MST faz nova manifestação na sede do Incra

Trabalhadores levaram pauta de reivindicações no Incra
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) realizou na tarde desta terça-feira, 20, uma manifestação em frente à sede local do Incra. O ato reuniu pelo menos 1.500 militantes de diversos assentamentos do Estado, além do superintendente do órgão e do secretário estadual de Agricultura, Paulo Viana. Na ocasião foi entregue pelos dirigentes locais do movimento uma pauta de reivindicações.

Esmeraldo Leal, diretor Estadual do MST, comentou que a manifestação é parte do ‘Abril Vermelho’, cujas ações visam lembrar o Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996. “Todos os meses de abril nós lembramos essa data, uma coisa vergonhosa, porque o brasileiro costuma esquecer fácil das tragédias”, disse. Além disso, a principal bandeira do movimento, a reforma agrária, também é foco do ato. “Entregamos, na carta, solicitação de desapropriações e criação de novos assentamentos. Ao que o Incra assumiu o compromisso de analisar e cumprir os pontos”, revelou Esmeraldo.

Esmeraldo diz que manifestação visa lembrar de massacre em 1996
Além do Incra, de acordo com ele o Governo do Estado, representado pelo secretário Paulo Viana, também se comprometeu a analisar e discutir as solicitações dos sem-terra. “Desde o ano passado o número de famílias assentadas bate recorde. Este ano a intenção é que o número seja expressivo novamente”, acrescentou o diretor do Movimento.

Também como parte das manifestações, grupos de trabalhadores ocuparam cinco fazendas este mês: duas em Estância, uma em Poço Redondo, uma em Japaratuba e uma em Nossa Senhora da Glória. Com esse já são mais de 170 acampamentos com 12 mil famílias esperando a desapropriação de terrenos. As atividades prosseguem até o final do mês, em vários pontos do Estado.

Assentamentos

Em 2009, segundo Esmeraldo, foram assentadas 2 mil famílias em todo o Estado. Metade desse número é resultado das ações conjuntas entre os Governos Federal e Estadual, a outra parte é creditada ao Incra. “Temos hoje mais de 20 mil famílias em assentamentos, o que é um número expressivo”, diz Esmeraldo.

Massacre

Em 17 de abril de 1996, 155 policiais militares, numa operação para desobstruir a rodovia PA-150, que liga a capital do Pará, Belém, ao município de Eldorado dos Carajás, mataram 19 lavradores ligados ao MST e deixaram outros 69 feridos. O grupo de 1.500 trabalhadores protestava contra a demora do governo em desapropriar, principalmente, a Fazenda Macaxeira, cujas terras haviam sido ocupadas pelos militantes. O massacre entrou para a história como o mais emblemático conflito pela posse de terras no Brasil.

Por Diógenes de Souza e Carla Sousa

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