Há livros que eu leio e esqueço. Alguns eu abandono logo nas primeiras folhas
Em verdade, sou lento em tudo, sobretudo na leitura, riscando alguns trechos na tentativa de memorizá-los, para poder repeti-los em muletas de vã sabedoria.
Debalde! Embora pensem de mim diferente, eu não nasci para exibir sabença, nem pelo menos decorar!
E quando digo decorar é no sentido de memorizar, de repetir como um papagaio, dar a lição de cór, ou “par coeur”, como dizem os franceses, inserindo o coração, onde o cérebro é quem lembra o bom responso, daquilo que alguém memorizou e dele sabe falar, sem qualquer cola-consulta anterior.
Se nunca fui bom em dar lição de “cór e salteado”, como se dizia no tempo em que me exigiam por recito a tabuada.
Em semelhante toada, ou dela destoando, também não sei decorar, no sentido de fazer decoração, arrumar e embelezar o espaço orthonormal Euclidiano, tridimensional circundante e circunstante do nosso viver e existir, e que mais das vezes no nosso resistir e empestear, teimamos em desarrumar tudo, por crescente entropia e decrescente utopia, espécie de distopia que aleija e estropia, requerendo um decorador, um organizador de ambientes interiores de convívio, ou mesmo bem gerir e usufruir os sufocantes espaços estreitos que preenchemos, procurando o alívio no ambívio, desconforto, no pouco conforto, em preço e custo.
Nesse particular de custo e preço, minha nora Maíra, esposa de meu Junão querido, é formidável decoradora de espaços e eventos, seja ele para batizado, casamento, aniversário, o seu toque sendo de um excelente bom gosto, tudo findando iluminado.
Sem querer propagandear ou enaltecer em lisonja impura, direi aos que querem promover um evento bonito em a chamando, muito será elogiado pelos seus convivas.
Mas, quanto a mim, nesse campo de iluminuras e decorações, eu não ilumino nada.
No máximo eu sou razoável na arrumação de um layout, arranjar espaços numa gaveta, numa mala de viagem, num armário de vestes caindo fora de moda, na boa escovação de baterias de cozinha, pratos, panelas e talheres, essa coisa que sempre sobra por final de toda festa, quando o conviva vai embora com a tripa gaiteira muito cheia, querendo jiboiar somente, porque ninguém é de ferro.
Todavia, nesse campo organizacional, de baixelas, pratos e talheres, enquanto cenário de uma batalha acontecida, excluídos os cálices e vidrarias utilizados em rastros de batons e sobejos outros labiais, ablui-los é para mim um perigo, sobretudo após o consumo de alguns copas de vinho, poucas taças de jeropiga, exíguos cálices de digestivos licorosos, para os que se adoram açucarar, ou de conhaque, por aqueles plenos em hemoglobinas glicadas e frutosaminas elevadas, que usam aquela copa larga aconchegante, destinada a preencher e ocupar a mão inteira do bom degustador, “quelqu’un(une) bien informé ou très compétent connaisseur” (“ou connaisseuse”), porque nesses ranços etiquetais, existem muitos sábios a se exibirem em tolices, sempre se desequilibrando na fina haste do copo, acompanhando um bom cafezinho recém passado, e de um havana de fumos vários envenenado.
Se desse veneno não mais trago, evito o estrago de lavar taças ou cálices e tulipas, sempre restando um caco bebum de um dano indesejado.
Mas, se não recebo louvor, por tal labor terminal por ablução de pratos, talheres e caçarolas, continuo preferindo lavar tudo no final do repasto, que deixar ampla desordem e sujeira, na pia da cozinha como vejo ser comum enquanto chamariz da sempre cosmopolita, e nunca ausente; “periplaneta” americana.
Mas, por que falar de baratas se nesse campo de bem decorar a lição e a declinação, derivei por outros descaminhos, quando o assunto que eu queria falar era justo da minha incompetência em memorizar, sofrendo à Bessa (ou à Beça?) no conjugar do verbo Ètre e Avoir, justo na terceira pessoa do singular du Present de l’índictif, na pronúncia do “Ils sont”, e do “Ils ont”; um com o som de “ilsson” (il çom), e o outro com o som de “ilszom” (il zom).
O problema vinha quando eu era cobrado na recitação do verbo, afinal quando um eu conjugava çom, era para ser zom, e depois quando eu dizia zom, era para ser çom; uma tortura. E mais das vezes terminava em choro por tamancadas, afinal usava-se aqueles tamancões de madeira que cantavam e decantavam uma vivaz pedagogia.
Isso tudo depois de muitas repetições de étais e avais no imparfait com ai em som de é aberto; ai été e ai eu, com ai em som de ê fechado, e o eu com som de û mais parecido com i, em biquinho, tudo no passé composé.
Sobre o Passé Composé e Madame Sevigné, versou a tese de minha saudosa professora Maria da Glória Menezes Portugal, quando de seu Concurso Para Professor Catedrático de Francês do Antigo Atheneu Sergipense, dissertação que repousa, sem jamais ser “oublié”, nas minhas estantes.
De minha Professora Glorita, lembro dos seus relatos desse concurso, refutando a banca examinadora do certame que ousara argui-la, não em Português, como alguns o desejaram, em falsa gentileza à monoglota plateia, mas em Francês, como a candidata assim se preparara, língua de Chateaubriand e Racine, como bem deveria se esperar, idioma de Baudelaire, de Claudel, de Péguy e de Exupéry, recentemente relembrado, e até de Rabelais, em chistes satíricos bem pouco oníricos de Pantagruel, nunca cruel e insaciável, e de seu pai Gargantua, tudo em respeito necessário à cultura e literatura da velha Lutécia.
Voltando aos verbos Ètre e Avoir das minhas lembranças, havia para mim, outras conjugações não menos dissonantes como fus e eus, no passé simple, havais été e avais eu no Plus-que-parfait, ( “que je trouvais magnifique”), e o plus-que-gentment, serai e aurai no futur, serais e aurais no Conditionel, parando por aqui, porque muito pior é aprender alemão, onde as desinências podem ser toscas, mas não o são as declinações.
Continuando a declinar por minhas dificuldades, direi que nunca consegui decorar uma poesia.
Quando declamo alguma, no canto ou no verso, logo embaralho tudo, troco o verbo, confundo a rima. É um caso sério!
Eu tenho um amigo que anda e vira desembesta nos saraus recitando.
Outro dia ouvi-o embevecer um salão ditando de Camões o mor soneto de fulcral pertinácia do amor e do desejo:
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia ao pai, servia a ela,
e a ela só por prêmio pretendia.
Os dias na esperança de um só dia
passava, contentando-se com vê-la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel, lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que por enganos
lhe fora assi negada sua pastora,
como se a não tivera merecida,
tornando já a servir outros sete anos,
dizia: –Mais serviria, se não fora
para tão longo amor tão curta vida.
Minha irmã mais velha, Nina Maria, falecida tão nova aos trinte e dois anos, recitava na sua adolescência, aluna do Colégio das Freiras, o Colégio Nossa Senhora de Lourdes, hoje resistente shopping do Mercado Central de Aracaju, no início dos anos sessenta, o poema Chat, Chat Chat, letra da pequena canção, então dever escolar: “La chanson du chat qui dort”, de Tristan Klingsor (1874-1966).
Resgato-o na internet, por lembrança da sua voz pueril hoje tão distante, quarente e cinco anos passados.
Chat, chat, chat,
Chat noir, chat blanc, chat gris,
Charmant chat couché
Chat, chat, chat,
N’entends-tu pas les souris
Danser à trois les entrechats
Sur le plancher ?
Le bourgeois ronfle dans son lit
De son bonnet de coton coiffé
Et la lune regarde à la vitre :
Dansez souris, dansez jolies,
Dansez vite,
En remuant vos fines queues de fées.
Dansez sans musique tout à votre aise
A pas menus et drus
Au clair de la lune qui vient de se lever,
Courez, les sergents de la ville dans la rue
Font les cent pas sur le pavé
Et tous les chats du vieux Paris,
Dorment sur leur chaise,
Chats blancs, chats noirs ou chats gris.
A lembrança me vem, sobretudo como temática inicial, porque do auditório que cada um construímos no viver, sempre resta alguém, um gaiato qualquer, que no afã de concluir melhor, para “charlar”, palavra nova de quem quer aparecer e não consegue.
À menina estudiosa que sempre fora sobrou um motejo por bostejo, justo com os Chats, Chats, Chats, repetidos em cascata: – “Chá matte, chá de sidreira, chá de quebra-pedra, chá de aroeira, chá de camomila, chá de sabugo…”
Desnecessário dizer que o vulgo, à falta de um “chá de semancol”, postava-se em chiste jocoso, para um auditório emburrecido, que sorriu também, por não ouvir o t silenciado, em tantas vezes responsado, junto com o ronrono do gato em seu miado, e sobretudo dos sorrisos provocados, por tantos souris dançantes, sem música, num imundo excesso de jaça, sempre sem graça e sem sizo, mesmo au clair de la lune.
Vale, portanto traduzir a fala do canto sem o mesmo brilho do poema no original.
A canção do gato adormecido
Gato, gato, gato,
Gato preto, gato branco, gato cinza,
Gato mentiroso encantador
Gato, gato, gato,
Você não consegue ouvir os ratos
Dançando a três em entrechats
No chão ?
O burguês ronca em sua cama
Do seu boné de algodão usado
E a lua olha pela janela:
Dance ratos, dance lindamente,
Dance rapidamente,
Abanando seus belos rabos de fada.
Dance sem música à vontade
Com passos pequenos e ásperos
À luz da lua que acaba de nascer,
Corram, sargentos da cidade para a rua
Andando na calçada
E todos os gatos da velha Paris,
Durma na cadeira deles,
Gatos brancos, gatos pretos ou gatos cinzentos.
Ao desviar-me relembrando Nina Maria, minha irmã, direi que mesmo vivendo pouco, realizou-se como esposa e mãe de três filhos, hoje vendo de longe os netos que lhe chegaram, ela que se realizou também como Promotora Substituta de Justiça, chegando mesmo a usar a tribuna do júri nos seus verdes anos.
Mas, voltando ao mote inicial, como é difícil para mim decorar!
Tereza, minha mulher, decora tudo, sobretudo o preço mais barato de uma liquidação enganosa, nos shoppings daqui e de fora, em viagens que rotineiramente fazemos.
No caso de música, basta ouvir uma vez que ela repete o canto e a letra.
E ela peleja comigo para eu decorar, pois tenho boa voz e o faço com afino, mas cometo o desatino, diz-me ela, um esbulho clandestino de criar.
Quanto aos preços das mercadorias, basta-lhe um lance de olhos para desmistificar uma liquidação enganosa.
Quem quiser que duvide da sua certeza, por memória, valendo tudo até nas nossas viagens que têm sido muitas, onde o idioma é estranho mas o preço é marcado só por um lançar de seu olhar distraído.
Se não consigo memorizar, ouso entender, raciocinar, tentar uma nova solução, sobretudo se for um armengue qualquer a título de conserto de algo que enguiçou, em minha velha mania de recuperar um eletrodoméstico, qualquer coisa eletrônica, e até um computador.
Mas, se Tereza guarda tudo na lembrança, e ninguém a vence no que arquiva na cachola, ela se perde fácil no mapa e no rumo, quando saímos desvendando novos caminhos em ambientes nunca dantes descobertos.
Eu que dela não gosto de me afastar estou sempre retendo-a para que não aconteça de perdê-la.
O curioso é que nas nossas andanças, quando eu me perco ela se acha, o que é uma coisa incrível!
Certa vez em Lisboa, num retorno da Basílica de Fátima, eu fiquei totalmente desorientado com uma repreensão que tomei de um Sacristão na Igreja onde repousam Francisco e Jacinta, alguma coisa que me perturbou os açúcares, e na volta da excursão o ônibus nos deixou, a pedido não meu, mas de Tereza, justo à frente de El Corte Inglês, de onde, por sua exclusiva orientação, chegamos a pé ao Hotel de nossa estada. Eu estava perdidinho da silva!
De outra feita, hospedados em Mestre, cidade vizinha a Veneza, tomando ônibus e vaporetto, tudo sob minha orientação exclusiva, mapa à mão, chegamos à Piazza San Marco, a praça mais importante de Veneza, sem guia nem GPS, onde visitamos o imponente Palácio Ducal, o Museu Correr e o Campanário, de onde se tem uma das mais belas vistas da cidade.
Fomos pra lá e prá cá, só guiado por minha ousadia e bússola interior. Fomos a Rialto, sobe aqui, desce acolá, sem se perder no emaranhado de gôndolas e canais.
Fomos ao Lido, que guia me levaria, se eu é que queria ali chegar, justo onde Thomas Mann concebeu “Morte em Veneza”, drama de Gustav von Aschenbach, em crise pessoal e artística, apaixonando-se perturbadoramente por um adolescente Tadzio, em meio a uma epidemia de cólera ocultada pelas autoridades do romance?
Tereza queria ir a Murano e ali vimos a atuação artística e artesanal na moldagem de vidros etc. Tudo que nos foi possível em descobertas.
Quando foi na volta do passeio eu me embaralhei de tal modo e foi aí que ela se achou, justo na saída do vaporetto. – “Vamos por aqui que nós vamos encontrar uma loja de ventilador e estaremos próximos ao ponto do ônibus”.
Sem acreditar, porque não tinha jeito, segui sua orientação sem discutir, e ela repetindo uma a um a descrição do caminho percorrido na vinda, até uma tal “loja de ventilador”.
O curioso, e aí é que vale da história contar, porque a loja não era de ventilador mas de artigos náuticos, com a vitrine exibindo vasto acervo de hélices de barcos grandes e pequenos. Minha mulher estava certíssima porque logo vimos os ônibus, a viagem findando feliz.
De outra feita, estávamos na Turquia visitando as ruinas gregas de Hierápolis Antik Kenti e as Termas de Pamukkale na Anatólia.
Embevecido com tanta história espalhada alonguei-me no passeio, terminando desgarrado do grupo.
Em verdade, o desgarramento acontecera porque minha mulher resolveu utilizar um transporte para duas pessoas, recusando participar de um outro ,onde cabiam dez ou doze.
Eu até queria viajar no carro maior, por mais em conta, mas minha mulher cismou com uma organizadora que pusera o “Seu Machado e a mulher” como recheios e rateios, sem ao menos consultá-la.
Eu que lhe sou obediente em tudo, preferi-a viajando bem feliz na frente do carrinho, enquanto eu, não tanto assim, passeei todo o tempo “dis costas”.
Se foi daí o nosso desgarramento do grupo, o fato é que muito feliz com as descobertas históricas das ruinas encontradas eu me perdi da saída do parque, o local onde nos aguardavam os ônibus para Cuçadaki, à margem turca do Mar Egeu.
Tínhamos saído do lado contrário do parque, justo num local que nos pareceu perigoso, cheio de mascate a oferecer quinquilharias, enquanto o dia se escondia sem nenhum sinal do grupo.
Finalmente, com muita dificuldade de entabular informações, conseguimos nos comunicar com alguns taxistas que identificaram quem era a nossa guia, localizando-a por telefone.
Este providencial taxista nos levou, por estradas curvas e estreitas, noite à dentro ao encontro do nosso ônibus que nos aguardava.
Esse meu desencontro de memória acontecera porque o nome da guia eu perdera completamente. Seria Aisha? Ascha?
Minha mulher que memorizara o nome certo, salvou tudo, pois foi por ela que o taxista localizou nossa guia por celular, e por consequência o ônibus para prosseguimento da viagem.
Enfim, anda e vira eu perco algo que preciso memorizar.
Encerro o meu relato, embora muita coisa pudesse dizer e contar, do que me falta e do que me preenche numa vida com Tereza.
Um bom amigo disse-me um dia, em nos contemplando felizes e sempre juntos e nossa prole bem formada.
O segredo viria do fato de eu ser Canceriano e ela Taurina.
Disse-me ele: – “Câncer é aquoso e touro arenoso. Água e terra misturados formam lama, humus de onde tudo bem floresce”.
No meio dessa mistura muito esforço, muita luta, muita caminhada sempre unida. Três filhos, meus atletas, todos notáveis, Daniela (com Mário Henrique), Machado (com Aline) e Junior (c0m Maíra), e meus netos, dois de cada: Pepo e Celo, da primeira, Vini e Julinha, do segundo, e as gêmeas Isabela e Luisa (do terceiro), só para dizer que ser avô é incomparável!
Por outros amparos conta uma historia ligada à mitologia grega que no princípio existiam três sexos: homem, mulher e a junção deles, um ser dotado de quatro cabeças e quatro pernas, algo que talvez fosse octópodes como a aranha, o guaiamu ou o polvo.
Tinha porém uma cabeça com dois rostos virados para lados opostos e meio arredondados.
Esses seres quase perfeitos, filhos do Sol da Terra e da Lua, eram os “Andróginos”, mistura do Homem (andros) e da Mulher (gynos).
Por imperfeição formada, os sexos não se encontravam, e os lábios por mais que o quisessem, nunca se tocavam.
Conta-se que, por desejos irrefreáveis, estes seres quiseram ser deuses.
E o deus maior, Zeus, por seus gritos incomodado, resolveu separá-los em duas bandas como a uma maçã, acrescentando do castigo, o rosto ficando nas costas e o sexo no lado oposto.
Surgiram dois seres que se contemplavam, os dois curvados de quatro à terra e ambos copulando com a mesma terra, sem reproduzir, nem gerar fertilidade.
Como houve muita tristeza e fome, os dois abraçados aos gritos, em desejo comum sem arrefecimento que os fizessem felizes, Zeus fez nova cirurgia virando suas partes reprodutoras, que estavam nas costas para a nova frente, onde estavam agora os seus rostos, permitindo que num abraço, eles pudessem se unir novamente.
Assim, eles que antes copulavam com a terra (a mãe natureza) agora poderiam copular uns com os outros, porém a alma saberia que só o reencontro com sua antiga metade em um abraço os libertaria da saudade e da busca eterna.
Diz-se daí vir o mito da “alma-gêmea”, onde cada ser, homem ou mulher, busca na vida encontrar a sua metade perdida.
Verdade ou mito, há uma musiquinha de canto terno e risonho de Tonico e Tinoco que bem diz assim:
Que beijinho doce
Que ele tem
Depois que beijei ele
Nunca mais amei ninguém
Que beijinho doce
Que ele tem
Depois que beijei ele
Nunca mais amei ninguém
Que beijinho doce
Foi ele quem trouxe
De longe pra mim
Se me abraça apertado
Suspira dobrado
Que amor sem fim
Coração quem manda
Quando a gente ama
Se estou junto dele
Sem dar um beijinho
Coração reclama
Coração quem manda
Quando a gente ama
Se estou junto dele
Sem dar um beijinho
Coração reclama
Que beijinho doce
Foi ele quem trouxe
De longe pra mim
Se me abraça apertado
Suspira dobrado
Que amor sem fim
Que beijinho doce
Que ele tem
Depois que beijei ele
Nunca mais amei ninguém
Que beijinho doce
Foi ele quem trouxe
De longe pra mim
Se me abraça apertado
Suspira dobrado
Que amor sem fim
O que sei é que feliz é o homem e a mulher que não passam nessa vida, que é única, sem encontrar o seu ser, seu complemento.
Eu encontrei o meu, e desde 4 de outubro de 1971, cinquenta e três anos juntos, “depois que beijei ela, nunca mais beijei ninguém”.
Nem pretendo!