Marcos Cardoso
PDS, PFL ou DEM, o partido sucedâneo da Arena dos tempos da ditadura militar segue sua trajetória de efêmeras glórias e retumbantes fracassos. Extinto e recriado algumas vezes, o mesmo velho partido da direita tenta inovar-se agora se fundindo ao PSDB. Dará certo? Será a recriação da UDN, aquele partido dos velhos coronéis que um dia mandaram com ares de novidade antes do golpe de 64? Dificilmente conseguirão voltar a mandar, pelo menos enquanto não enxergarem que o Brasil pós-Lula mudou, que milhões de brasileiros ascenderam na vida e que o povão rejeitado pelos liberais tupiniquins também chegou ao poder.
Definhados, hoje, PSDB e DEM juntos não possuem sequer o número de deputados federais que apenas um deles possuía em 1998. No período, o PMDB e o PT mantiveram-se estáveis. Se o PFL existiu por 20 anos, o DEM possui tempo de vida bem menor, apenas quatro anos. Veja esse texto escrito por este colunista em janeiro de 2007, intitulado “É o fim do PFL?”, prevendo a morte do famoso pefelê:
“Vinte anos de ascensão e queda do PFL. Esse poderia ser o título de um ensaio sobre a história do Partido da Frente Liberal entre os anos 1986 e 2006. A vida pefelista no período poderia ser descrita como uma parábola, que sai de um ponto inercial, sobe e depois decai ao nível inicial. A coincidência histórica é que o partido que se iniciou na cena política brasileira elegendo apenas um governador, de Estado pequeno e de importância relativa — no caso, Sergipe —, chega ao ponto crucial da sua existência fazendo somente um governador de unidade federada também sem muita importância — agora, o Distrito Federal.
Duas décadas atrás, o PFL foi a exceção à regra do PMDB. Com o fim do bipartidarismo e dos presidentes militares, o partido de Ulysses Guimarães estava possuído do encanto de quem ousou fazer oposição ao regime, que representava o novo, daí ter conseguido eleger quase todos os governadores, à exceção de Sergipe. Desta vez, quando não há um partido hegemônico no mapa eleitoral nacional, o solitário governador eleito pelo PFL foi José Roberto Arruda.
Filosoficamente acomodado às circunstâncias, neto da conservadora Arena, pois nascido da dissidência do PDS, que sucedeu àquela, o PFL nunca foi de fato um partido de decidir sozinho ou de liderar um bloco, mas de acomodar-se às circunstâncias, de grudar com oportunismo ao projeto do mandatário da hora, não importando se do personalista Fernando Collor ou do suposto social-democrata Fernando Henrique.
No Planalto, só foi de fato importante no primeiro governo civil pós-regime, de Tancredo Neves/José Sarney (1985-1990), após somar-se ao PMDB para derrotar Paulo Maluf no colégio eleitoral. Sarney, o político mais antigo em atividade no Congresso, aonde chegou como deputado federal em 1955, foi da UDN, da Arena, do PDS e também do PFL antes de se filiar ao PMDB já no exercício da Presidência.
Com a subida de Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto, em 2003, pela primeira vez o PFL ficou longe daquilo que mais gosta, o cheiro do couro das poltronas do palácio. Figurou como aliado dileto dos tucanos durante os dois governos de FHC (1995-2002), manteve-se no posto nas duas derrotas para Lula, mas nem como coadjuvante tem conseguido manter-se com a mesma importância. Alguém aí se lembra quem foi o candidato a vice-presidente da República na chapa de Geraldo Alckmin? (Acrescentaria hoje: e de José Serra na última eleição?)
O PFL já não tem o Nordeste como principal reduto eleitoral, certamente uma conseqüência da decadência do coronelismo da região — vide a emblemática derrota de Antônio Carlos Magalhães na Bahia, ampliada pela queda do eterno cúmplice João Alves Filho em Sergipe. E já não mandando no Nordeste, o partido perde em representação. Se ainda mantém alguma força no Senado, onde é dono da segunda maior bancada, com 16 senadores, se ressente da falta de tônico muscular na Câmara. Num lapso de três eleições nacionais, o PFL deixou de ocupar nada menos que 40 cadeiras de deputados federais. O PFL está em crise, disso não há dúvida.” (E em quatro eleições, perdeu 61 deputados)
Deputados federais eleitos pelos quatro maiores partidos
Partido |
1998 |
2002 |
2006 |
2010 |
PT |
59 |
91 |
83 |
88 |
PMDB |
83 |
88 |
89 |
79 |
PSDB |
99 |
71 |
65 |
52 |
PFL (DEM) |
105 |
84 |
65 |
44 |
Quadro atualizado. Fonte: DIAP
O alerta do Greenpeace
Com o título “Alerta geral: o mundo já está sofrendo com o aquecimento global”, a entidade ambiental Greenpeace divulgou no Brasil o seguinte aviso: “Como é típico dos seres humanos, o mundo acordou agora, um tanto atrasado, para o aquecimento global: no momento em que a água começa a bater no joelho. Literalmente. Basta ligar a TV e prestar atenção às notícias diárias: enchentes, expansão de desertos, incêndios provocados pela seca e nevascas fortíssimas. Precisamos abrir os olhos, cobrar ações efetivas das autoridades e evitar danos maiores para nosso futuro.
Falando em conseqüências, no Brasil o cenário de mudanças climáticas é bem explícito:
• Atualmente, somos o quarto maior colaborador para o aquecimento global do mundo;
• O desmatamento da Amazônia é responsável por 75% da emissão brasileira de gases;
• Em 2070, nesse ritmo, a floresta amazônica poderá se transformar num grande cerrado.”
O texto se encerra com dicas de como o homem, no seu dia-a-dia, pode ajudar a impedir a destruição do planeta:
Além das conseqüências, é preciso cuidar também das causas! Por isso, vamos exigir a adoção de medidas contra o aquecimento global. Além do governo, você também pode contribuir fazendo a sua parte:
• Economize energia elétrica: não guarde alimentos quentes na geladeira, use lavagem a frio na máquina de lavar, troque lâmpadas incandescentes por fluorescentes;
• Dispense sempre que puder os saquinhos plásticos, e quando não for possível, reutilize-os para armazenar o lixo;
• Separe os materiais recicláveis e incentive a coleta seletiva no seu condomínio, bairro ou cidade;
• Use sempre materiais de limpeza biodegradáveis;
• Ao comprar produtos de madeira, verifique sempre a origem e exija o selo FSC;
• Peça e ofereça carona, além de divertido, você contribui para diminuir a poluição.
Você pode ver mais no www.greenpeace.org/brasil