Apesar da suspeição que recaiu sobre a Concorrência 01/2005, da Secpai, que trata da contratação de cinco agências de publicidade para trabalhar o marketing do governo – além de uma infinidade enorme de itens correlatos -, a expectativa entre as empresas da terra que resolveram participar da licitação, no último dia 26 de abril, é de que pelo menos quatro delas sejam habilitadas na primeira etapa, a ser divulgada hoje pela Comissão de Licitação. Segundo comentários que correm a boca miúda pela cidade, a empresa Mídia Publicidade seria desclassificada por pequenos problemas documentais. As demais – Montalvão Publicidade, Intermarketing, Conceito e Ecos – permaneceriam na disputa com cinco outras empresas carinhosamente chamadas de “estrangeiras”. Entre elas, a comentadíssima Makplan, de Pernambuco e a insuspeita Artecetera, de Alagoas.
Como agora virou lugar comum, nesse governo que aí está, notícias na imprensa que tratam do direcionamento de licitações públicas para empresas “amigas” (claro que sem fundamento algum!), os publicitários da terra já brincam ao dizer que se for para escolher amigos, que pelo menos sejam escolhidos “os velhos amigos de Sergipe”, numa alusão à prata da Casa.
Brincadeiras à parte, seria realmente muito bom que as agências locais participantes do certame pudessem ficar entre as finalistas. Todas estão aptas a realizar um excelente trabalho para o governo nessa área. Acredito, inclusive, que as nossas empresas de publicidade têm demonstrado ser muito mais criativas que as de fora, quando o tema é Sergipe. Temos exemplos claros disso. Basta apenas que se avalie o brilhante slogan que está sendo utilizado pelo governo nos últimos meses (Construindo o nosso progresso), fruto do potencial criativo da Makplan. E que custou a bagatela de R$ 76 mil aos cofres do Estado.
Podemos facilmente chegar a essa conclusão, também, se avaliarmos o trabalho de outra “estrangeira”, a Engenho Novo, que por aqui passou, durante os primeiros dois anos da atual administração, e nada conseguiu fazer para fixar as ações do governo na cabeça das pessoas. Uma das provas do fracasso na guerra da comunicação são as pesquisas dando Marcelo Déda em primeiro lugar num possível confronto com João Alves, nas eleições do ano que vem. As campanhas publicitárias não tiveram recall, apesar dos R$ 40 milhões investidos em apenas 20 meses. E do jeito que as coisas estão, daqui a pouco, pode até aparecer um gaiato de fora alegando: “A culpa é do governador, que dá pitaco em tudo”.
Quero deixar claro, no entanto, que nada tenho contra as empresas de fora. Apenas faço justiça às agências locais, que, na reta final, são chamadas às pressas para descascar os abacaxis dos outros a preço de banana.