer período. Por isso, a Prefeitura de Aracaju garante acesso a atendimentos psicológicos em diversos níveis no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial (Reaps), da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

Na capital sergipana, esse acesso começa a partir das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e alcança até mesmo atendimento remoto, para dar conta da demanda decorrente da crise sanitária que tem afetado, ainda, o emocional da população.

A coordenadora da Reaps, Chenya Coutinho, explica que todos os tratamentos ou direcionamentos são dados a partir do atendimento de base, ou seja, das UBSs de Aracaju. Hoje, são 11 as que ofertam atendimento com psicólogos.

“Algumas dessas unidades contam com psicólogos e outras com psicólogos e psiquiatras. Para as de referência, é necessário um encaminhamento por um profissional da equipe de Saúde da Família e inserir na fila de regulação do Nucaar [Núcleo de Controle Avaliação Auditoria e Regulação]. É ele quem faz a triagem e há uma classificação por ordem de prioridades, de necessidades ou urgência maior à vida da pessoa”, esclarece.

Caps

Os casos crônicos, que necessitam de um tratamento mais aprofundado, são atendidos em seis Centros de Atenção Psicossocial (Caps), unidades que contam com equipes multiprofissional compostas de psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos, educadores físicos, entre outros profissionais.

Dos seis Caps disponibilizados pela Reaps, cinco funcionam em regime de plantão 24h por dia, categorizados como tipo 3, e um em horário comercial, de segunda a sexta-feira, se enquadrando no tipo 2. Quatro destes Caps atendem pessoas em sofrimento psíquico e transtorno mental e dois atendem casos decorrentes do uso abusivo de álcool e outras drogas.

Para os casos de surtos e urgências psiquiátricas, a Prefeitura de Aracaju contratou o serviço de urgência mental do Hospital São José. O modelo preconizado na capital é ligado à necessidade de respeito ao quadro de sofrimento mental de cada paciente, na busca por reforçar os vínculos entre o serviço público e a sociedade.

“Mesmo durante a pandemia, esse serviço não parou, obviamente seguindo as recomendações de biossegurança. Algumas atividades tiveram que ser ajustadas às medidas restritivas, mas os trabalhos seguem acontecendo”, pontua Chenya.

A coordenadora da rede ressalta que, em maio, completa-se 20 anos da publicação da portaria que deu início à reforma psiquiátrica, a qual resultou na formação dos Caps, a Lei 10.216. “Lembra a luta antimanicomial brasileira. Ter um cuidado em saúde mental dentro do território é lembrar dessas lutas, sobretudo num período em que vários direitos estão sendo colocados em cheque. Então, a reforma veio numa perspectiva de não permitir a violação dos direitos humanos que havia, antes, nos hospitais psiquiátricos. Essa rede é para garantir justamente esses direitos”, ressalta.

Serviço remoto

Criando em abril de 2020, o Serviço de Apoio Psicológico funciona de maneira remota, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, por meio do 0800 729 3534, na opção dois. O serviço passou a ser ofertado, inicialmente, para trabalhadores da área da saúde, e foi ampliado para o público geral.

“Esse serviço foi criado com base em documentos e orientações nacionais e internacionais que já apontavam para uma necessidade de um cuidado prévio com a saúde mental. Até o último mês de abril, já atendeu a cerca de 5.800 pessoas. Apesar de ter sido criado para as questões relacionadas à pandemia, ele já é um serviço que vem sendo buscado para outras demandas, outras patologias, o que demonstra a aceitação da população. Ele atua em questões pontuais e a pessoa pode ligar quantas vezes sentir necessidade. É um serviço que tem se destacado e que tem sido bem aceito pela população, sobretudo porque é um serviço gratuito. Caso o profissional que atende avaliar a necessidade de acompanhamento, é indicado qual serviço deve ser buscado”, salienta.

Conforme destaca a coordenadora, cuidar da saúde mental não é só para os casos crônicos. “Vai desde pequenas miudezas de ansiedade, por exemplo. Estamos passando por um período com muitos fatores estressantes e ter essa rede estruturada é garantir direitos humanos. Cuidar da saúde mental não é na perspectiva de resolver os seus problemas, mas ajudar e instrumentalizar a pessoa a lidar com aqueles problemas de outra forma, de maneira mais saudável. Todos os serviços são para dar autonomia ao sujeito, inclusive, dar autonomia sobre os seus direitos”, completa Chenya.

Fonte: Ascom/PMA

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