Professores da rede pública de ensino, das esferas estadual e municipal, realizaram uma marcha na tarde desta quarta-feira, 23, pelas ruas de Aracaju. O ato integra a paralisação nacional convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) em defesa da valorização da categoria. A concentração teve início nas imediações da Praça da Bandeira e seguiu até a Praça Fausto Cardoso, no Centro da capital.
Com faixas, cartazes e palavras de ordem, os educadores cobraram o pagamento do piso salarial nacional, melhores condições de trabalho, apoio pedagógico para estudantes com deficiência e a concessão de benefícios como o auxílio-internet e o auxílio-tecnológico. A categoria também buscou sensibilizar as autoridades e a população para as reivindicações.
De acordo com Roberto Silva, presidente do Sintese, a mobilização ocorre em meio a um “cenário de ameaças à educação pública, marcado por processos de precarização, privatização do ensino e desvalorização do magistério”. “Estamos vivendo um momento muito delicado, com a militarização das escolas, tentativas de flexibilizar direitos já conquistados e propostas que fragilizam ainda mais nossa profissão”, destacou um dos sindicalistas presentes.
Entre as pautas urgentes apontadas pelos educadores estão o novo Plano Nacional de Educação, que tramita no Congresso Nacional, e possíveis mudanças na lei do piso salarial do magistério. “Essas alterações não podem ser para pior. Precisam garantir a valorização dos professores e não abrir brechas para que nossos direitos continuem sendo desrespeitados”, reforçou.
O ato também teve como objetivo dialogar com a população e chamar a atenção para a importância do apoio social à causa da educação pública. “É fundamental que a sociedade caminhe junto conosco nessa luta, pressionando os gestores e o Congresso para que a educação seja de fato prioridade no Brasil”, concluiu o representante sindical.
Governo do Estado
Em nota, o Governo de Sergipe afirmou que mantém o diálogo com o magistério e cumpre os acordos firmados com a categoria. Entre os pontos destacados, estão a retomada da carreira do magistério após 16 anos de congelamento, o reajuste salarial que elevou a remuneração inicial dos professores com nível superior completo para R$ 5.774,72 — acima do piso nacional — e a manutenção do abono temporário em 2025, com investimento anual de R$ 74,5 milhões. O Executivo também ressaltou que o programa Educação Nota 10 já premiou mais de 5 mil servidores da rede estadual com base no desempenho educacional.
O governo também informou que vem investindo na estrutura da rede pública, com a entrega de 67 obras, climatização de mais de 180 escolas e ampliação do ensino integral. Destacou ainda a atuação em programas como o Acolher, de apoio psicossocial nas escolas, e o Cuidar-SE, que distribui absorventes para estudantes. Pela primeira vez, Sergipe receberá o complemento do Fundeb (Vaar), totalizando R$ 68,6 milhões em repasses da União ao longo de 2025. A gestão estadual reafirmou o compromisso com a valorização dos profissionais da educação e a melhoria da aprendizagem na rede pública.
Por Verlane Estácio
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