Há anos convivemos, constrangidos, com as chacotas e gozações do Sílvio em cima de calouros e outros menos favorecidos da sorte. Mas os tempos eram outros…Não vivíamos na era do politicamente correto, e o Ministério Público graças a Deus, e a Constituição de 1988, tá aí. Não sei se vocês chegaram a assistir a deplorável cena, na verdade foram dois episódios, mas no último e pior deles, enquanto a Maísa saía correndo e chorando do palco, batia a cabeça numa das câmeras e procurava o colo da mãe nos bastidores, Sílvio a tachava de “artista cheia de banca, encrenqueira” e por fim incitou suas famosas colegas de trabalho a chamá-la de medrosa, medrosa, medrosa…Isso tudo entremeado pela sua indefectível gargalhada. Agora o que mais choca é que, em nenhum momento, ele retrocedeu ou tentou acalmar e afagar a pobre menina e sim, cada vez mais, a provocava. Foi até as últimas conseqüências, como se não estivesse fazendo nada de mais. E tudo assistido pela mãe que ainda a instigava a voltar para ouvir do apresentador- torturador que desse jeito nenhum homem iria querer casar com ela. Céus! Pelo que pude, depois, constatar este era mesmo o mote do quadro: a provocação da inteligentíssima menina que, dessa vez, descompensou com a humilhação. Felizmente criança é sempre imprevisível e saudável…e uma hora explode sem se preocupar com as conseqüências. Pobres astros mirins, pobre Maísa que além da infância roubada poderia ter sua graça e inteligência a serviço de uma causa melhor. Neo literatura de cordel Mercado Municipal de Aracaju-Foto Ana Libório
Semana passada navegando na internet acabei me deparando com os vídeos do Sílvio Santos, no You Tube, no quadro Pergunte para Maísa e fiquei barbarizada com o que vi.Quanta insensibilidade!
O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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