As araras com os trajes coloridos, assim como as maletas de maquiagem e cordéis, começaram a ocupar a praça General Valadão, no Centro, ainda no fim da tarde e, aos poucos, começava a se desenhar, no palco, o cenário do espetáculo ‘A Peleja de Leandro na Trilha do Cordel’, do grupo Imbuaça. Era o aviso de que a população teria, na noite da última quinta-feira, 23, uma mostra do talento do mais antigo grupo de teatro de rua do país, com 44 anos de trajetória.
Esse foi o cenário de abertura de mais um dia de programação do Festival de Artes Cênicas, realizado pela Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), com projetos contemplados nos editais financiados pela Lei Aldir Blanc. Até o dia 9 de outubro, dezenas de atrações circenses, teatrais, de artes visuais e música vão movimentar um dos polos mais importantes de Aracaju: o centro comercial.
Acompanhando o início da segunda semana de programação do Festival, o presidente da Funcaju, Luciano Correia, comemora o sucesso do evento. “Mais um final de semana inundando a nossa cidade com o melhor das artes cênicas sergipanas. Somando com a belíssima exposição fotográfica ‘É Tudo Fachada’, de Melissa Warwick, e as grandes atrações musicais, estamos consolidando a agenda cultural permanente do nosso Centro Cultural”, avalia.
Como adiantou Luciano, na galeria do Centro Cultural a exposição fotográfica ‘É Tudo Fachada’, obra do Festival Colora, recebe os primeiros visitantes. A artista explicou a proposta do seu trabalho. “São fachadas do Nordeste que eu comecei a fotografar em 2011. Aqui há fachadas dos dez últimos anos. Eu escolhia as fachadas que chamavam atenção pelas suas cores, pelo elemento humano que estava ali, simbolizado por algum objeto e não necessariamente por uma pessoa, como o varal, placas, pinturas, o próprio anúncio do vende-se. Cada fachada dialoga de uma forma diferente e conta um pouco do que acontece ali dentro daquela casa”, detalha.
Puxando a fila de primeiros visitantes do Centro Cultural, nesta noite, a jornalista Erika Prata se rendeu à beleza da exposição e da programação cultural. “Eu acho muito importante que esse tipo de iniciativa aconteça na cidade, porque é uma forma de valorizar o artista da terra. A Melissa é uma artista que há muitos anos é conhecida, que tem um histórico muito positivo, tem destaque na área de quem faz arte, faz fotografia. Essa oportunidade, num momento de pandemia, onde os artistas ficaram desassistidos, é muito importante. Graças à Lei Aldir Blanc e à Prefeitura de Aracaju, essa retomada da agenda cultural está acontecendo e só tenho a parabenizar”, enaltece.
Enquanto alguns visitantes se perdiam pelas fotografias da exposição, do lado de fora, pouco após as 18h, o Imbuaça entrava em cena com o seu espetáculo premiado ‘A Peleja de Leandro na Trilha do Cordel’. “É uma peça que para nós é muito cara, no sentido afetivo. Ela foi feita em 2014, e em 2015 estreamos. Tivemos oportunidade de percorrer diversas cidades do Brasil, inclusive o circuito Sesc São Paulo de Artes, trazendo o tema do cordel, essa poesia que encanta tantos e tem valor literário gigantesco. Tem 22 meses que a gente não apresentava um espetáculo e estamos muito felizes com essa volta”, comemora o ator e escritor Manoel Cerqueira.
Após o espetáculo, sem muito tempo para descanso, a plateia na General Valadão migrou para o Teatro João Costa, dentro do Centro Cultural, localizado na mesma praça, para acompanhar o espetáculo circense ‘Filhas de Peixe’, da Aldeia Escola de Circo. Do intimista palco do teatro, saiam persuasivos puxões de gargalhadas da plateia, sobretudo do público infantil, que tem se notabilizado como protagonista da primeira edição do Festival de Artes Cênicas.
Morrendo de saudade do aplauso do público, a artista Joyce Germany conta que a peça tem o objetivo de mostrar alguns movimentos circenses através de uma narrativa infantil. “A apresentação traz personagens crianças que são do circo e aparentemente têm a premissa de não gostar do circo, de ser algo imposto pela família e tal. Mas conforme elas vão tendo a vivência, da conversa com os pais, fazendo modalidades, vão gostando. É uma maneira de mostrar nossa arte para o público de maneira mais leve”, registra.
A magia da noite merecia e precisava de um toque musical. E assim o fez a banda Jazzlação Premiada, em mais uma edição do Quinta Instrumental. O projeto voltou à praça General Valadão no segundo semestre deste ano mais expressivo do que nunca, movido por artistas que transbordam ansiedade por esse encontro com o público. O sexteto desta quinta e seus instrumentos fizeram uma apresentação eloquente, prendendo o público da praça até os últimos acordes.
Programação
O Festival de Artes Cênicas continua nesta sexta-feira, dia 24. A partir das 16h, o Centro Cultural de Aracaju recebe apresentações circenses da Oficina Redes Colaborativas; às 18h é a vez da Fabular comandar o teatro, seguida da Cia de Dança Loucurarte, às 19h. O encerramento é por conta de Tônico de Ogum e Convidados com a “Noite dos tambores encantados: instrumental afrobrasileiro popular”. Acompanhe toda programação e cobertura através do site www.maratonaculturalaju.com.br.
Fonte: Ascom/PMA
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