SUA EXCELÊNCIA O ELEITOR

O profissional em comunicação e marketing, Eduardo Guimarães, faz uma análise da polarização entre candidatos majoritários. Diz que quase sempre uma eleição geral, isto é, para presidente, governadores, senadores e deputados oferecem maior pressão na mente do eleitor por duas razões especificas: primeira a responsabilidade em escolher tanta gente para ocupar cargos tão importantes; a segunda pelo volume de mídia e informação, levados pelos mais distintos instrumentos e veículos, muitas vezes usados sem reconhecer sequer o poder de discernimento do eleitor e o tempo necessário que ele precisa para construir sua decisão de voto. A palavra de ordem é aparecer, e assim a campanha começa com o ar de reta final. As avenidas, praças e viadutos abrigam propaganda. As carreatas, que geralmente engrossam no ritmo das emoções, no decorrer da campanha surgem turbinadas denunciando a pressa inquieta e o interesse de marcar posições e ocupar territórios.

A conhecida tática da polarização se mantém em palanque desde a última eleição e veio com força tanto na disputa presidencial quanto para governador. No entanto não dá para fazer prognósticos sem antes assistir o horário político de rádio e TV que é a partir dele que o eleitor começa efetivamente a se interessar pela campanha, mas o interesse maior pela polarização geralmente vem de quem está em situação desfavorável. É importante frisar que todo remédio em excesso tem efeitos colaterais e enquanto dois grandes favoritos brigam pode surgir uma terceira via, hipótese pouco provável no estado, porém possível na presidência, devido ao grande nível de descontentamento com a classe política nacional.

Como seria fácil se propaganda e marketing enfiados goela abaixo formassem sozinhos a solução mágica para encontrar o caminho dos votos. Há de se incluir aí, aspectos sociológicos. relacionados ao crescimento interior das pessoas, e antropológicos, que constroem caminhos naturais para passagem do trem da história, variantes imponderáveis que requer atenção máxima dos candidatos. Some-se a isso o complicado mapa de alianças e apoios logísticos que pulveriza a imagem dos candidatos por todos os lados, tirando maior proveito aquele que dispõe do maior numero de candidatos proporcionais com efetivo peso eleitoral. Nesse campo o quadro favorece ao atual governador, por conhecer de perto o aparato logístico de uma campanha e também pela preparação orçamentária que exige uma campanha de governo.

Ainda com ligeira vantagem sobre o atual governador no quadro geral, o ex-prefeito assegura seu desempenho na eloqüência equilibrada de seus discursos, no conceito de ótimo prefeito da capital e também explorando com maestria as marcas inexoráveis deixadas pelo tempo de exposição na vida pública do seu adversário. Uma campanha eleitoral tem várias semelhanças com uma maratona, é importante saber dosar o esforço de acordo com o percurso, crescer com muita força na largada pode significar falta de fôlego para um sprint na reta final. Até pra crescer existe cautela e preocupação. A pior situação para um candidato é atingir uma velocidade cruzeiro no meio da campanha, e aí então estacionar à espera do adversário.

Em Sergipe o ex-prefeito candidato defende a tese das mudanças, da renovação e promete novos tempos para seu povo. Já o atual governador candidato, oferece um elenco de obras e benfeitorias que colocam Sergipe na condição de um estado progressista de futuro alvissareiro, jogando seu adversário na imagem desgastada do Partido dos Trabalhadores. Então dá pra imaginar que o eleitor vai decidir olho no olho. E, do alto de sua benevolência, vai preparar um pacote de bondades que contemple a todos, independente de partidos políticos.  Eleições polarizadas dão sempre nisso, os dois lados saem sempre ganhando, no mínimo o derrotado sai fortalecido. A polarização é uma característica da alma humana, que nasce e cresce sob o estigma do bem e do mal. Não é por acaso que Lula e Alckmin, Déda e João se chocam sem parar. Assim convergem atenções e ocupam os melhores espaços.

 

 

HILDEGARDS

O presidente do Tribunal de Contas, Hildegards Azevedo, disse ontem que antecipou a data de limite da aposentadoria: “será no dia 20 de outubro, porque o dia 22 é um domingo”.

Hildegards acrescentou que não antecipa a sua aposentadoria mais do que isso em nenhuma circunstância: “a não ser que haja necessidade extrema, assim como evitar um terremoto”.

 

CONVERSA

Hildegards considerou absurda a divulgação de matérias sobre sua saída e já a especulação sobre o novo conselheiro.

“Não sei quem fala sobre isso”, disse e ironizou: “ninguém conversou comigo até agora. Só se o carro estiver andando na frente dos bois”.

 

REUNIÃO

João Alves Filho, Maria do Carmo e Albano Franco tiveram uma reunião ontem para discutir a viagem a Recife hoje, onde estará Geraldo Alckmin.

Geraldo Alckmin lança hoje em Recife o Programa para o Nordeste. De Sergipe vão João Alves, Fabiano Oliveira e Albano Franco.

 

SERGIPE

De Recife o candidato tucano a presidente da República, Geraldo Alckmin, viaja para Paulo Afonso e de lá virá a Nossa Senhora da Glória, em Sergipe.

Será recebido pelo governador João Alves Filho e lideranças da coligação que o apoia. Alckmin percorrerá a feira e, de um caminhão, falará para a população.

 

VISITAS

Ao lado do governador João Alves Filho, Geraldo Alckmin fará visita ao projeto que acaba com as casas de taipa na região.

De lá viajam a Canindé do São Francisco, para conhecer o projeto Califórnia. Em seguida o candidato tucano retorna a Paulo Afonso e segue viagem para outro estado.

 

LULA

A coordenação de campanha do presidente Lula teria sugerido o dia 12 para vir a Sergipe, mas o candidato Marcelo Déda (PT) entende que é melhor no período do programa de TV.

A coordenação está tentando a primeira quinzena de setembro, mas ainda mão marcou data e nem o tempo que o presidente Lula permanecerá em Sergipe.

 

COMPROMISSO

Há um compromisso pessoal do presidente Lula com Marcelo Déda para vir a Sergipe, assumido durante a convenção nacional do partido.

Em Recife aconteceu a mesma coisa: “não se preocupe que vou a Sergipe”, disse o presidente tocando no ombro de Déda.

 

PROGRAMA

O candidato a governador Marcelo Déda passou a manhã de ontem discutindo o formato do programa de televisão com o setor de marketing.

À tarde ele foi a um otorrinolaringologista para tentar amenizar a garganta que o incomoda muito. À noite foi para Boquim.

 

HELENO

O deputado federal Heleno Silva (PFL) acusado de integrar a Máfia das Sanguessugas, recebeu solidariedade em Brasília de apenas dois colegas: Jackson Barreto e Machado.

Os dois reconheceram que conhecem o padrão de vida do deputado. Heleno também recebeu telefonemas de solidariedade de Fabiano Oliveira e Albano Franco.

 

SEGURANÇA

A Secretaria de Segurança precisa explicar, de forma convincente, o que aconteceu com a prisão dos dois primeiros acusados de ter assassinado a professora.

Ninguém acredita nessa estória e a sociedade está cobrando informação mais detalhada, porque está claro que a Polícia tenta “fabricar” criminosos para mostrar eficiência.

 

GILTON

O advogado Gilton Garcia, que faz a defesa hoje de Júnior, acusado de mandante do assassinato do ex-deputado Joaldo Barbosa, disse que está preparado para o júri.

Tranqüilo, Gilton disse que precisa haver uma prova inquestionável de que foi Júnior e o pai que mandou matar Joaldo: “há muitas contradições nos depoimentos dos autores”.

 

CANDIDATOS

O Partido Social Democrata Cristão (PSDC) é o único partido com candidatos a governador em todos os estados.

Aqui em Sergipe o candidato do PSDC ao governo do estado é o economista e compositor Adelson Alves de Almeida.

 

ALBANO

O ex-governador Albano Franco (PSDB), candidato a deputado federal, passou o final da tarde de ontem em uma discussão acalorada sobre os problemas do seu partido.

A informação foi de uma senhora chamada Lílian, que atendeu ao telefone de Mirian Ribeiro, disse que Albano não podia atender e desligou estupidamente.

 

 

Notas

 

SANGUESSUGAS-1

Em sete horas de depoimento a integrantes da CPI dos Sanguessugas, o empresário Luiz Antonio Vedoin, um dos sócios da Planam, disse que tem provas para incriminar a maior parte dos parlamentares que citou em depoimento à Justiça Federal de Mato Grosso. A audiência ocorreu Polícia Federal, em Brasília.
Semana passada, cresceu a pressão para que o operador da máfia no Congresso fosse ouvido. Membros da CPI queriam esclarecer “pontos obscuros” do depoimento o empresário à Justiça Federal, que durou 11 dias.

 

SANGUESSUGAS-2

Ao deixar a Polícia Federal ontem, o presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), afirmou que o empresário apresentou indícios fortes e que, com base nessas informações, será possível recomendar a abertura de processos de cassação contra “um elevado número de parlamentares”.
Segundo Biscaia, mesmo que não haja provas documentais do pagamento de propina já é possível abrir processos de cassação por quebra de decoro pelos o simples encontros com os chefes do esquema.

 

SANGUESSUGAS-3

Luiz Antônio Vedoin acusou também outras empresas de organizarem esquemas semelhantes ao dos sanguessugas para fraudarem licitações. O empresário citou a Lealmaq, de Belo Horizonte, a qual a Polícia Federal já suspeitava ser usada como fachada para legitimar concorrências dirigidas.

“As empresas entraram em acordo para respeito mútuo no mercado. Elas também entravam em contato com parlamentares e podem ter atuado com emendas, mas até agora não foram investigadas”, comentou deputado Paulo Santiago.

 

 

É fogo

 

O candidato a governador pelo PDT, João Fontes, esteve ontem fazendo corpo a corpo em frente a Energipe.

 

João Fontes foi presidente da empresa quando ela era estatal e lutou contra sua privatização. Tem muitos amigos lá.

 

O candidato a deputado estadual Luiz Mittidieri (PSDB) já estaria engajado na coligação com o PFL. Ele tem problemas apenas em Boquim.

 

Sem dinheiro para disputar o mandato, Pedrinho Valadares (PFL) procura os amigo para retornar à Câmara Federal.

 

A deputada Susana Azevedo (PSC) continua na luta para reeleger-se e acha que será mantida na Assembléia, mas à custa de muito trabalho.

 

É possível que o PSDB eleja o prefeito de Estância, Ivan Leite, para a presidência do partido. Será o quarto presidente em dois meses.

 

O júri de Antônio Francisco Júnior tem previsão de três dias para ser dada a sentença ou absolvição.

 

O candidato a deputado federal pelo PT, Nilson Lima, está fazendo um bom trabalho de formiguinha e pode surpreender.

 

Tem muitas pesquisas sendo avaliadas internamente que animam candidatos. Pena que não possam foram registradas.

 

Três de sete capitais pesquisadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) fecharam julho com deflação: Salvador, Rio de Janeiro e Recife.

 

A Varig continuará a operar com vôos reduzidos até 24 de agosto. O pedido da companhia aérea foi renovado pela Anac.

 

brayner@infonet.com.br

 

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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