Halo inútil de rala alegria.

Escrevo nesse espaço desde “O cheiro de Zé Praxedes”, em Junho de 2007.

Antes perambulei por alguns jornais, espaço que ocupo só para exercitar meus neurônios, brincar com os miolos de meus leitores, fazê-los exercitar-se, tentando dar outra versão, a minha!, nunca fingindo sonso, impoluto, nem querendo angariar louros, em prata, lata ou ouros.

Poder-se-á dizer, que nos meus escritos, para alguns críticos, há um pouco de “ouro de tolos”, mineral de douro fosco enganador, Pirita,  adscrita ao Dissulfeto de Ferro, ou FeS2, de pouca nobreza e real desvalor.

Com valia ou desvalia, a crítica sobra ao desagrado daquele que não consegue, porque lhe falta engenho e arte, criação e boa métrica, para assim compor melhor, preenchendo a lacuna, que por estar vazia me recebera sem nada opor.

Todavia, se há uma reclamação, uma repulsa ou mesmo um desagrado é do meu vocabulário, coisa de quem lê bastante muitos livros, e sem o querer ou querendo, exibe-se em demasia, ferindo oiças nas fuças, em ruídos de abusos.

Em verdade, se há maus usos em desabusos, estes acontecem porque eu leio os livros, ditos “errados”, e por via de consequência, escrevo também coisas tortas ou entortadas, justo aquelas que nem mereceriam ser rascunhadas, mesmo que o fossem por açoite e ironia, acoite afoito em atoice golpe por cilada, erve para bedelhar o vulgo, justo do lado oposto, ao que campeio nos meus passeios.

Voleios que nem mesmo deveriam existir, segundo alguns, que à falta de patíbulos vários, pecúnias coimas e doutas delendas, a se amparar e recorrer, o meu persistir em parco abrigo; os incomoda! Coitado de mim, tão sem vocação para santo!

Porque nesse abrigo, quase isolado de pertença, sorrio sobremodo sem ser puro ou hemi perfeito, ao ver como é suave, suasória e viril, a verve curul, atribuída a Marco Tulio Cicero (106 a.C. – 43 a.C.): “ridendo castigat mores”. Isto é:  “sorrindo, ou melhor, ridicularizando ou satirizando, corrige-se os costumes”. Um desafio que alcanço magras vezes, recebendo maus olhados e apedrejes no caminho.

Que posso fazer, se o chiste me pareceu bom e o riso me satisfez plenamente, mesmo que depois sobre uma compunção bem merecida?

Da palavra, diz-se que fere mais e melhor, que a própria adaga afiada nos dois gumes.

Há, contudo, feridas desferidas, nunca para tanto desejadas, mas…, o que fazer se o grume e o ciúme, o estrume e o perfume, vingam no lume e no queixume, do que foi alvejado e atingido?

A título de exemplo de queixa semelhante, bem vale referir a célebre frase “Ó tempora, ó mores” do mesmo Marco Tulio Cicero em pregação sucessiva contra os costumes de seu tempo e contra Lucius Sergius Catilina (108 a.C.- 62 a.C.), um senador e militar, hoje jazido, perdido e esquecido na história romana, não fossem as celebres orações “Catilinárias” de versos, rotineiramente repetidos: “Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? Até quando, Catilina, você abusará da nossa paciência?

Do abuso e da impaciência, sabe-se que alguém vingou Catilina, porque Cicero foi depois enredado sem culpa entre os assassinos de Caio Julius Cesar (100 a.C. – 44 a.C.), sendo chacinado no terror promovido por Marco Antônio e Otávio Cesar, alguém se encarregando de pregar as mãos de Cicero nas paredes do Senado.

Como da frase célebre, cabe a repetição de troca de gato por lebre, sem bom aprume por chorume de desarrume, alguém sempre repete, tentando ainda, cavoucar algum estrume, por chiste melhor por pilhéria : “Quo usque tandem abutere, Bolsonaro, patientia nostra?

 

Ou seja, vale a verve, o cheirume, e até o espanca-nume, por mal combate de quem usa as figuras míticas, agora por incômodo maior, enquanto Mito, no canto do povo.

 

Até quando, minha gente, Bolsonaro os incomodará?

 

Sobretudo agora: inelegível, culpado de todos os crimes, salvo “Fishing Expedition”, ou pescaria probatória, embora se saiba que de vacinas não tomadas e bijuterias recebidas, por ganho ou mimo; “nullum crimen, sine previa lege”, não há crime quando não há anterior legislação.

 

E aí, por eterno retorno, voltei ao que me afastava, em sendo, mais uma vez, aquele que escreve o que não deveria, jamais!

 

Dizer ainda que aplaudo sem ir às ruas o Ex-Presidente Bolsonaro, que continua perseguido junto com o americano, Donald Trump, a francesa Marine Le Pen, a italiana Giorgia Meloni e até esse argentino Millet, salvo engano, arrepiado e arrupiado, que meio mundo de gente já o conhece desde criança no berçário, e já o abomina por se declarar anticomunista!

 

Ah, os comunistas! Quantos poucos ainda a resistir em maré vazante quando explicitados em siglas e blocos, mundo à fora!

 

Mas, o que fazer se todos podem se mimetizar, por ofídia ecdise ou equimose de má porfia, tudo por falsa terceira via?

 

Não foi assim com tantos fazendo o ELE, ELE lelé, ainda hoje!, e sem conseguir explicar se da cangalha muar descem ou continuam, vendo tantos a mourejarem nas celas dos presídios, por um crime tosco, quanto ingênuo de um patriotismo tolo, estropiado?

 

 

 

E nesse escangalhar mal explicado e apurado em tanta vilania, eis que se aproxima o “Sete de Setembro”, com o Hino Nacional soando saudoso e distante, a merecer de alguns, e só de alguns, o olvido mouco do ano terrível que passou.

 

E a Bandeira?

 

Será que alguém esqueceu, que nunca dantes em tempos nossos, fora a Nossa Bandeira, Lábaro Pátrio da Mãe Gentil, tão exaltado e amado, só porque o Mito despertara à Nação, em Sua veneração, para o nosso respeito e carinho?

 

Alguém se lembra que antes do Presidente Bolsonaro, confundia-se por piada jocosa o Nosso Hino, com um nó suíno, e a Bandeira muitas vezes foi queimada e aviltada com desprezo?

 

Hoje tudo isso é boa ou má memória.

 

Vivemos, tempos melhores; amoráveis!

 

Em novo afino, o Hino é o mesmo, e a Bandeira também.

 

O que muda é a sua passagem e o seu desfile, quase chorando, sem justo ufano, vendo seus filhos, quase num exalo, por halo inútil de rala alegria.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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