Durante ato, Sintese cobra pagamento do 2º lote do redutor salarial
Em mais uma agenda de manifestação, membros do Sindicato dos Professores de Sergipe (Sintese) se organizaram em um ato de protesto na manhã desta segunda-feira, 6, em frente ao Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe (TJ-SE).
Segundo a categoria, o objetivo é cobrar do poder judiciário o pagamento do processo do segundo lote do redutor salarial. O Sintese alega que o processo vem se arrastando desde 2004, embora a justiça já tenha reconhecido que alguns professores têm direito a receber.
“O dinheiro que deveria estar na conta dos professores e professoras está depositado na conta do Tribunal de Justiça”, disse a presidente do Sintese, Ivonete Cruz. Ela explica que a questão sobre o pagamento do ‘segundo lote do redutor’ já poderia ter saído, mas a justiça está “emperrando” o pagamento.
“Veja só que situação absurda: o processo já foi ganho pelo Sintese, o Governo do Estado já depositou há quase um ano o dinheiro em conta judicial para o pagamento dos professores e professoras favorecidos no processo, mas a justiça não deposita o dinheiro na conta do Sintese para que o sindicato faça o pagamento aos professores e professoras”, explica.
Ainda segundo Ivonete, grande parte dos professores que têm direito a receber o 2º lote do redutor salarial já se encontram aposentados. “Quase que 100% dos professores e professoras que têm direito a este redutor já estão aposentados e aposentadas. E são exatamente esses professores que já estão sendo massacrados com o desconto de 14%, que é totalmente ilegal, inconstitucional e imoral”, diz a presidente do Sintese.
Em comunicado, o TJ-SE informou que o agravo de instrumento relacionado à temática em questão está pautado para ser julgado hoje na 1ª Câmara Cível. Dessa forma, o Tribunal só irá se manifestar após a decisão do julgamento.
Entenda
Em junho 2001 foi implantado em Sergipe o Plano de Carreira e Remuneração do Magistério (Lei Complementar nº 61/2001). Com a criação do Plano, professores da rede estadual tiveram aumento em suas remunerações. O então govenador da época criou mecanismos que possibilitaram reduzir a remuneração daqueles professores que receberam aumento.
Os cortes indevidos na remuneração dos professores tiveram início em janeiro de 2002. Em março do mesmo ano, o SINTESE entrou como um mandado de segurança alegando a ilegalidade da redução da remuneração dos professores. O mandado de segurança foi julgado procedente ainda em 2002. No entanto, os cortes indevidos só pararam de ser feitos em abril de 2003. Após os descontos, o SINTESE convocou todos os professores e professoras filiados para entrarem com processos para que lhes fosse restituída a verba descontada de maneira indevida de suas remunerações. A ação começou a correr na justiça em 2004.
por João Paulo Schneider