Um dia após a apuração dos votos, pode-se dizer que o resultado do 2º turno em Aracaju ainda é imprevisível. Caso os governistas se unam em torno de Luiz Roberto (PDT) será mais fácil superar o favoritismo de Emília Corrêa (PL). Do contrário, o prefeiturável pedetista e seus apoiadores terão que fazer das tripas coração para derrotar a bolsonarista. A questão é saber se, até o próximo dia 27, o rachado bloco da situação conseguirá cicatrizar as feridas abertas no primeiro turno. Ora, como convencer o pai da candidata derrotada Yandra de André (União) a sentar à mesma mesa do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT)? E este convencerá o também derrotado ex-governador Belivaldo Chagas (Pode) a votar em Luiz Roberto? Mesmo que os governistas consigam êxito nesta difícil missão, ainda resta os eleitores. Será que quem votou em Yandra e na prefeiturável Danielle Garcia (MDB) ouvirá o apelo dos líderes governistas e vai à urna votar no pedetista? Claro que a força das máquinas do governo e da prefeitura, além do marketing serão muito importantes para Luiz Roberto, porém a eleição dele dependerá muito de como o time governista se comportará agora no 2º turno. Aguardemos, portanto!
Polícia política
O senador Rogério Carvalho (PT) está acusando a Polícia sergipana de ser “política”. Segundo ele, o estado vive “uma escalada alarmante de violência, e isso não é um acidente! Há uma clara tentativa de transformar nossa polícia em um instrumento político”. E o senador prossegue afirmando que “a violência crescente serve a interesses obscuros, que buscam desestabilizar o estado e amedrontar a população. Não podemos permitir que nossa segurança pública seja usada como ferramenta de opressão política”, discursa. Danôsse!
Pescador de derrota
Picado pela mosca azul, o ex-governador Belivaldo Chagas (Pode) desistiu das pescarias que havia programado ao deixar o governo, para se candidatar a vice-prefeito de Aracaju. Largou de banda o molinete, subiu no palanque da prefeiturável Yandra de André (União) e acabou pescando uma baita derrota. Aliás, esse insucesso eleitoral de Chagas lembra um escorregão político do também ex-governador Antônio Carlos Valadares (SD): no ano 2000, Vavá se candidatou a prefeito de Aracaju, obteve 22% dos votos e não passou para o segundo turno, vencido pelo saudoso Marcelo Déda (PT). Marminino!
Ruim de votos
Decididamente, os eleitores de Canindé do São Francisco querem ver pelas costas o engenheiro Kaká Andrade (PSD). Ontem, o distinto sofreu a segunda derrota na disputa pela Prefeitura daquele município. Em 2020, Kaká montou palanque na cidade e foi derrotado pelo atual prefeito Weldo Mariano (PT). Agora, o pessedista se juntou ao petista e reuniu em torno de sí uma renca de partidos. Os aliados dele tinha certeza da vitória, mas quando as urnas foram abertas Kaká perdeu para Machadinho (União). Tomara que, como aconteceu há quatro anos, ele consiga uma boquinha no governo do estado, que também o apoiou nessa fracassada empreitada eleitoral. Cruz, credo!
O prefeito eleito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL), está entre os políticos mais vitoriosos nestas eleições. Além de se eleger folgadamente, o distinto ainda fez o filho Talysson (PL) prefeito de Areia Branca. Vale ressaltar que em 2022, Valmir também teria sido o grande vitorioso na disputa pelo governo de Sergipe não tivesse sido impugnado pela Justiça Eleitoral. A dúvida agora é se ele vai se candidatar ao governo em 2026 ou cumprirá o mandato municipal até o fim. Arre égua!
Ficou pelo caminho
E Candisse Carvalho (PT) viu se transformar em pesadelo o sonho de ser prefeita de Aracaju. Abertas as urnas, a cara metade do senador Rogério Carvalho (PT) teve apenas 9,24% dos votos, quase a mesma votação de Márcio Macedo (PT), em 2020. Naquela disputa pela Prefeitura de Aracaju, o petista foi votado por 9,55% dos eleitores e também ficou pelo caminho. Há quatro anos, o PT orientou o chamado “voto crítico” ao então candidato Edvaldo Nogueira (PDT). Resta saber se agora o partido da estrelinha vai recomendar esse tal de “voto crítico” ou botar a viola no saco e sair de fininho. Aff Maria!
Yandra indecisa
Não se surpreendam se Yandra de André (União), candidata derrotada à Prefeitura de Aracaju, anunciar apoio a Emília Corrêa (PL). Em mensagem postada nas redes sociais, a filha de André Moura (União) se comprometeu a analisar “o cenário com atenção, responsabilidade e independência”. Também informou aos seus 43.932 eleitores “que em breve comunicaremos a nossa decisão em relação ao segundo turno”. Ora, além de ser bolsonarista como Emília, Yandra sai dessa refrega muito contrariada com o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT), principal apoiador do candidato Luiz Roberto (PDT). Portanto, é mais confortável para pai e filha subirem no palanque da “patriota” Emília. Creindeuspai!
Sem serventia
O Tribunal Superior Eleitoral não vai precisar julgar os recursos impetrados pelos candidatos às Prefeituras da Barra dos Coqueiros e de Socorro, respectivamente, Danilo Segundo (PT) e Carminha Paiva (PP). Ambos disputaram as eleições sub judice. É que o TRE entendeu que o petista é, de fato, genro do presidente Lula (PT), enquanto a pepista tem relação matrimonial com o prefeito socorrense Padre Inaldo (PP). Diante da derrota de ambos nas urnas os recursos deles perderam o objeto. Só Jesus na causa!
Câmara maior
Os aracajuanos elegeram 26 vereadores, dois a mais do que o número eleito em 2020. A federação Rede/Psol conseguiu fazer três parlamentares: Breno Garibalde (Rede), Iran Barbosa (Psol) e Sônia Meire (Psol). O campeão de votos foi o atual presidente da Câmara, Ricardo Vasconcelos (PSD), votado por 11.120 mil eleitores. Aliás, o ilustre já pensa em concorrer à presidência do Legislativo aracajuano tão logo tome posse para o novo mandato. Home vôte!
Cuia de votos
O candidato a prefeito de Aracaju, Felipe Vilanova (PCO), não deve ter nadica de nada para comemorar. Passou a campanha toda dando aulas em Porto Alegre e ainda teve a candidatura impugnada porque o vice desistiu no meio da empreitada. Recorreu contra a decisão e participou do pleito sub judice, mas foi votado por apenas 84 eleitores. Assim também já é demais também!
A força dos ausentes
Fossem candidatas, as abstenções teriam passado para o segundo turno. Depois dos 126.365 votos de Emília Corrêa (PL), elas aparecem na segunda colocação (88.091), à frente de Luiz Roberto (PDT), votado por 72.427 eleitores. Esse exagerado número de ausentes nas urnas revela que os aracajuanos preferiram ir à praia do que às urnas. Por conta disso, quem esperava se eleger deu com os burro n’água e agora está culpando as pesquisas. Misericórdia!
Recorte de jornal
Publicado no Jornal do Aracaju em 23 de dezembro de 1871.