A música Cabô Tristeza, primeiro single do disco Encruzilhada de Alex Sant’Anna, traz consigo um arrasto de referências africanas em nosso território de existência. A religiosidade lírica dos versos encantados, dos orixás, aparece como exaltação da ancestralidade e da necessidade de entoar cantigas que entronizem a força dos antepassados em nossos passos atuais.
Com os arranjos e teclado do maestro Ubiratan Marques, da Orquestra Afrosinfônica da Bahia, Cabô Tristeza é um gesto de olhar para trás, de saudar quem veio antes e combater esses dias incertos com música batucada nas ladainhas dos mais velhos, na reza carregada de falares africanos e ervas que nos restituem a força de combater um estado genocida e racista.
A música nasce dos combates, do entregar diário às reparações históricas, ao mesmo tempo o louvor apalavrado tenta passar pelas feridas abertas das práticas racistas e violentas uma camada fina e potente de fé cicatrizante, pois a música tem esse poder de alinhar conexões de novas perspectivas. Acabar a tristeza é saber da dor que cada um carrega, mas também oferecer raios, trovões, coriscos, ventos, braseiros e lamparinas na tarefa de iluminar os caminhos, as encruzilhadas do nosso povo.
Cabô tristeza é fecha corpo! E cada audição a batida afro pulsante irradia essa energia a todos os ouvintes! O ijexá provoca esse transe hipnótico e nem que seja por algum tempo, a vida ganha outra roupagem, pois somos benzidos, somos envolvidos por essa frequência sonora. E no final da música, não somos mais os mesmos! E se a tristeza não tiver acabado, pelo menos a dor terá sido amenizada!
Fonte: Assessoria de Imprensa
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