Obras de infraestrutura transformam comunidades em todas as regiões de Aracaju
Poeira, lama e esgoto na porta de casa não fazem mais parte da realidade de muitos aracajuanos. As ruas, antes sem calçamento, agora apresentam cobertura asfáltica, o esgoto foi encanado e a coleta de lixo acontece de forma regular.
“Meu carro chegou a passar seis meses na garagem, porque não tinha por onde sair de tanta lama. Tínhamos que colocar tábuas nas calçadas, era um sofrimento enorme”, relembra Maria Salete Barroso, moradora do Jardim Bahia há 12 anos. O loteamento foi urbanizado em 2020 e hoje a realidade é outra. “Meu sonho era lavar meu carro, sair e voltar com ele limpinho, agora eu posso fazer isso”, relata a moradora.
Maria Salete avalia que o resultado da obra é muito bom. “Nós estamos em um lugar decente, é o que todo mundo fala. Graças a Deus, depois desse trabalho aqui, está tudo bacana. Eu mesma faço minha caminhada tranquila. Acreditamos que mais coisas boas vão acontecer na nossa comunidade, porque o que era esperança virou realidade”, afirma.
Qualidade de vida
A situação das localidades que necessitavam de infraestrutura começou a ser transformada cinco anos atrás, quando a Prefeitura de Aracaju iniciou um projeto de melhoria urbana nas regiões mais carentes da cidade. Durante esse período, 28 localidades, de Norte a Sul da capital, foram transformadas com obras de infraestrutura e urbanização, que têm um impacto direto na qualidade de vida e autoestima dos moradores.
Sérgio Ferrari, secretário da Infraestrutura e presidente da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), comenta que assegurar o direito da população viver em condições dignas é uma prioridade da gestão. “As obras de infraestrutura não têm só o poder de tirar as pessoas da poeira, da lama, do lixo, dos animais nocivos à saúde ou dos alagamentos. Elas proporcionam outra perspectiva de vida, muda a interação do morador com o seu loteamento, seu bairro. As pessoas constroem uma mercearia, reformam as casas, ficam estimuladas a adquirir um veículo e passam a ter orgulho de onde vivem”, destaca.
O secretário relembra que durante a inauguração da obra estruturante no loteamento Isabel Martins, no Soledade, uma moradora disse que pela primeira vez tinha orgulho de morar ali, depois de quase 30 anos. “Essas intervenções mudam o dia a dia e o aspecto econômico dessas localidades, mas o principal é a mudança psicológica. Aumenta a autoestima, o orgulho, a sensação de pertencimento, e é isso que nos motiva a continuar trabalhando”, ressalta.
A partir do Planejamento Estratégico do Município, foram beneficiadas com obras estruturantes, realizadas pela Prefeitura, nos últimos cinco anos, o bairro Japaõzinho, os loteamentos Moema Mary I, II, II e IV, Jardim Bahia, Rosa do Sol, rua Lagoinhas, Jardim Indara, Tia Caçula, Isabel Martins, Santa Catarina e Coqueiral, todas na zona Norte. Na Zona Sul, foram finalizadas e entregues à população obras estruturantes na Atalaia, na Coroa do Meio, na Aruana, no 17 de Março e Santa Maria, nas localidades Senhor do Bomfim, Terra Dura, Marivam, Paraíso do Sul e Pantanal.
Vidas transformadas
Morador do Isabel Martins, também no bairro Soledade, José Carlos Chaves viu a realidade do loteamento ser transformada totalmente ao longo do ano passado. A obra foi finalizada em janeiro deste ano e José avalia que o resultado ficou muito bom.
“Aqui era intransitável, os carros não passavam, porque era um brejo. Uma lama danada na época de chuva. Se descesse, só subia no verão. Eu esperei muito tempo por essa mudança. Ninguém acreditava que ela ia sair do papel, porque a gente se sentia excluído, abandonado pelo poder público. Agora, ficou uma maravilha, eu me sinto outra pessoa, orgulhoso de morar aqui”, conta.
A diarista Maria Claudia Montalvão, moradora do loteamento Paraíso do Sul, comunidade também urbanizada pela Prefeitura, compartilha o mesmo sentimento que José Carlos. “Quando eu cheguei aqui não tinha nada, era esgoto a céu aberto, ruas esburacadas. Tudo mudou para melhor, a gente vê no dia a dia. A dificuldade para sair de casa acabou. Não tenho mais vergonha de receber visita. Pego transporte na porta. Eu estou orgulhosa de estar aqui. Acredito que a Prefeitura olha para nós”, considera.
Há mais de 30 anos morando no Japãozinho, Rivanda Alves dos Santos recorda que perdeu muitos móveis e eletrodomésticos por causa das enchentes. “Entrava um metro de água na minha casa, amanhecia tudo alagado. Essa obra foi uma benção, uma alegria para mim. Era o sonho de todo mundo que as coisas mudassem. Hoje não me preocupo mais, me deito e durmo tranquila, sem preocupação com chuva, um alívio. Pensei em me mudar até, mas a paciência compensou”, expressa.