MST Sergipe participada da Jornada Nacional para a reforma agrária

(Fotos: Luiz Fernando/MST Sergipe)

Com o lema “Ocupar para o Brasil Alimentar”, a Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária iniciou em todo o país na segunda-feira, dia 15, e segue até a sexta-feira, dia 19, com diversas atividades em memória aos 28 anos das mortes dos mártires de Eldorado do Carajás, e em celebração aos 40 anos de lutas do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras sem Terra (MST).  Em Sergipe, o movimento ocupou a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Aracaju (SE), de forma a somar à mobilização fruto de uma parceria entre servidores e servidoras do Incra com o movimento.

De acordo com o servidor do Incra, Nelson da Silva Neto, os dias de mobilização são para chamar a atenção para a questão da reestruturação das carreiras, das melhorias de condição de trabalho, contra o sucateamento do Instituto. “Se não há recursos para manter as políticas públicas pelas quais nós somos responsáveis e pelas quais a gente precisa atender o nosso público alvo, o público de reforma agrária, quilombolas, o proprietário da terra da maneira geral, como vamos viabilizar a Reforma Agrária? Houve um entendimento junto ao MST, já que nós somos parceiros, para realizar as mobilizações e ocupação de maneira unificada como forma de avançar nos processos de negociações das queixas que apontamos”, disse.
No dia seguinte, terça-feira, foi realizada uma audiência pública com o superintendente do Incra em Sergipe, André Milanez, diretores da instituição, e representantes do movimento em Sergipe, de maneira a dialogar sobre as pautas dos assentamentos e acampamentos de todas as regiões do estado. Foram apontadas as demandas e as dificuldades das famílias, que buscam, através do Incra, a regularização das terras, entre outras questões problemáticas e que necessitam de atenção para viabilizar a Reforma Agrária.
Para Zé Roberto, da Direção Nacional do MST, a parceria com o Incra é uma forma de lutar pela viabilidade da Reforma Agrária, uma vez que, com o sucateamento do Instituto, a execução das políticas públicas se tornarão inviáveis. “Estamos apoiando uma pauta que nos atravessa diretamente, pois são eles quem executam as políticas públicas que regularizam as terras e promovem a reforma agrária, por isso, estamos aqui com uma vasta programação de diálogos, audiências com o poder público, para cobrar essas melhorias que irão beneficiar a todos nós”, explicou.
Ocupar para o Brasil alimentar!
Além da ocupação no Incra, no dia 15, aconteceu a ocupação da Fazenda Cimento Brava, localizada na região entre o Centro Sul sergipano e a Bahia, com a presença de cerca de cem famílias, e com o objetivo de ocupar um latifúndio em busca de fazer uma transformação na produção de alimentos saudáveis. Para que, assim, cumpra-se com a tarefa de fazer a reforma agrária.
A ocupação faz parte da programação da Jornada de Lutas e ocorreu de maneira pacífica, sem represálias ou violência policial. É necessário salientar que latifúndios improdutivos devem ser transformados em possibilidades de fonte de renda para as famílias que sobrevivem do plantio e colheita. Somente com a Reforma Agrária será possível avançar e erradicar de uma vez por todas a fome em nosso país.
Sessão Solene
Para finalizar a programação em alusão à Jornada Nacional de Lutas, no dia 17, quarta-feira, na Câmara do Vereadores de Aracaju, aconteceu uma sessão solene em homenagem aos 40 anos do MST e em memória dos mártires de Eldorado do Carajás. A sessão foi programada para acontecer durante a Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária, integrando a programação do Abril Vermelho, e na ocasião, também foram mencionadas informações sobre o 7o. Congresso Nacional do MST.
A iniciativa é de autoria do vereador Camilo Daniel (PT) , com o intuito de fazer referência à Jornada de Luta deste ano, cujo tema é “Ocupar para o Brasil alimentar!”, que denuncia o criminoso massacre de 21 trabalhadores Sem Terra, conhecido como o Massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996, no estado do Pará.
“Hoje, dia 17 de abril, estamos aqui para rememorar o Massacre de Eldorado dos Carajás. Nesta casa, estamos fazendo história, pois há 15 dias, mais ou menos, fizemos uma sessão sobre os Institutos federais, onde os estudantes entraram e participaram, mostrando que aqui é a casa do povo e todo o povo deve estar presente. Por isso, quero registrar que é um momento também de celebrar os 40 anos do Movimento Sem Terra e a importância da luta pela Reforma Agrária, junto às trabalhadoras e trabalhadores do movimento. Essa é uma sessão solene para celebrar o movimento que luta pela defesa da agricultura familiar, pelo campo e pela erradicação da fome”, concluiu o vereador.
Fonte: Ascom/MST Sergipe 

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