Se você quer mudar os frutos, primeiro tem que trocar as raízes – quando deseja alterar o que está visível, antes deve modificar o que está invisível ( T. Harv Eker )
Caminhar ou correr pelas ruas, praças e pistas tornou-se um hábito cada vez mais frequente em nosso dia a dia; e considera-se como um excelente exercício aeróbico, com a vantagem de ser uma prática desportiva que não causa lesões osteoarticulares quando bem orientada.
Em geral, quando os corredores procuram o serviço médico é por apresentar dor ou incapacidade no tendão de Aquiles; Sabemos com certeza que essa estrutura é que liga a musculatura da panturrilha (“batata da perna”) à parte posterior do osso calcâneo, trabalhando no movimento de flexão plantar do pé.
Na corrida, recebe boa parte do impacto da pisada e no momento seguinte realiza o movimento de arrancada do pé para a próxima passada.
Muitos iniciantes ou não treinados que exageram nas primeiras corridas já experimentam as dores da inflamação nesse tendão, a tendinite do Aquiles. Outros corredores já treinados que passaram a usar uma superfície mais dura, como o asfalto, também já tiveram essa sensação incômoda de dor.
Apesar de ser o tendão mais resistente do corpo humano, ele não suporta exageros,por isso é que às vezes, mesmo com todos os cuidados e com medidas preventivas, ele pode se inflamar, como acontece com os atletas (ou iniciantes de atletismo) que fazem provas longas, meias maratonas, maratonas ou ultra-maratonas.
Além de longos percursos e das superfícies duras, outros fatores podem ocasionar uma tendinite do Aquiles: as freadas feitas com o calcanhar (comum nos tenistas), a fricção local provocada por calçado inadequado (tênis com canos altos e duros), passadas velozes em terrenos com aclive, pés cavos e rígidos, pisadas com hiperpronação e principalmente a falta de alongamento no tendão antes da corrida (muito comum nos amadores).
Quadro Clínico
A tendinite ocorre ao longo do tendão, podendo ser mais dolorosa num ponto específico, por isso é muito importante que de início, é preciso diferenciá-la das bursites retro calcâneas e das apofisites do calcâneo, localizadas no ponto onde o tendão prende-se ao osso.
Nos casos leves, aparece dor ao se utilizar o tendão, uma dor difusa quando ele é alongado e muitas vezes dor localizada com digito pressão, o que se reconhece é que quase sempre, nesses casos leves, o atleta (ou iniciante) relata que a dor desaparece no transcorrer da corrida para reaparecer depois.
Nos casos mais graves, a dor é mais forte, o edema é nítido e a crepitação se faz presente, além disso a dor não desaparece e até piora com a corrida, provocando incapacidade para os exercícios, e infelizmente a marcha pode ser prejudicada e a subida de escadas é dolorosa.
É lógico que nos casos leves em que o tratamento não é rapidamente instituído a lesão pode se tornar crônica, e se observa de que a pessoa consegue correr suportando dores leves, mas a incapacidade após a corrida é muito grande, podendo surgir períodos sem dor com recidivas frequentes, mas infelizmente nesses casos o tratamento se mostra muito mais longo e difícil.
Os casos mais sérios podem evoluir até o rompimento parcial do tendão, que pode ter indicação cirúrgica, especialmente nos atletas, mas graças a Deus o diagnóstico clínico é soberano, salientando porém que a ultrassonografia ajuda muito por mostrar espessamento fusiforme e redução da ecogenicidade do tendão.
Causas de Tendinite
• Exagero de percursos (muito longos)
• Distâncias longas em iniciantes
• Tênis inadequado
• Pés hiperpronados
• Superfícies muito duras
• Aumento repentino da velocidade
• Freadas com o calcanhar
• Falta de Alongamento
• Palmilha que não absorve impactos
• Aumento brusco da velocidade
• Fricção do Calçado
• Corrida em temperatura muito fria
• Pés cavos e rígidos
• Velocidade excessiva nas subidas
Terapêutica
• Suspensão imediata e obrigatória do treinamento,aplicação de gelo 30 a 40 minutos (3 a 4 vezes por dia).
Atenção: nunca colocar o pé e o tornozelo em baldes com gelo e/ou água gelada
• Uso de antiinflamatórios orais ou tópicos
• Fisioterapia à base de ultrassom e raios laser
• O uso de imobilizações gessadas pode estar indicado na dependência de dores e da gravidade da lesão
• Os casos leves e bem tratados costumam regredir em uma ou duas semanas,no entanto observamos de que os mais graves se recuperam em 3 ou 4 semanas
• Os casos crônicos podem receber indicação cirúrgica de remoção do tecido cicatricial ao redor da lesão e que acaba por exercer pressão sobre o tendão.
Após a Recuperação da Tendinite?
A volta às atividades deve ser lenta e gradual, é fundamental a correção dos fatores que causaram a tendinite. O uso de palmilhas anti-impacto e saltos internos não rígidos com altura de 1 cm (para reduzir o movimento do tendão) são importantes medidas de prevenção no retorno às atividades.
Em qualquer caso, os exercícios de alongamento são obrigatórios antes de qualquer atividade, sabe-se que a atividade física é sempre bem-vinda, mas deve ser realizada sempre com uma adequada orientação de um professor de educação física, observando sempre de forma bastante criteriosa que deve ser de acordo com o sexo, a idade e a capacidade de cada indivíduo.
Uma Boa Semana, muita Paz e Saúde….