Nos últimos 30 anos da epidemia no Brasil, já foram registrados 757.042 casos de AIDS e o Departamento Nacional de DST, AIDS e Hepatites Virais estima que devemos ter, no nosso pais, 743 mil pessoas vivendo com HIV/AIDS. São registrados 39 mil novos casos de AIDS ao ano. A epidemia de AIDS já custou mais de 278.306 de vidas – com efeitos prejudiciais em várias famílias brasileiras. Ao mesmo tempo, a resposta à epidemia gerou um movimento nacional e até global, que transformou a forma de se abordar questões de saúde e, principalmente, de sexualidade.
Embora a AIDS ainda não tenha a cura estabelecida pelo atual arsenal terapêutico e conhecimento científico, avanços têm sido observados, o que permite vislumbrar em um futuro próximo um mundo com redução dos casos da doença.
A Epidemia de AIDS está concentrada
A prevalência do HIV na população em geral no Brasil é de 0,4%, entretanto, nos grupos populacionais em situação de maior vulnerabilidade, a prevalência do HIC chega a mais de 10% entre homens que fazem sexo com homens, 5% entre profissionais do sexo e 5% entre usuários de drogas — e em vários municípios do país.
Vitórias e Desafios
Como vitórias, consideramos a importante participação da sociedade civil na luta contra o preconceito e a favor dos direitos humanos. Ainda entre as vitórias, podemos destacar a diminuição da taxa de mortalidade relativa à AIDS, a redução da transmissão vertical do HIV e a ampliação da oferta dos testes rápidos para diagnóstico precoce do HIV. O Brasil é hoje um dos dez países do mundo, e o único da América Latina, a adotar todas as novas tecnologias de prevenção como a recente ampliação do tratamento aos adultos com testes positivos de HIV, mesmo sem comprometimento do sistema imunológico.
Como desafio ainda tem a necessidade de eliminação da transmissão do HIV da mãe para o filho, que continua ocorrendo em alguns estados do Brasil. Os maiores aliados da AIDS são ignorância, preconceito e discriminação. Temos que cada vez mais, combater as atitudes de discriminação, colocando em prática, a Lei 12.984 de dois de junho de 2014, que define o crime de discriminação às pessoas que vivem com HIV/AIDS.
Precisamos provocar mudanças de contextos políticos nos municípios, que limitam ou impedem avanço de estratégias direcionadas à prevenção do HIV para populações em maior vulnerabilidade e risco. Os municípios brasileiros são atores-chave que podem acelerar a resposta para, finalmente, acabarmos com a epidemia de AIDS.
O Ministério da Saúde pretende cumprir, até 2020, a meta estabelecida pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) e pela Organização Mundial da Saúde, conhecida como 90-90-90. O objetivo é testar 90% da população brasileira e, das pessoas que apresentarem resultado positivo, tratar 90%. Como resultado, conseguir que 90% das pessoas tratadas apresentem carga viral indetectável.