Hamas, Yuval, Argentina e outros problemas.

Nunca subestime a estupidez humana
Yuval Noah Harari
21 lições para o século XXI

Hamas, Yuval, Argentina e outros problemas.

Israel foi atacado, quer se defender, repelir o ataque solerte a si assestado, e vem sendo criminalizado mundo a fora.

Por livre opinião, Yuval Noah Harari, festejado autor dos bestsellers, Sapiens,  Homodeus, e 21 lições para o século XXI, dividiu a folha 18 da Edição de LeFigaro da sexta-feira 13, da semana passada, com o ensaísta Pascal Bruckner, cujo pensar vale referi-los.

Em testemunho pessoal, Harari destaca sem comover: “Em Israel, estamos vivenciando o retorno das horas mais sombrias”.

 

Textos de Yuval Noah Harari e de Pascal Bruckner no LeFigaro, sexta-feira 13 de outubro.

Pascal Bruckne, menos comovente, mas voraz denunciante, por percuciente, ressalta que no enxergar de sua luneta, estão colimados o LFI e o Hamas justo na solidão, dos “salauds”, não tão bastardos, como assim o mereceriam, nem tão pouco tão idiotas ou desgraciados, como parecem.

No mesmo jereré ou na sua idêntica tarrafa, Bruckne reúne entre peixes-pedras, baiacus e moreias, e uma miríade de sobrenadantes peçonhentos, juntando nesse arranhento o partido francês, La France Insoubmisse, da nova esquerda de  Jean Luc Mélenchon, justo aquela gauche que não afundou, com a queda do muro de Berlim, nem precisou fazer sessão de autocensura para saber onde claudicou, porque disposta continua a refazer as amplas por velhas; descomposturas!

Para estes, “salauds” todos quase, ou quase muitos em maioria, levando junto por mal acompanhado o Brasil, esse gigante colosso tão sereno, quanto ameno, café pequeno no aceno universal, mas insuspeito de ser rude e radical na ação global por inzoneiro, essa palavra tola da nossa canção mais terna.

Inzoneiro que parece quase sujo, sale”, ou “salaud”, hémi salaud”, com nosso governo inimputável sempre, quanto aos crimes que comete, e insuspeito também de repeti-los mais ainda, por dizer-se assaz afável, amorável e confiável, em contumácia deplorável.

Livros de Yuval Noah Harari – Sapiens, Homo Deus e 21 Leçons pour le XXI sièclee

E pior agora ao rejeitar o seu retrato no espelho, do que foi e do que tem sido, junto com a nossa “conspícua tradição judaico-cristã”, na cruz estribada, em tantos crimes evitados, nesta Terra de Santa Cruz, mas nunca suficientemente reconhecidos, onde o calvário possui eitos próprios, sempre ressequidos, a denunciar o que não foi, nem aconteceu, mas que vem sendo pintado, retratado e copiado, desfocado em cores negras e rubras, esmaecidas, por excedentes reparos, em sede eterna de sangue.

E nesse nosso amplo sofrimento de pouco sangue derramado, tropeçamos pior, tentando apagar o dolo e rasurar o erro, sem esquecer nem evitar os trancos, os solavancos, e os gracejos saltimbancos, pois os cometimentos de erros pecados, veniais e eventuais, e outros mais incidentais por mais venais, sempre podem ser anulados, perdoados e refeitos, quatro em quatro anos à luz da refrega, enxaguados nos lava-jatos necessários ao som do discurso e do palanque.

Não pode  a história pátria, num processo cíclico de barbárie restar mais imputável por pior, e dantescamente apavorante, conjugando o real, o impossível, o terrível e o imaginário, por melhor ficção do samba enredo escolhido, ou do ensaio científico de qualquer uma Think-Thank insuspeita, justo agora enaltecidas, em variegados véus e coloridos solidéus, agnósticos e pernósticos por infiéis, e os muitos laicos, cujo lacrar faz pose de moderno, de sempiterno e de hodierno, nos fartos e velhos, prosaicos vícios, que levam todos e a qualquer um para o inferno, como agora no endosso rebolado filisteu, porque ao timbre da cuica, do afoxé, do triângulo e da concertina, não cabem todos nessa agitação nova de tolerância filistina, só por rebeldia apenas?

Não dizem estes displicentes que Culpado ficou Israel por não ter protegido a contento sua cabeça?

Por outro lado, não imprecam estes valentes, tão tolerantes, quanto bem pior por imprudentes: – “Quem manda isolar um povo pacífico como o filisteu, jebuseus e outros cananeus, numa banda exígua de terra, a Faixa de Gaza, cercada de areia ressequida por todos os lados, menos por um lado solteiro, de um salgado mar, Mediterrâneo, justo sem água de beber e se banhar, pouca coisa pra comer e muita raiva para esconder, num quase gueto, ou “campo de concentração nazista”, em suprema heresia nazifascista, por odienta razia sionista, contra tantos santos palestinos, ousando rejeitar o seu destino conquistado, usando o terror como arma de seu fervor nunca tão a contento desalmado?”

Assim, eis Israel sendo convidado a vingar desabonado pelo mundo em nova diáspora.

– “Quem manda se achar “povo escolhido por Deus”, se nesses tempos deslembrados pelos deuses, Deus vem cada vez mais escanteado, em templos erodidos e vazios, e preces não mais repetidas por já esquecidas?”

Nesse contexto sirvo-me das conclusões ingênuas de Yuval Noah Harari, escritor notável dos bestsellers “Sapiens”, “Homo Deus” e “21 leçons pour le XXI siècle” (21 lições para o século XXI), que abandonei em 21/10/2015, na página 188, e a ela voltei no dia de ontem, 21/10/23, encontrando a sua chamada por epígrafe: “Ne jamais sous-estimer la bêtise humaine” (nunca subestime a estupidez humana), esperando encontrar alguma esperança para esses tempos tormentosos.

Em verdade, como disse anteriormente, Yuval Harari permaneceria esquecido na minha biblioteca se não tivesse aparecido na Edição do Le Figaro de sexta-feira, 13 passado, justo um dia tido como aziago, o artigo acima citado, e que vale repetir: “Em Israël, nous vivons le retour des heures les plus sombres” (Em Israel nos vivemos o retorno das horas mais sombrias), texto originalmente publicado em 11 de outubro no Washington Post.

O texto de Harari me chamou atenção porque, longe de trazer uma explicação para o inexplicável, acusa o Primeiro-Ministro, Benjamin Netanyahu, justo o líder maior do Estado de Israel de 1996 a 1999, e depois de 2009 a 2021, e no poder de novo a partir de 2022, vencedor nos quatro últimos escrutínios eleitorais, que nas conclusões do escritor “é o maior responsável pelo ataque do Hamas”.

“Mutatis, mutandis”, vi o Capitão Jair Messias Bolsonaro, um Presidente notável, por correto, realizador e jamais corrompido em quatro anos assediado, sendo acusado das mortes da COVID19, das queimadas da Amazônia, das Milícias Cariocas, da Seca e da Fome no Nordeste, e até dos balaços disparados equivocados contra a dita amena, Marielle, quando justo havia e sempre os há, alvos melhores, merecedores mesmo, restando imunes e impunes, penso eu, tudo o que a nossa imprensa infernizou em quatro anos de governo, com o “capitão de pijama” que lhes respondeu mostrando brio e coragem, no seu cercadinho, quase sozinho, arrodeado por gente simples, a céu aberto, a contemplar uma nação que não se vira tão feliz, em esperanças de bandeiras exaltadas.

Quase igual, repito eu, ao Mito Capitão, na acusação de Yuval Harari:  “qualquer que seja a responsabilidade atribuída a Israel, ela não explica a disfunção do Estado, e o grande culpado é Netaniahu”.

E aqui vale a pena destacar um outro  Harari, isto é, um outro texto seu que bem valeria encimá-lo por epigrafe: “A história não é um conto de moralidade”.

Algo que soa melhor do que o aforismo Jobiniano: “O Brasil não é para principiantes!”

Todavia, segundo o mesmo Yuval, “a disfunção de Israel pode ser explicada muito mais pelo populismo do que pela alegada imoralidade”, conceito a suscitar controvérsias, diante da “bétise humaine” (estupidez humana).

Estupidez que não se afiança com a sua agremiação preferida, que deve ser em terça via ideológica, afinal é vasta a decepção, diante do infausto acontecido, pois segundo ele, “Durante muitos anos, Israel foi governado por UM POPULISTA, UM GÊNIO DAS COMUNICAÇÕES”, valendo o grifo, por destaque necessário para acrescentar que Netaniahu é um gênio das comunicações, mas um primeiro-ministro incompetente.

E aqui vale destrinçar o seu parecer conclusivo, afinal “Netaniahu  sempre priorizou seus interesses pessoais em detrimento do interesse nacional e construiu sua carreira dividindo a nação contra si mesma. Ele nomeou pessoas para posições-chave com base na sua lealdade e não na sua competência, recebeu o crédito por cada sucesso sem nunca assumir a responsabilidade pelos fracassos e parecia dar pouca importância a dizer ou ouvir a verdade.

Uma catilinária que bem se aplicaria a toda alimária pátria lançada contra o Mito Capitão, quando se esperaria uma delenda contra o Hamas, e não contra Benjamin Netanyahu, incluindo a sua coligação criada em Dezembro de 2022, tida por ele como mais danosa.

Tal coligação “é uma aliança de fanáticos messiânicos e oportunistas desavergonhados”– prossegue Harari, incomodado com estes últimos- “porque  ignoraram os muitos problemas que Israel enfrenta – incluindo a deterioração da situação de segurança e se concentraram em ganhar poder ilimitado através do seu favor. Para este fim, adotaram medidas extremamente conflituosas, espalharam teorias de conspiração escandalosas sobre instituições públicas que se opunham às suas políticas e rotularam as elites que servem o país como traidoras do ‘estado profundo’”.

Sem explicitar o que foi tal ‘estado profundo’, Harari denuncia que o governo hebreu fora advertido repetidamente pelas suas próprias forças de segurança e por numerosos especialistas de que as suas reformas estavam a colocar Israel em risco e a minar a dissuasão israelita numa altura em que as ameaças externas se intensificavam.

Nesse sentido, “quando o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa Israelense solicitou uma reunião com Netanyahu para o alertar sobre as consequências das medidas governamentais, Netanyahu recusou-se a encontrá-lo”.

Recusa que se mostrou maior quando até o Ministro da Defesa, Yoav Gallant, por ter soado o alarme da fraqueza estratégica, fora despedido por Netanyahu, gerando uma indignação popular, que o fez reintegrá-lo no posto, evidenciando que a calamidade acontecida agora tivera suas razões já esperadas.

No parecer de Harari, tal comportamento ao longo de muitos anos tornou possível esta calamidade que atingiu Israel.

Se foi ou não a causa do desastre acontecido, falhas aconteceram, e perante a estupidez humana, ninguém está seguro em vizinhança como o terror.

Independente da opinião que se tenha sobre Israel e o conflito judaico-palestino, Yuval Harari assesta seu megafone, alertando contra o populismo que corroeu o Estado israelita e que “deveria servir de aviso a outras democracias em todo o mundo”.

Para Yuval Harari, “Israel ainda pode salvar-se da catástrofe. O país ainda tem uma vantagem militar decisiva sobre o Hamas, bem como sobre os seus muitos outros inimigos. A longa memória do sofrimento judaico galvaniza a nação hoje. As Forças de Defesa de Israel e outros órgãos estatais estão a recuperar do choque inicial. A sociedade civil está a mobilizar-se como nunca antes, preenchendo as muitas lacunas deixadas pela disfunção governamental. Os cidadãos esperam em longas filas para doar sangue, acolher refugiados da zona de guerra nas suas casas e doar alimentos, roupas e outras necessidades”.

Nestes tempos difíceis, conclama o autor de Homo Deus, contemplando o homem mais afim com Asmodeus do que com Deus, sua imagem e semelhança: “Apelamos aos nossos amigos em todo o mundo para nos apoiarem. Há muito a criticar no comportamento passado de Israel. Não mudaremos o passado, mas devemos esperar que, uma vez assegurada a vitória sobre o Hamas, não só responsabilizaremos o nosso atual governo, mas que os israelitas também abandonem as conspirações populistas e as fantasias messiânicas – e que façam um esforço honesto para realizar os ideais fundadores de Israel: democracia interna e paz externa”.

Na mesma página do LeFigaro, com um texto engajado e panfletário, em populismos outros contemplados, Pascal Bruckner, critica os dirigentes do partido “La France Insoumise” (A França Insubmissa) por seu apoio ao Hamas, enquanto movimento terrorista, vendo aí um despertar banal e assaz equivocado do velho ranço antissemita na Europa.

Ranço assumido também, bem abaixo da linha do Equador, pela nossa esquizofrênica esquerda pátria.

Eis agora de novo o Populismo sendo execrado como culpado, afinal a França vem sofrendo sucessivamente com ataques islamofóbicos, com destaque  para os funestos atos contra o Charlie Hebdo, o Bataclan e os recentes assassinatos de Padres e Professores, sem falar das Igrejas Vandalizadas, a requerer políticas mais restritivas contra a imigração descontrolada.

No momento em que as liberdades públicas amordaçam e manietam o cidadão, ataques como os do Hamas, e outros semelhantes ao das Torres Gêmeas do New York Center, revelam-se, segundo vasto pensamento crescente, impossíveis de serem contidos a bom termo, a perdurar o atual cenário legal vigente no ocidente.

No contexto parisiense, Pascal Bruckner questiona o comportamento atual de Jean-Luc Mélenchon, outrora um fervoroso defensor de Israel e do secularismo, condenando os ataques ao Charlie Hebdo e agora inserido no campo de homens barbudos, assumindo frenéticas palavras de ordem e antissionismo apoplético.

– “Seria puro eleitoralismo em relação aos bairros, oportunismo político, preocupação em conquistar o coração do novo povo? – pergunta o Ensaísta.

Porque no entender de Bruckner, o líder da França Insubmissa bem deveria ser renomeada como França Indecente por suas observações cada vez mais equivocadas.

“Não teria ele afirmado, durante uma entrevista recente, que Jesus tinha sido colocado na cruz pelos ‘seus próprios compatriotas’, num velho cliché antissemita rejeitado pelo Vaticano II em 1965?”

 

Nesse sentido, o seu conglomerado Nupes, ou NPA, por seus elogios ao Hamas e ao Partido dos Povos Indígenas da República, o NPA poderia ser rebatizado de “Novo Partido Antissemita”.

Por outro lado Pascal Bruckner requer medidas administrativas drásticas, contra a presença da Irmandade Muçulmana na França e na Europa para o seu combate, objetivando desmantelar as suas redes de financiamento, dissolver as suas organizações e narizes falsos humanitários, prender os seus líderes ou expulsá-los, mesmo que isso signifique colocar-nos em desacordo com a Turquia de Erdogan.

Em seu reforço, Bruckner cita o livro “Judeus na Terra do Islã”, do historiador Bernard Lewis recordando uma palavra que circulou no Médio Oriente em 1973 durante a Guerra do Yom Kippur: combatendo primeiro o povo da sábado, depois o povo do domingo. Os judeus e depois os cristãos.

Para ele o jihadismo global, sunita ou xiita, manipulado por Moscou e Teerã tem suas armas em guerra total apontadas contra o Ocidente, e massacrarão com o mesmo entusiasmo tanto o povo do Livro do Talmud, quanto o do Novo Testamento.

Para além do Médio Oriente, conclui Pascal Bruckner, “as pessoas decapitadas e estripadas de Sderot e Ashkelon prenunciam o que nos poderá acontecer se continuarmos a fazer pactos com estes monstros”.

Se a coisa ferveu em demasia na sexta-feira 13 no Le Figaro, na Argentina viu-se a vitória do candidato governista Sérgio Massa, frente ao multi-demonizado candidato “ultraliberal”, Javier Milei, mostrando que uma inflação descontrolada tem os seus felizardos apoiadores.

Vá-se compreender o povo!

Vá-se compreender a democracia!

E eu pensando que a moeda precisava ser preservada, para manutenção da vergonha de um povo.

Como de vergonha ou da falta dela tudo voga, o noticiário recente falou de um bandido abatido num combate com a polícia do Rio de Janeiro.

Pela notícia, o morto era um figura importante, não da polícia, mas da milícia, que tudo gesta e mal atesta no sorriso carioca.

E o resultado foi um protesto com trinta e cinco ônibus incendiados, com o estado policial atônito e cada vez mais acuado.

Cada um com seu Hamas, seu terror e seus problemas.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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