Dureza na China.

Leio no site http://noticias.uol.com.br/bbc/reporter/2009/01/22/ult4909u7293.jhtm, que a China acaba de condenar à morte Zhang Yujun e Geng Jinping, acusados de colocar em perigo a segurança pública comercializando leite contaminado.

 

A notícia cabe destaque, só para estabelecer o contraste entre a legislação chinesa muito rígida e rápida, comparada com a brasileira, bastante permissiva e muito lenta.

 

Segundo a informação chinesa, 21 suspeitos da contaminação aguardavam o julgamento na prisão desde setembro de 2008 quando surgiram as primeiras mortes de bebês contaminados pelo leite.

 

Se a contaminação do leite acontecesse no Brasil, – e houve uma por aqui neste mesmo tempo – em menos de 120 dias do fato, ainda não teria acabado o processo de apuração dos culpados, e mil perícias químicas estariam sendo invocadas, inclusive com a exumação dos cadáveres dos infantes envenenados.

 

Além do mais, se houvesse algum suspeito, advogados tratariam de mantê-lo em liberdade, aguardando o julgamento, por serem réus primários, terem endereço fixo e sabido, e os bons rábulas conseguiriam permissões judiciais para que seus clientes continuassem a comercializar sua proteína no laticínio, por muitos anos, até o desfecho final, no céu, quando tudo fosse transitado e julgado.

 

Isso se deve ao fato de que no Brasil a justiça é um negócio da China; aqui todos se remuneram regiamente.

 

Já na China, a justiça não é um negócio como no Brasil. Ali o cacete come rapidamente, porque em meio ao caos de 1,3 bilhão de pensantes, os processos e as querelas necessitam de respostas rapidíssimas.

 

Segundo o noticiário, esperava-se que os 21 suspeitos fossem pronunciados no julgamento desta quinta 22, mas só aconteceu o julgamento de 12 réus, os demais aguardam o resultado na cadeia.

 

Entre os 12 réus condenados nesta quinta, dois receberam a pena de morte, três foram condenados à prisão perpétua e outros seis receberam penas entre cinco e 15 anos de prisão, conforme noticiário do site BBCBrasil.com.

 

Houve, porém, uma comutação de pena. Um réu teve sua condenação à morte suspensa, o que na prática significa que ele deve passar a vida na prisão se tiver bom comportamento. Bem parecido com o que acontece em Terra Brasilis.

Entre os condenados à prisão perpétua está Tim Wenhua, a ex-chefe do conselho do Grupo Sanlu, empresa que produziu e vendeu o leite em pó contaminado, e que esteve no centro do escândalo.

 

O leite fora contaminado por uma “proteína em pó”, que era vendida num pó de melanina a uma fábrica de laticínios para enriquecer com nutrientes o composto. E o leite assim fortalecido além de matar as sete crianças, deixou outras 300 mil doentes.


O que é interessante frisar é o fato da rapidez processual, julgando tantos suspeitos ao mesmo tempo, e a dureza da pena pronunciada; a pena capital ou a prisão perpétua. Tais penas, conflitantes com a tolerância universal, evidenciam que os chineses acham a reeducação do infrator incompatível com o seu formigueiro de gente. Ali ninguém tem o direito de errar ou de errar com gravidade.

Isto, porém, vem sendo criticado pelos órgãos de direitos humanos em todos os quadrantes da terra, que preferem a justiça brasileira com excedentes momentos de ampla defesa e procrastinação de julgamentos.


Segundo a organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, a China executa mais prisioneiros condenados à morte por ano do que todos os outros países juntos. Há quem ache isso intolerável e impede, tanto aqui como lá, que o povo se pronuncie a respeito.

 

Para estes o povo jamais deverá ser consultado.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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