A sergipana Rafa Castro, estilista independente e designer da marca de moda autoral Severinas, foi responsável pela criação da roupa usada por Expedita Ferreira Nunes, filha de Lampião e Maria Bonita, durante o desfile da Escola de Samba Mancha Verde, ocorrido no último fim de semana, em São Paulo. O trabalho desenvolvido pela sergipana, que já destaque quando o assunto é moda autoral, ganhou destaque por ter levado a sergipanidade ao carnaval paulista.
Em um vídeo publicado em sua rede social, a estilista contou que a roupa foi criada a partir de aspectos da cultura nordestina e sergipana, além de elementos alusivos à cultura do Cangaço.
“A grande referência foi criar o conceito da princesa do cangaço. Uma vez que ela é filha do rei e da rainha do cangaço, ela não poderia vir com outro conceito que não fosse de uma princesa. Para a roupa, eu usei elementos que eram muito presentes nas vestimentas dos cangaceiros e elementos muito fortes na cultura do nordeste, como por exemplo, couro de bode, couro de tilápia, e a cabaça, que era muito presente nas vestimentas dos cangaceiros”.
Rafa Castro afirmou ter buscado materiais produzidos de forma sustentável e destacou a escolha da chita para compor a vestimenta. “Para contemplar as flores dos bordados, trouxemos a chita, que é um tecido muito comum, muito presente na cultura dos nordestinos até os dias de hoje. As chitas passaram por um processo de tingimento, que trouxe sofisticação para que ela não brigasse com a renda irlandesa”, explica.
A renda irlandesa, ícone da cultura de Sergipe, foi um dos destaques da roupa. “A renda irlandesa é um patrimônio cultural imaterial de Sergipe e é tombado pelo IPHAN. Só Sergipe faz essa renda e o nosso estado é o maior polo fazedor de renda do mundo. Na cidade de Divina Pastora, a Associação para o Desenvolvimento da Renda Irlandesa de Divina Pastora (Asderen) é a única que tem o selo do INPI, ou sena, a patente de fazer renda irlandesa com excelência”, afirma. Além desses materiais, a estilista conta que utilizou também a renda de bilro, material comum nos municípios de Poço Redondo e Canindé do São Francisco.
O assunto repercutiu nas redes sociais. O Governo de Sergipe usou sua conta oficial no Instagram para destacar a escolha da renda irlandesa. “Com um “saber-fazer” que virou Patrimônio Imaterial de Sergipe, a renda irlandesa abrilhantou ainda mais a roupa de Expedita Ferreira, filha de Lampião e Maria Bonita, durante desfile da escola de samba paulista, Mancha Verde, no último domingo, 19. A peça foi desenhada pela estilista independente Rafaela Castro e contou com trabalhos manuais de mais de 14 pessoas. Entre elas, dona Alzira Santos, uma das rendeiras mais experientes do município de Divina Pastora. Que momento incrível! O trabalho, a cultura e os talentos do nosso Estado ganhando, cada vez mais, destaque e reconhecimento!”.
O perfil da Renda Irlandesa também sem manifestou nas redes sociais. “A convite da Severinas, pudemos participar desse momento marcante para o Nordeste que foi homenageado nas passarelas carnavalescas pela escola de samba Mancha Verde. A renda irlandesa junto com a Severinas vestiu Dona Expedita, filha de Lampião e Maria Bonita, , que influenciaram diretamente na cultura nordestina. Peças exclusivas, desenhadas e confeccionadas para atravessar a avenida contando nossa história. Unimos talentos e rendamos esse lindo trabalho cheio de história e representatividade”.
Por Luana Maria e Verlane Estácio
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