Mulheres revistadas por PMs nas Loja Marisa prestam novo B.O.

 

As irmãs Simone e Mônica Matos, que foram acusadas de furto nas Lojas Marisa do Centro de Aracaju e prestaram queixa pelo crimes de constrangimento e racismo, registraram um novo Boletim de Ocorrência junto à Polícia Civil de Sergipe. Desta vez, o registro foi feito contra um dos funcionários da loja. A Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE) confirmou a informação.

A decisão de prestar um novo boletim ocorreu quando o advogado das vítimas, Giordano Silva, teve acesso à prints de um grupo de WhatsApp denominado “Ações Preventivas!!”, no qual funcionários de lojas alertam a presença das vítimas no centro comercial.

Em um dos prints, um dos membros enviou a seguinte mensagem: “As ‘3 vítimas de racismo’ do episódio da Marisa estão na área. Voltaram à ativa depois de uma pausa. Acabaram de entrar na Torra.” Nas mensagens, o homem ainda descreve quais as cores das roupas que as mulheres estão vestidas e um outro envia uma foto delas.

O advogado conta ainda que, além das mensagens e fotos, um áudio contando como seria o suposto “modus operandi” delas também foi enviado ao grupo. “Geralmente, elas agem da seguinte forma: entram, se espalham por dentro da loja e aí saem catando um monte de coisa. Se botarem pressão, se a prevenção botar uma pressão grande, o que é que elas fazem? Elas têm cartão de todas as lojas, elas pegam uma coisa pequena, uma coisa simples e vai passando no caixa. Mas se der um vacilo, elas arrastam, sem pena”, diz o integrante do grupo no áudio.

Giordano conta que um novo inquérito foi aberto e que a Polícia já solicitou imagens das câmeras de segurança da loja para ajudar na investigação. O advogado afirmou que também participou de uma reunião com a delegada responsável pelo caso. “A Marisa também é responsável nesse segundo caso, já que a pessoa que cometeu a calúnia é funcionário e fez em horário de trabalho e no desempenho de suas funções.”, afirmou o advogado.

SSP

Sobre o inquérito instaurado anteriormente envolvendo as duas irmãs e a Marisa, pela Delegacia Especial de Crimes Homofóbicos, Raciais e de Intolerância (DACHRI), vinculada ao Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV),  a SSP afirmou que já está em fase final de instrução e conclusão. Sobre as atuais acusações, a pasta disse que o caso também já está sendo apurado também no âmbito do DAGV.

Marisa

Em resposta ao Portal Infonet, as Lojas Marisa afirmou que, após a apuração dos fatos, o funcionário, autor das mensagens no grupo, foi afastado imediatamente. “A Marisa lamenta o ocorrido e não compactua com qualquer atitude discriminatória e reforça que condutas como esta não refletem o posicionamento da empresa. Continuaremos empenhados na conscientização de todos os nossos funcionários, reforçando treinamentos em todas as lojas”.

Entenda

A babá, Simone Matos, 38 anos, e a empregada doméstica, Mônica Matos, de 46, são irmãs. No dia 16 de dezembro de 2023 , elas estavam na loja escolhendo roupas quando foram abordadas por policiais e encaminhadas a uma sala para que tivessem seus pertences revistados. A situação foi filmada por uma terceira mulher da mesma família e o vídeo viralizou nas redes sociais. Na ocasião, nenhum objeto ilícito ou de furto foi encontrado com elas. Elas prestaram um boletim de ocorrência pelos crimes de constrangimento e racismo.

À época, as Lojas Marisa emitiu comunicado informando que demitiu uma funcionária e que não tolera práticas discriminatórias. O caso está sendo acompanhado pela Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Sergipe (OAB/SE).

Por Luana Maria e Verlane Estácio

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