Mulheres Negras no Poder, construindo o bem viver

Por Yérsia Souza de Assis

                                                                                                                                                                                             

As mulheres negras impressionam: seja pela audácia, pela resiliência, pelas estratégias para viver, seja pela engenhosidade e pelos esforços em lidar com a vida e a morte. Muitas dessas estratégias de luta e de vida, foram criadas e recriadas em espaços diversos: como nossas próprias casas, nossos espaços de trabalho, nossos espaços de prática de fé, estamos em constante movimento para ser e viver em plenitude. Talvez, seja o principal empenho que as mulheres negras tem se ocupado: ser e viver em plenitude, ou seja, o bem viver.

 

Para alcançar o bem viver, nós, mulheres negras, entendemos que o nosso envolvimento com a sociedade brasileira, com o mundo social não pode ser desapartado do enfrentamento político, da disputa pública e do acirramento no projeto de sociedade e de nação. Nós, mulheres negras, compreendemos que as grandes perguntas nacionais e, também suas respostas, devem ser intercambiadas com os questionamentos que nós trazemos, a partir dos nossos próprios termos e significados.

 

Para isso, concebemos que os espaços de poder, de poder político devem ser ocupados por nós mulheres negras e, depois de ocupados, devemos ser preservadas nestes lugares. E é perseguindo esta proposta, que o Julho das Pretas no seu ano 22 traz como mote: “Mulheres Negras no Poder, construindo o bem viver”. Podemos traduzir, que Mulheres Negras no Poder em 2022 é o fortalecimento de candidaturas  de mulheres negras engajadas com as nossas pautas, é a eleição de mais das nossas, eleitas para os diversos segmentos: legislativos estaduais, federais, senado e executivos estaduais, é a derrubada de Bolsonaro do Executivo, é um pacto da Esquerda que priorize nossos repertórios e demandas.

 

Eleger mulheres negras alinhadas as nossas lutas históricas é qualificar em possibilidades materiais a tão cara expressão do bem viver. Posta para nós, como sentido de existência plena, de um outro tipo de consolidação de experiência com o mundo. Descartando essa experiência que nos aflige, nos violenta, nos silencia, nos omite, e no fim, mais das vezes, nos mata.

 

Como o Julho se propõe propositivo, deixo aqui, como indicação para leitora e leitor que busque se aproximar das candidatas negras em Sergipe, entendam suas propostas. Busque avaliar como se consolidam essas candidaturas, e como essas candidaturas auxiliam na transformação positiva do Brasil. Positiva, leitora e leitor, é um país livre do racismo, do machismo, do sexismo, da misoginia, do patriarcado!

 

Avante Mulheres Negras! Que a gente avance politicamente em nome do bem viver!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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