O Portal Infonet divulga nesta segunda-feira, 12, a entrevista com o candidato ao governo de Sergipe, Rogério Carvalho (PT), cujo vice é o empresário, Sérgio Gama (MDB).
O objetivo é conhecer um pouco mais sobre os objetivos do candidato quanto aos assuntos de interesse da sociedade, a exemplo da Educação, Emprego, Saúde, Segurança Pública, Cultura, Transporte e Turismo. Confira a entrevista abaixo:
Portal Infonet – Caso eleito, como o senhor permite atuar no que diz respeito à melhoria da estrutura das escolas, à oferta de vagas e à valorização dos professores?
Rogério Carvalho- Uma das prioridades centrais envolve o transporte dos nossos alunos. O passe-livre é primordial e será levado em consideração porque, se uma família vive de auxílio governamental, não tem como conseguir pagar passagem dos filhos. Isso será alinhado ao fornecimento de uniformes e materiais didáticos, a partir de uma articulação e diálogo junto à uma gestão escolar que acompanha a rotina dos alunos e professores. Com a merenda escolar garantida. Incluindo, também, a análise da oferta de vagas para melhor perceber qual o cenário real e, com isso, definirmos estratégias para que nenhum estudante sergipano fique fora da sala de aula. O ensino integral está em nosso foco de ação, pois os estudantes precisam de uma maior variedade de atividades, inclusive extracurriculares. Com isso, teremos escolas com a mesma capacidade de ensino e resultados apresentados pelo Atheneu Sergipense, que é uma referência histórica, e que terá o seu modelo expandido.
Defendemos a estruturação de equipamentos e insumos, com modernização, transparência, qualidade e a diversidade no acesso à tecnologia, produção cultural, científica e artística, e recuperação da aprendizagem, visando a melhoria na proficiência dos alunos do Ensino Médio, com projetos de iniciação científica e monitoria para alunos do Ensino Médio padrão e do Ensino Médio em Tempo Integral. Eliminando barreiras de comunicação que dificultam a inclusão de estudantes, professores e comunidade escolar.
Também buscaremos a valorização dos profissionais de ensino, garantindo ações para o reconhecimento da categoria, com o cumprimento da lei nacional de piso. Além de buscar a formação de comissão paritária para reestruturação da carreira do magistério e descongelamento da Gratificação por Atividade em Tempo Integral (GATI), fortalecendo os conselhos escolares e instâncias de discussão e deliberação nas escolas.
Portal Infonet- Segundo o IBGE, Sergipe possui a 3ª maior taxa de desemprego do Brasil. Quais suas propostas para ampliar oportunidades de emprego e geração de renda em Sergipe?
R.C- Nossas ações focam no desenvolvimento econômico para tirar o estado da paralisia que se encontra. Por isso, temos dialogado com o povo sobre as dificuldades para colocar comida na mesa dos filhos. Isso tem relação com a escalada da fome e da pobreza que Sergipe vive diante da inércia da atual gestão. Essa é, portanto, a pauta mais urgente a ser enfrentada no momento. E como enfrentaremos? Trabalhando pelo retorno das atividades da Petrobras, pela exploração da carnalita, criação de um novo gasoduto na região de Japaratuba para abastecer as indústrias e um novo terminal, como o Tecarmo, para estimular a criação de novas fábricas de fertilizantes, e gerar cerca de 15 mil empregos diretos, além dos empregos indiretos, com as empresas que darão suporte.
Temos grande potencial na carcinicultura, piscicultura, e possibilidades de investir e transformar o milho em proteína animal, gerando desenvolvimento de granjas suínas e de aves, através de investimentos em tecnologia e capacitação, com a criação de agroindústrias em diversas regiões do estado, e desenvolver o modelo de pequenos laticínios, ampliando o estímulo da produção de leite no sertão sergipano. Inserindo a organização empresarial na produção agrícola, com a criação e ampliação das cooperativas com vários pequenos produtores sendo cooperados. Vale ressaltar que o agro representa 6% da atividade econômica de Sergipe, portanto, nossa meta é elevar a agropecuária a 10% da nossa economia, alinhando o pequeno, o médio e o grande produtor, pois é também função do governo criar oportunidades para todos crescerem.
Portal Infonet- Quais os seus projetos para ampliar o acesso da população aos serviços de saúde? Há projetos voltados ao tratamento de adultos e crianças com câncer?
R.C- Nosso compromisso é investir na ampliação do atendimento médico, criar Centros de Diagnóstico Terapêutico, para dar suporte aos hospitais regionais para que a população tenha alternativas de atendimento médico de qualidade. O novo hospital de Socorro será pensado para atender a demanda de cirurgias ortopédicas, e vamos transformar a maternidade de Capela em hospital regional, além de retomar as obras do Hospital de Neópolis, para que ele possa atender a região. Nossa ideia é fazer incrementações em toda a saúde do Estado para diminuir a demanda do Huse. Por isso criaremos os centros diagnósticos terapêuticos, que darão total suporte aos hospitais, com interligação de serviços. Outro ponto envolve a gestão sistêmica, que terá registro, em ato, de tudo que será feito. Desde à atenção primária à atenção hospitalar. Tudo será registrado, com todo o passo-a-passo, para ter uma base de dados para mapear e saber a origem, quanto gastou, e como tem sido feito o atendimento. As centrais de regulação terão controle e essa gestão sistêmica será informatizada em sua totalidade. O setor público vai gerir tudo e isso terá impactos nas verbas, e se transformará em benefícios para a população.
O Hospital do Amor, que está sendo construído em Lagarto, vai levar uma demanda muito grande de pessoas em busca de assistência médica e a cidade será preparada para crescer. Por isso, neste sentido, vamos investir em serviços estruturais naquela região, como a construção de um anel viário e duplicação da rodovia que liga Lagarto à BR-101, para que os pacientes oncológicos e familiares tenham mais facilidade no deslocamento. Nós vamos trabalhar para que Sergipe seja referência em Saúde pública para o país inteiro. Por isso, vamos também vamos investir na conclusão das obras do Hospital do Câncer, em Aracaju, porque não vamos deixar obra parada em lugar nenhum. Esqueleto de obra é prejuízo para o povo e prejuízo econômico. Saúde é uma área que pode atrair pacientes de outros estados e a gente se tornará uma referência regional.
Portal Infonet – O efetivo de policiais, sobretudo, militares e penais, ainda é um problema em Sergipe e repercute em insegurança para a população. O que pretende fazer para mudar essa situação e solucionar outros problemas ligados à segurança pública em Sergipe?
R.C- Vamos investir em tecnologia, com foco no uso das ferramentas mais modernas para atuar no enfrentamento à violência e dar mais celeridade às ações policiais. Hoje, como vivemos uma era de hiper conectividade, com tecnologia, é possível saber onde ocorrem os crimes e como eles ocorrem. Essa é a base do nosso planejamento, onde, de forma articulada, saberemos quais características colocaremos para atuar. O que queremos, com isso, é ter um mapeamento das áreas vulneráveis e, dessa maneira, fazer com que as pessoas sejam menos molestadas e tenham maior qualidade de vida, com segurança. Precisamos, portanto, ter informações e um planejamento que integrem na operação todos os recursos humanos e de inteligência humana para nos tornarmos referência em segurança pública, porque somos um Estado pequeno.
Tenho clareza de como agir e trabalhar, e da importância dos agentes em suas atividades, mas, antes de tudo, esses profissionais devem trabalhar em ambientes adequados. Por isso que, na construção de entendimento, num debate permanente, vamos garantir adequações importantes, porque o Estado não pode ter uma apresentação degradada. É preciso que tenha prédios organizados, com uma imagem para garantir que seja respeitado. Porque isso também reflete diretamente em como o Estado é observado. Vamos redefinir isso para oferecer um serviço de qualidade a todos que atuam e termos uma imagem de um Estado forte, inclusive naquilo que parece simbólico, que são as estruturas físicas. Sobre o efetivo policial hoje existente, precisamos discutir um plano de carreira que possa reenquadrar os servidores que estão em funções de desuso ou aqueles que, na prática, acabam estando em desvio de funções. Feito isso, teremos clareza de qual quadro de pessoal que dispomos e, a partir dessa análise, se percebermos a necessidade de ampliação do quadro, adotaremos o mecanismo de concurso público.
Portal Infonet – Durante a pandemia, o setor cultural – que já é carente de fomento – foi fortemente impactado pela pandemia. Aqui em Sergipe, o que o senhor pretende fazer para valorizar os artistas locais e fomentar a cultura sergipana?
R.C- Entendo como fundamental a retomada da Secretaria de Estado da Cultura e, dessa maneira, restabelecer a funcionalidade das políticas públicas relacionadas ao campo cultural. Como sergipano orgulhoso da nossa terra, sei que Sergipe pode fazer muito mais pela nossa cultura que, lamentavelmente, está desprezada. Por isso que uma das primeiras coisas a serem feitas é a retomada da Secretaria de Estado da Cultura e, a partir disso, trazer de volta para a pasta a administração das Bibliotecas Públicas, Arquivo Público, Palácio-Museu Olímpio Campos, o Conservatório de Música, a Segrase, entre outros. Além disso buscaremos mecanismo que tragam valorização ao Patrimônio Histórico Artístico e Cultural, e, consequentemente, recuperar os espaços culturais como teatros, museus, galerias, entre outros, incluindo seus usos dentro de uma Agenda Cultural de Sergipe.
Também defendemos à criação de Centros Culturais com foco na produção artística e cultural do estado, através de iniciativas de crédito, junto ao Banco do Estado de Sergipe (Banese), que servirá como um facilitador econômico para os profissionais do setor. Com isso, vamos fomentar um circuito sergipano de cultura com apresentações artísticas espalhadas pelos mais diversos municípios do interior do estado, fortalecendo o Fundo Estadual da Cultura e, com base nisso, contribuir para a valorização e o incentivo das atividades culturais realizadas no estado.
Buscaremos, ainda junto ao Banese, criar linhas de crédito para fortalecer as cadeias produtivas da cultura em nosso estado. Afinal, além de ser a expressão de um povo, a cultura também é uma importante atividade econômica, que gera emprego e renda para milhares de pessoas.
Portal Infonet – O usuário que utiliza o transporte público reclama da frota insuficiente e da demora dos ônibus. O senhor acha que é possível a implantação de um transporte público mais adequado no estado, sobretudo, nas áreas mais carentes e na região metropolitana?
R.C- Sim, com certeza. Inclusive, vejo como inconcebível o fato de o transporte público da região metropolitana, sem um consórcio ou sem uma instância que possa regular o transporte para toda a região. Além de ter essa agência de gestão, precisamos pensar o quanto esse transporte precisa ser subsidiado, porque não é possível que, com a quantidade de passageiros, com as exigências ambientais e de conforto que se colocam para as empresas, somente a tarifa possa cobrir tudo. Esse apoio, entendemos que pode ser aplicado como subsídio de isenção tributária ou como aporte de recursos extra para garantir que o transporte funcione com qualidade.
Mas, para isso, é preciso ter gestão, precisa ter automação e modernidade na forma como registra a circulação e movimentação de passageiros. Além disso, defendo que o estudante não pague transporte. E isso não é para ir para a conta do transportador ou da tarifa, mas para a conta do Governo, do Fundeb. Porque um estudante que tem autonomia para ir para escola, para uma atividade esportiva ou cultural, que seja extracurricular, esse estudante está incorporando novas linguagens e terá novas oportunidades na vida. Já existem cidades, como Caucaia, no Ceará, e Maricá, no Rio de Janeiro, que não cobram transporte e acabam sendo algo que já está representado no custo da operação da cidade através de outras fontes de financiamento.
Portal Infonet- Sergipe tem um grande potencial turístico, mas ainda pouco explorado. Como o senhor atuará para estimular o turismo em nossa capital, mas também no interior do estado?
R.C- Nas ações planejadas para o turismo, buscaremos envolver toda a cadeia do segmento, como alojamentos, alimentação, transportes, aluguel de veículos, agenciais de viagens, cultura e lazer. Para isso, vamos consolidar o nosso turismo de acordo com as belezas naturais e identidade cultural que nosso estado possui, porque entendemos como indispensável a aplicação dos recursos neste sentido. Entretanto, para que tudo seja adequado e tenha funcionalidade, buscaremos elaborar um diagnóstico sobre o setor e mapear a cadeia de serviços e produtos e identificar as oportunidades para os pequenos e médios negócios. Dentro desse planejamento, vamos capacitar os profissionais do setor para que, junto aos prestadores de serviços ligados à hotelaria, operadores dos serviços de transporte, áreas temáticas, atendimento, aspectos históricos, culturais e geográficos dos destinos, noções básicas em idiomas estrangeiros, tenhamos uma maior ampliação na qualidade do que se é ofertado pelo nosso estado.
Nosso projeto envolve, ainda, a busca de meios para construir uma vila de gastronomia e lazer para que os turistas não apenas passem o dia apreciando os cânions do Rio São Francisco e as histórias de Lampião, com conforto e lazer aos nossos visitantes. Além de planejarmos investimentos em outras potencialidades para o setor, como Pantanal de Pacatuba, em Ponta dos Mangues, no Baixo São Francisco, em Neópolis, Pirambu etc. Essas regiões serão estimuladas com ações que irão preparar nossa gente para receber essa nova demanda, com manutenção das principais rodovias turísticas em ótimas condições de tráfego. Através da interveniência junto ao Governo Federal, também teremos a conclusão da duplicação da BR-101 Norte, renovação e ampliação da sinalização turísticas das rodovias.
por João Paulo Schneider
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