Terrorismo e vandalismo: reflexos do bolsonarismo no Brasil

Caroline Moema Dantas Santos

Mestranda em História Comparada pelo Programa de Pós-Graduação em História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHC/ UFRJ)

Integrante do Grupo de Estudo do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq)

E-mail: moema@getempo.org

Orientador: Prof. Dr. Dilton Cândido Santos Maynard

A manifestação do STF sobre os ataques golpistas do Brasil. Revista Veja. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/coluna/radar/a-manifestacao-do-stf-sobre-os-ataques-golpistas-em-brasilia/>. Acessado em: 10 de janeiro de 2023.

 

No último dia 08 de janeiro, as sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal foram invadidas por bolsonaristas que alegam ter havido fraude nas eleições de 2022. Os invasores gravaram vídeos ostentando o resultado de suas ações. As frases mais comuns entre os participantes eram: “poder não se ganha, se toma” e “quebramos tudo”.

Os vídeos foram divulgados em aplicativos e redes sociais virtuais como Instagram, Twiter e o TikTok, mostrando o estrago causado pelos bolsonaristas, que logo foram classificados como terroristas. O grupo direcionava seu ódio à figura do presidente Lula, aos integrantes do Partido dos Trabalhadores (a quem chamam de comunistas) e àqueles que formam a legitimidade suprema do Brasil, como Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. O conceito de terrorismo é adequado a essas ações, pois ele é compreendido como o modo de impor a vontade pelo uso sistemático do terror ou como o emprego criterioso da violência para fins políticos.

É importante lembrar que, após o resultado das eleições, os bolsonaristas montaram, em todo o Brasil, acampamentos em frente aos quartéis, para reivindicar intervenção militar. Entre outras ações, a violência era incitada e o discurso antidemocrático era propagado. O que mais chama a atenção é a leniência das forças policiais e dos responsáveis pela segurança pública brasileira, que não agiram de forma a inibir e desarticular essas ações. Alguns desses acampamentos só foram desmontados após as invasões do dia 08 de janeiro.

Como disse o professor da UFRJ, Francisco Carlos Teixeira, à revista Carta Capital (matéria publicada no dia 09 de janeiro deste ano), o Capitólio à brasileira é fruto de um triplo apagão de segurança, de inteligência e tático. Essa constatação é possível porque tamanha selvageria só ocorreu graças à anuência das forças de segurança do Distrito Federal, que só chegaram ao local, de maneira efetiva, horas depois da invasão permitindo a devastação dos três maiores símbolos da democracia no Brasil.

As ações dos terroristas foram desaprovadas por líderes de diversos países, principalmente, por elas atentarem contra a soberania dos três poderes e da democracia do Brasil. Após a conclusão das investigações, espera-se que os envolvidos sejam presos. O mundo inteiro está acompanhando a situação, porém a apuração dos fatos interessa sobretudo à maioria dos brasileiros, que preza pela manutenção da democracia.

 

Para saber mais:

O Capitólio à Brasileira é Fruto de um Triplo Apagão. Carta Capital. Disponível em: <https://egnews.com.br/brasil-diversos/o-capitolio-a-brasileira-e-fruto-de-um-triplo-apagao/>. Acessado em: 11 de janeiro de 2023.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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