O PROBLEMA CONTINUA (2)

Na semana de 03 a 09/05/04, através da Carta da Semana, chamamos atenção sobre um problema constante em nossas ruas. Crianças, que deveriam estar nas salas de aula, estão nas ruas mendigando, viciando-se ou prostituindo-se. Naquela oportunidade, recebi de um amigo meu, Silvestre José Pavoni, um comentário sobre o tema exposto, que acredito ser importante divulga-lo, porque, (quem sabe?) mais pessoas de nossa sociedade poderão ser induzidas a dar um pouco de si para que consigamos construir um país mais justo e digno para todos os brasileiros: “Pois é. Por essa razão, sou absolutamente contrário à redução da pena nos crimes cometidos por menores de 18, malgrado a aparente injustiça! Existem projetos que propõe a redução até para 12 anos! É o fim da picada! A sociedade, nós todos, criamos os marginais e, depois da porta escancarada, confinamo-los em prisões, quando não os condenamos à morte (a polícia brasileira mata 4 vezes mais que a americana; e, esta prende 16 vezes mais bandidos!). Então porque não matá-los agora, enquanto crianças! Estatísticas anteriores comprovam que crianças abandonadas e sem assistência – os meninos de rua – tornam-se marginais em mais de 80% (não sei qual é a situação atual, com a implantação, aos trancos e barrancos, dos conselhos tutelares municipais). E, por outro lado, sabe-se que os adolescentes infratores, em mais de 85% dos casos, com tratamento adequado são perfeitamente recuperáveis, o que não ocorre com os adultos! E, assim, vamos levando esse país pro buraco. Países devastados por guerras, bem mais pobres que o Brasil a 40 / 50 anos atrás, como a Coréia, o Taiwan, a própria China, estão hoje bem à frente. Com que remédio? Botando todas as crianças na escola! Somente a educação tirará este País, da encruzilhada em que se encontra! E levará pelo menos uma geração! Temos que tirar as crianças das ruas e dos lares desassistidos e colocá-las nas escolas – com atendimento integral (intelectual, artístico, desportivo e espiritual) – o dia todo! Mas, onde e como buscar convencimento político para se investir nesta que é a única alternativa para o desenvolvimento sustentado – cujo qualificativo somente é legítimo se houver cada vez mais justiça social? Para se perpetuar no poder é mais fácil manter o povo como está! Não dá voto investir em programas cujos resultados aparecerão no longo prazo! É mais fácil prometer demagogicamente que no final do governo os excluídos terão 3 refeições por dia! E, o povo, continua elegendo os ACMs, os Bornhausen, os Roriz, os Maluf, os Quércia etc., que dominam a política e a economia com qualquer presidente que esteja de plantão! Eis o círculo vicioso: somente com a inclusão política do povo – que novamente pressupõe educação, educação e educação – eles não seriam eleitos! Que interesse eles têm em mudar este status quo? E, o país continua afundando! Já fomos a oitava economia do mundo; passamos para o décimo segundo lugar; e hoje já somos o décimo quinto. Ostentamos o segundo ou terceiro lugar – de trás para frente – em distribuição de renda! E, nem um governo que foi eleito com o discurso de mudar exatamente isso, vem logrando algum resultado! Pior… Os exemplos que apresenta são terríveis. Já viu o avião presidencial adquirido sem concorrência? Os custos dos 2800 cargos comissionados recentemente criados, sem concurso público (para engordar a caixa do PT!)? Num pau desgraçado, o Ciro Gomes conseguiu 32 milhões para resolver os problemas causados pelas enchentes do Nordeste.. A convocação extraordinária do congresso, em janeiro, custou mais de 50 milhões! E… não resolveu o item da pauta que justificou a convocação que era a PEC paralela da Previdência! Meu caro Edmir, hoje estou bastante pessimista! Mas, vou continuar cumprindo com minha modesta parte!” Edmir Pelli é aposentado da Eletrosul e articulista desde 2000 edmir@infonet.com.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais