Curta-metragem sobre intolerância religiosa será lançado dia 27

(Arte: Secom/PMA)

A Prefeitura de Aracaju, por meio da Diretoria de Direitos Humanos (DDH) da Secretaria Municipal da Assistência Social, lançará, na próxima quarta-feira, 27, às 15h, o curta-metragem “Os caminhos de Xangô – a resistência das religiões afro-brasileiras”, na sala de cinema Walmir Almeida, instalada no Centro Cultural de Aracaju, situada na praça General Valadão, Centro.

A atividade marca o “Julho das Pretas”, mês em que é celebrado o “Dia da Mulher Negra Latina Americana e Caribenha”, comemorado em 25 de julho. A ação também integra o projeto “Aracaju Sem Racismo”, uma iniciativa da administração municipal, realizada em conjunto pela Secretaria Municipal da Assistência Social, Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat) e Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), por meio do Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira (NPDOV), que visa o desenvolvimento de ações de enfrentamento ao racismo institucional, à violência contra a população negra, especialmente a juventude, e à intolerância religiosa a partir da construção de ações afirmativas étnico-raciais.

De acordo com o diretor de Direitos Humanos do Município, Ilzver Matos, há alguns anos, a Diretoria realiza atividades socioeducativas na capital sergipana, em parceria com Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (INCT-INEAC), sediado na Universidade Federal Fluminense (UFF), no Estado do Rio de Janeiro. Para ele, o lançamento é uma oportunidade de conhecer os resultados das pesquisas realizadas pela Universidade e pautar publicamente, através da arte, do cinema, a intolerância religiosa.

“A profícua parceria é parte do compromisso de aliarmos a atuação do governo municipal, nas suas diversas pautas de direitos humanos, com as pesquisas mais relevantes e atuais que vêm sendo produzidas no país, pois não há como pensar em políticas públicas, leis, medidas e ações governamentais sem sustentá-las nas análises teóricas e metodológicas de universidades, institutos de pesquisa e seus pesquisadores e pesquisadoras. A intolerância religiosa é um dos problemas mais graves do Brasil, atualmente, do qual Aracaju tem sido palco, também, do ódio contra as expressões religiosas dos povos de terreiro e daí surge a necessidade de apresentarmos propostas para confrontá-lo”, destaca o diretor.

O lançamento do curta-metragem é organizado por Ilzver Matos, também pesquisador dos direitos das relações raciais e do racismo religioso que, com o INCT-INEAC da UFF, a professora Ana Paula Miranda e outros pesquisadores, tem realizado desde 2016 pesquisas sobre os povos de terreiro em Aracaju e em Sergipe, em especial, sobre os casos de racismo religioso existentes e as estratégias de enfrentamento que estas comunidades tradicionais têm pesado.

“Os caminhos de Xangô – a resistência das religiões afro-brasileiras” é um curta-metragem com duração de 12 minutos, produzido durante o projeto “Diversidades e intolerâncias: análise de processos de mobilizações e de políticas públicas em conflitos de natureza religiosa, étnico-racial e de gênero”, pela professora doutora da UFF Ana Paula Miranda e alunos do curso de Antropologia Mariana Maiara Soares e Iago Menezes.

Para Ana Paula Miranda, a exibição do curta trará consequências positivas. Segundo ela, o racismo é um crime político e de ódio que deve ser enfrentado de diferentes maneiras sendo uma das funções da Universidade atuar nesse trabalho.

“Muitas vezes, pensamos que o racismo tem a ver somente com o preconceito, discriminação individual, isso é uma das dimensões, mas temos outras dimensões como o racismo estrutural, então é fundamental uma adesão da Prefeitura por meio dos seus órgãos e do Aracaju Sem Racismo no sentido de continuarmos fortalecendo a capacitação de seus funcionários públicos para entender o que se deve fazer em uma situação de racismo e atuar politicamente na luta contra o racismo”, explicou.

Para ela, a atuação conjunta entre órgãos da rede de garantia de direitos é necessária.

“Essa parceria com a Prefeitura é bastante importante e necessária porque o ponto principal da pesquisa que realizamos tem a ver com uma dimensão das políticas públicas, de como podemos pensar uma atuação do poder público nas suas mais variadas instâncias, seja no judiciário, na segurança pública, educação, saúde, assistência social, nos muitos serviços que podem existir e que podemos fazer políticas que não sejam políticas racistas”, conclui Ana Paula.

Fonte: PMA

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