E não dá mais para negar que estamos vivendo em pleno Big Brother. Jamais poderíamos supor em nossa vã filosofia, nem mesmo George Orwel no seu clássico 1984, o livro, a que ponto a revolução tecnológica nos levaria. A médica do ‘piti’ no aeroporto de Aracaju que o diga. Sem a popularização telefônico- digital nunca saberíamos do que fora capaz a infeliz criatura. Não sou de atirar a primeira pedra e considero um bom ‘piti’, apesar de vexatório, até plausível em humores alterados. Mas convenhamos que existem várias formas de rodar à bahiana, quer dizer à sergipana, quando ficamos p…da vida. Adjetivos como cretino, babaca, idiota, incompetente, filho da p… estão aí ao nosso dispor para serem utilizados nessas horas, e desculpáveis mesmo quando não temos razão. Admito até a depredação do computador. Mas tripudiar de uma condição social é inadmissível. Não dá para contemporizar com cenas de humilhação. Não há desculpa para tal, é questão de caráter que estresse nenhum justifica. São os resquícios da velha e tradicional carteirada da elite brasileira: -Você sabe com quem está falando? Será que esse pessoal não percebeu que o Brasil mudou? Toda mulher que se preze tem direito a seu dia de Saraiva mas, por favor, poupem-nos do ranço arcaico da prepotência. Nada mais out…E mais YouTube para esses casos. Acredito que naquele dia a médica perdeu não só as estribeiras, o avião, a viagem e a lua de mel, não! Acredito que perdeu foi o, até então paciente, marido, artigo de luxo nesses tempos de crise.
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