Doze motivos para conhecer o Circuito das Águas do Sul de Minas

Sabe aqueles passeios que você se surpreende? Caxambu e São Lourenço disputam a capital do circuito, mas há atrações em um roteiro que abrange 14 municípios. De fato, a primeira tem seu charme e possui o principal Parque das Águas. São Lourenco oferta um gama de hotéis, restaurantes e centrinho mais agitados. O Tô no Mundo foi conferir junto com a Verdear Turismo e traz aqui doze motivos para conhecer o Circuito das Águas do Sul de Minas, além de dicas do que fazer no seu entorno. Ah!!! Hospedagem e gastronomia com certeza farão parte do roteiro. As cidades são próximas e a dica é reunir, no mínimo, cinco dias, para tirar um deles só de boa e curtir os outros dias no circuito que abrange, cafezais, degustação de doces e queijos, igrejas centenárias e passeios de charrete pela cidade, claro, com direito às aguas hidrominerais.

Balneário hidrotermal de Caxambu, no Parque das Águas
Balneário hidrotermal de Caxambu é uma das atrações do Parque das Águas

Parque das Águas de Caxambu

Principal atrativo da região, o Parque das Águas é o ponto indispensável, já que é nele a maior concentração de águas hidrominerais do mundo, contando com 12 fontes e um gêiser. Há cinco fontes icônicas e históricas recheadas de histórias de personagens da corte real e personalidades que fizeram parte da construção da região, a exemplo da Fonte Conde D’Eu e Dona Isabel (anemia), Fonte D. Pedro (digestiva), Fonte Viotti (renal), Fonte Dona Leopoldina (fígado e intestino) e Fonte Venâncio (pressão arterial), entre outras. A Fonte Mayrink é a única que possui três torneiras, cada uma com um gosto e propriedade.

O Parque das Águas é um atrativo e tanto para se conhecer o Circuito das Águas do Sul de Minas
Doze motivos para conhecer o Circuito das Águas do Sul de Minas

É interessante observar famílias inteiras bebendo das águas das fontes, transitando entre moradores que cultivam os jardins. Há também belos conjuntos arquitetônicos de coretos e o Balneário SPA com seus vitrais e piscinas cobertas com disponibilidade de serviços em verdadeiros complexos arquitetônicos históricos. No parque também há um teleférico que liga ao ponto mais alto da cidade, o Morro de Caxambu, e inúmeras espécies da Mata Atlântica e bambuzais.

Há também o gêiser Floriano de Lemos, que jorra água mineral sulfurosa em intervalos indefinidos. A pressão do gás é tão alta que a fonte “explode” pelo menos três vezes ao dia, formando uma coluna de água mineral de até 8m de altura e de temperatura média de 27°C.  Rua João Carlos, 100 – Caxambu – MG. Segunda a Domingo e feriados, das 8h às 18h. Entrada paga R$ 10

Parque das Águas de São Lourenço

Diferente do Parque da vizinha Caxambu, as oito fontes são padronizadas e de diferentes propriedades, inauguradas para o público em 1932. A mais conhecida delas, a Fonte Oriente, é a que fornece água para a marca de água São Lourenço, envasada desde 1890. O parque também possui uma capela devotada a Bom Jesus dos Montes, lojinhas, restaurantes, lagos com pedalinhos e outras atrações e um pórtico interessante com a linha arquitetônica da cidade ao fundo e um jardim japonês. Há também o Balneário SPA São Lourenço. Praça João Lage, 87 – Centro, de segunda a domingo, das 8h às 17h20. Entrada paga; R$ 16.

São Lourenço

Visitar uma fábrica de queijo e doces

Não é difícil chegar em Caxambu e os condutores de charretes oferecerem os serviços, incluindo uma visita a uma fazenda de produção de queijo ou que oferece um almoço bem mineiro no forno à lenha.

Eu visitei a Fazenda São Cristóvão e com certeza deverá fazer parte dos doze motivos para conhecer o Circuito das Águas do Sul de Minas. Em um casarão datado do início do século XIX (Anos 30), a família na quinta geração ainda preserva alguns móveis, mas o forte são os queijos produzidos de forma artesanal há mais de 30 anos. A agradável fazenda tem um lago que transitam pavões, patos e galinhas, com fazendinha para visita e um paineiral, ou seja, a árvore que por vezes solta um tipo de algodão chamado paineira e cobre o chão de branco.

Fazenda São Cristóvão tem uma produção de queijos artesanais há 30 anos

Na fazenda também há um restaurante Vó Silvana que recentemente começou a funcionar com galinha caipira, torresmo, o feijão tropeiro mineiro e outras delicinhas acompanhadas de doce de jabuticaba. A fazenda possui uma lojinha de queijos, doces e cachaças mineiras, com destaque para os queijos curados e tipo Canastra. A Fazendinha fica a 2km do centro de Caxambu e é aberta ao público. Para almoço de grupos, faz-se necessário agendar.

 Conhecer o hotel mais antigo do país em funcionamento (Hotéis Caxambu- Palace – Bragança e Glória)

Hotel Caxambu, um dos ícones da hotelaria do circuito
Hotel Caxambu, um dos ícones da hotelaria do circuito

Conhecer a história de Caxambu está intrinsicamente ligada com o apogeu das suas aguas e aporte de indústrias ligadas a elas. Diz a história que a Princesa Isabel fazia uso das águas de uma das fontes ferruginosas, localizada no lado esquerdo das margens do ribeirão do Bengo, para curar uma suposta infertilidade. Na verdade, as águas ferruginosas da fonte são indicadas para a anemia, o verdadeiro problema da Princesa. O fato é que a gravidez imediata contribuiu para a maior notoriedade da água, alcalino-gasosa e alcalino-terrosa, altamente ferruginosa. Fez as águas de Caxambu ganharem o mundo por suas propriedades e ali aportaram também uma gama de serviços para acolher a demanda de gente que procurava a cidade.

O antigo Cinema Caxambu, a praça 16 de Setembro, a Escola Padre Correia de Almeida o prédio da estação ferroviária, a igreja de Santa Izabel da Hungria, de Nossa Senhora dos Remédios, entre outros prédios públicos, além do antigo hotel Caxambu (1884), hotel Palace (1892) e hotel Bragança (1896) e mais recente, o hotel Glória (1933) compõem uma volta ao passado da cidade.

O Hotel Caxambu é considerado o mais antigo do Brasil em funcionamento ininterruptamente, com 140 anos; com seu mobiliário, obras de arte, o Palace enrique a histórica do sul de Minas que já foi considerado o maior hotel do país na época, o Bragança com sua vizinha privilegiada do parque recebia a Princesa Isabel e o Glória com sua suntuosidade, já foi cassino e recebeu inúmeros eventos e personalidades, hoje hotel SPA com arquitetural conventual.

 

 Visitar uma fazenda de café

Baependi
Baependi e o Café Seival

Ao citar os doze motivos para conhecer o Circuito das Águas do Sul de Minas poderia recorrer a inúmeras fazendas de café que fazem sucesso na região, mas fui conhecer a Seival, no município de Baependi. Os visitantes a bordo de um ônibus da fazenda chegam até a casa da propriedade e percorrem o cafezal ao fundo com uma bela vista da cidade. O visitante conhecer a diferença entre os principais cafés conilon e arábica. Na fazenda o principal é o catuaí amarelo, uma subespécie brasileira cultivada na Serra da Mantiqueira, com sabor adocicado e com diferentes torras. Logo depois de visitar o cafezal, os visitantes percorrem a área de seca ao ar livre e podem conhecer como acontece a torra, a moída e a embalagem. A visita custa R$ 50.

Igreja Matriz de Baependi

A Paróquia foi criada em 1752 com o nome de Paróquia Santa Maria de Baependi. Em 20 de janeiro de 1754, a Paróquia recebeu como doação as terras destinadas a construção da Igreja Matriz com o título de Nossa Senhora do Monserrat de Baependi, datada de 1795 e tombada pelo Iphan. Sua talha, seus arcos, suas capelas, artes sacras e a capela da beata Nhá Chica compõem a obra prima mineira, de formato eclético, voltado para o clássico e barroco.

 

Baependi

Santuário da Beata Nhá Chica

A fé é forte e por sê-la uma lendária mineira transformou o Estado é um dos que mais adiante terá uma santa. Francisca de Paula de Jesus, a Nhá Chica tem seu espaço na fé dos mineiros e foi em Baependi que ela faleceu, sendo lá a construção do Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Nhá Chica. A igrejinha já está pequena tamanha a devoção e ao lado a paroquia tem construindo um grande santuário. No complexo, também fica a casa onde a beata morou que é tempo de devoção.

 Passeio do Trem das Águas entre Soledade de Minas e São Lourenço

Cristina tem atrações no Museu do Trem e estação foi transformada em rodoviária

Vale muito a pena fazer esse passeio do Trem das Águas, que dura em média, 2h, partindo da bela estação ferroviária de São Lourenço até a cidade de Soledade de Minas. Em uma autência Maria Fumaça, o trem percorre a lendária estrada de ferro construída em 1884, que revide os tempos áureos da ferrovia. Com certeza o trem está entre os doze motivos para conhecer o Circuito das Águas do Sul de Minas. Funciona todos os finais de semana e feriados, partindo da estação de São Lourenço, Km 80 da antiga Estrada de Ferro Minas & Rio, e segue para Soledade de Minas, localizada no Km 90, totalizando 20 km de passeio (ida e volta). Há apresentações de violeiros e feirinhas gastronômica e de artesanato. A Violeira do Trem é uma atração à parte. Funciona aos sábados e domingo, sempre às 10h e 14h, com vagão que varia de R$ 90 a R$ 220.

 Degustação de doce de leite com café em Cristina

Doce de leite com café em Cristina

Fora do Circuito das Águas mas bem próximo a ele, a 60km distante de Caxambu, a cidadezinha está sendo conhecida pelas cachoeiras e degustação de doce de leite com café. Se é bão? Bão demais. A degustação acontece em frente da antiga estação ferroviária que hpje se ressignifica em uma estação rodoviária. A sua frente fica o Museu do Trem que conta um pouco da ferrovia que cortava a região e lá acontece a degustação.

 Passear com o guia Caio, o Guia das Águas

Guia Caio no Parque das Aguas

Por que o Caio é um motivo para conhecer a região? Porque o Guia das Águas domina o conteúdo histórico, cultural e social das cidades do Circuito, mas também é um verdadeiro show de música e acolhida. De voz suave e afinada, entre o ponto turístico e outro, o guia Caio entoa cânticos mineiros, cita personagens, conta causos e histórias, além de ser um personagem carismático da cidade de Caxambu.

O guia não pede atenção para ser ouvido. Ele se posiciona em um ambiente confortável para todos e com a palavras encanta a quem o ouve. Defende suas Minas Gerais feito o gosto do mineiro pelo pãozinho de queijo. Entoa cânticos com a propriedade do saber e das mineirices. E na caminhada por Caxambu, não se chateie se ele parar duas ou três vezes para falar com algum conhecido da cidade.

Conhecer a Suíça Mineira – Maria da Fé

Maria de Fé – Suiça Mineira

A cidadezinha de pouco mais de 14 mil habitantes é uma daquelas que tem um clima ameno, uma feirinha bem representativa das mineirices e uma arquitetura que lembra cidades de clima frio. A igreja devotada a Nossa Senhora de Lourdes datada do início do século XX integra a lista de mais bonitas da região. Entre montes e serras, Maria da Fé tem seu charme com sua entrada desenhada por cerejeiras. A cidade também possui uma produção de azeite de oliva e fica a 19km de Cristina e 79km de Caxambu.

Deliciar-se com as comidinhas no forno à lenha

Restaurantes de comidinhas tradicionais com forno de lenha.
Tradicionais pãezinhos de queijo
Tradicionais pãezinhos de queijo, esses no café da manhã do Hotel Glória
Torresmo de rolo, tradição

Não é por acaso que o Circuito das Águas é um chamariz também para zona rural, já que a região é conhecida pelas fazendas de produção de queijos, de produção de doces e se deliciar com cachaçarias artesanais e premiadas. Essas fazendas têm agregado serviços como passeios a cavalo, de charretes, visitas a pomares de morango, e por ficar na Serra da Mantiqueira, produção do café arábica, tipo catuí amarelo.

Não deixe de visitar uma delas e prefira unir a visita a um almoço, jantar ou degustação das gostosuras mineiras. Uma delas é a Fazendinha São Cristóvão, a 2km do centro de Caxambu, que tem se destacado na produção de queijos curados e Minas, parmesão há 30 anos. O almoço é servido à vontade com uma bela vista do casarão propriedade da família datado do início do século XX.

 

Fotos: Silvio Oliveira

*Viagem realizada a trabalho pela Verdear Turismo

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