A Fábula do Governador e o Jogo de Xadrez dos Animais Políticos

Era uma vez, em uma floresta chamada Sergipe, um governante conhecido como Leão Mitidieri, um líder astuto, mas cercado por um grupo de bichos que, no fundo, mais pareciam jogar xadrez entre si do que apoiá-lo de fato. Ele achou que, ao permitir que os animais aliados disputassem a mesma clareira, poderia unificá-los depois. O plano era que cada bicho usasse sua força para arrebanhar votos, e no final, todos os pássaros, veados e coelhos voltariam ao redil do Leão Mitidieri. Mas… quem disse que o reino animal é tão simples?

Na corrida pela prefeitura da clareira principal, Aracaju, Mitidieri deixou que seus aliados se lançassem em batalha. Entre eles, havia uma raposa ligeira chamada Yandra de André, filha de André Moura, o Ratão do Mato, um velho amigo que detinha cargos estratégicos na Floresta das Secretarias. Outro bicho da aliança era Danielle Garcia, uma coruja que, embora inteligente, mantinha-se sozinha em sua árvore, longe das negociações diárias do reino. Cada um deles lançou sua candidatura e, no final, o resultado foi uma votação mais dividida que ração em dia de tempestade.

No segundo turno, esperava-se que todos esses bichos se unissem em torno de Luiz Roberto, o Golfinho Oficial da Aliança. Mas, quando Mitidieri olhou para a clareira, o que viu? Yandra, a raposa, resolveu brincar de neutra – “Não vou apoiar ninguém,” ela anunciou, mexendo os bigodes. Como é de se esperar, seu grupo de ratinhos e coelhos correu em disparada para apoiar Emília, a Onça Corajosa, que era concorrente direta do Golfinho Luiz Roberto.

Enquanto isso, o Sabiá Alessandro, outra figura importante do reino e, supostamente, um aliado próximo do Leão Mitidieri, foi visto cantando em outra floresta, muito distante, sem se preocupar com o futuro da clareira. Ele estava na Itália, descansando as penas e, dizem, saboreando grãos exóticos. Sua fiel amiga, Danielle, a Coruja Selfie, fez questão de aparecer em alguns eventos, mas sozinha, apenas para tirar umas fotos e registrar o momento. Parecia que nenhum dos dois estava realmente interessados em defender Luiz Roberto.

Enquanto a base do Leão Mitidieri se desintegrava, Emília, a Onça Corajosa, ganhava forças com o apoio de Valmir, o Tigre da Montanha de Itabaiana. Valmir era conhecido por sua habilidade de liderar e por ter um histórico de vitórias, embora questões legais já tivessem derrubado o tigre do trono em tempos passados. Com o apoio de Valmir, Emília venceu a disputa, e a direita da floresta comemorou a vitória como uma preparação para a grande batalha de 2026.

Valmir tornou-se o nome mais cotado para disputar o trono da floresta contra Mitidieri. No entanto, se os ventos jurídicos não lhe forem favoráveis, outros animais já se posicionam para a corrida: Ricardo, o Camaleão Vice, e Rodrigo Valadares, o Gavião Bolsonarista, que já vem marcando território na floresta e até viu sua companheira, Moana Valadares, ganhar um assento no conselho.

Para o Leão Mitidieri, os problemas não pararam por aí. Outro personagem importante, o Urso Belo (ou Belivaldo, como o chamavam nas matas mais remotas), deixou claro que não estava contente. Apesar de ter visto seu genro nomeado para o alto cargo do Tribunal das Árvores, o Urso Belo e sua filha, Ursinha Priscila, ainda rosnavam contra Mitidieri. E não se pode esquecer do Ratão do Mato, André Moura, que parecia cada vez mais insatisfeito com o tratamento recebido, especialmente após a derrota de sua filha, a Raposa Yandra.

Diante de tantas jogadas no tabuleiro da floresta, o Leão Mitidieri se deu conta de que governar não era como caçar. No fim, ele percebeu que alguns dos seus “aliados” estavam mais preocupados em garantir seus próprios territórios do que em defender seu reinado. A derrota em Aracaju deixou clara a necessidade de reavaliar quem realmente está ao seu lado, e Mitidieri sabia que, se não reorganizasse suas alianças e identificasse aliados genuínos, a floresta poderia, em 2026, coroar um novo líder. Afinal, na política da selva, quem não cuida do seu território acaba engolido pelos próprios pares.

E assim, Mitidieri saiu do palácio do Leão com uma certeza: até os animais mais fiéis às vezes têm suas garras afiadas.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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