A energia proveniente dos carboidratos garante ao atleta um bom desempenho na prática de exercícios de longa duração, mas é a diminuição desta energia no organismo o fator limitante para a instalação da fadiga. Observamos portanto que manter o estoque de carboidratos em níveis ideais significa prolongar o tempo do esforço físico. Algumas substâncias ergogênicas têm esse objetivo e a Creatina está entre as mais importantes. Se o atleta conseguir utilizar mais ATP como fonte de energia, ele poupará carboidrato, melhorando portanto seu desempenho. Mas como a Creatina realmente age? A principal função da Creatina consiste em fornecer energia. Ela é precursora de um composto denominado CP (Creatina Fosfato), cuja a função no organismo é formar ATP, que é a fonte imediata de energia para a contração muscular. As provas de curta duração e alta intensidade como a corrida de 100 metros, a prova de natação de 25 metros ou o levantamento de pesos, exigem um fornecimento imediato e rápido de energia. Essa energia é proporcionada quase que exclusivamente pelos fosfatos de alta energia (ATP/CP) armazenados dentro dos músculos específicos, que são ativados durante o exercício. Portanto, atletas que praticam musculação com cargas altas têm uma demanda energética muito elevada de ATP/CP trabalhando no limite desta fonte energética. Estes obtêm resultados de forma rápida e saudável com a suplementação de creatina. ATP e CP devem ser resintetizados continuamente num ritmo rápido, para que o exercício extenuante possa continuar além de um curto período de tempo; porém quando isso não acontece e a concentração de ATP nas células cai muito, o resultado é a fadiga. Recentes estudos têm mostrado que suplementando grandes quantidades de Creatina (20g/dia por 4 ou 5 dias), aumenta-se o conteúdo de Creatina muscular total. Assim, a utilização de creatina é feita da seguinte forma: nos primeiros dias, independente de treinar ou não, faz-se o “loading” ou carregamento de Creatina e, como uma manutenção, após esta fase consome-se apenas uma colher de chá cheia, que proporciona em média 5 a 6g de Creatina nos dias de treino. Não há a necessidade em fazer uma pausa no uso da Creatina, mas se isso ocorrer, a Creatina permanece no músculo por até 30 dias. Então, ao retornar em até um mês a suplementação, teoricamente não há necessidade de se começar com a fase de “loading”, e mesmo até 9 dias após cessada a suplementação com Creatina, observa-se o efeito dela no organismo. Recentes estudos continuam a demonstrar os efeitos benéficos deste ergogênico, que proporciona, como um e efeito secundário ao aumento de energia, o aumento da massa muscular. O caminho pelo qual a Creatina exerce este papel ainda não está bem elucidado. Há hipóteses de que ela retém líquido, mas pesquisas atuais demonstram uma elevação da síntese de proteínas seguida por um aumento de tecido muscular (hipertrofia), como um estudo coordenado por Volek publicado no Medicine Science Sports Exercise (1999), que após 12 semanas em treinamento de força observou aumento de massa corporal, massa magra e aumentos na estrutura muscular. A Creatina não figura na lista de substâncias dopantes do COI (Comitê Olímpico Internacional) que a considera um constituinte dietético natural, legal e seguro ao consumo. Não há relatos de efeitos colaterais devido ao uso de Creatina por atletas. Outra pesquisa, publicada também no Medicine Science Sports Exercise (1999), concluiu que a suplementação com Creatina – seja a curto médio ou longo prazo – não induz a efeitos deletérios nos rins de indivíduos saudáveis. É importante ressaltar que a pesquisa incluía atletas suplementados há cinco anos com Creatina. Outro fator importante para a utilização da Creatina sem prejuízo à saúde está relacionado a sua qualidade, que pode ser verificada através do método de análise chamado HPLC (High Performance Liquid Chromatography) o qual mede o grau de pureza desta matéria-prima. Assim, bons suplementos de Creatina devem utilizar matérias-primas testadas por HPLC, atestando o grau de qualidade e pureza de seu produto. Por Silvia Elena Mantovani, nutricionista da Probiótica * Araujinho Qualificação: Instrutor Técnico registrado pelo Confef – Conselho Federal de Educação Física – nº 000072/T-SE, CREF – Conselho Regional de Educação Física – e pela FSCMF – Federação Sergipana de Culturismo Musculação e Fitness – reconhecida pelo COB – Conselho Olímpico Brasileiro e filiada a IFBB – International Federetaion Of Body Building -; árbitro de Culturismo e Fitness da FSCMF; vice-campeão sergipano de Musculação, Técnico em musculação pela NABA, Federação Paulista de Musculação, Consultor Fitness em exercícios resistidos e acadêmico do curso de Educação Física pela Universidade Tiradentes – Unit – e ex-acadêmico da Universidade Federal de Sergipe – UFS. Dúvidas e Sugestões: araujinhopersonal@infonet.com.br / (0xx79) 9978-6799. O conteúdo das colunas assinadas no Portal InfoNet são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.