Tratorista reluta, mas derruba casas na Portelinha

O tratorista chorou e por pouco não derrubou as casas (Fotos: Portal Infonet)
Na manhã desta terça-feira, 30, foi cumprida a determinação da Justiça em derrubar cinco casas da invasão da Portelinha, localizada no município de Barra dos Coqueiros. De acordo com a prefeitura, o terreno onde moram mais de 70 famílias pertence à União e Advocacia Geral da União (AGU) pediu a reintegração de posse de toda a região de preservação ambiental.

Segundo a prefeitura, a ação desta terça teve como principal objetivo derrubar cinco casas de moradores que teriam invadido a área após o cadastramento das famílias que serão beneficiadas com residências.

Apesar de a prefeitura afirmar que os moradores já estavam notificados da derrubada, as famílias ficaram desesperadas ao presenciar a ação da polícia, que determinou a entrada dos trabalhadores responsáveis pela retirada dos móveis e colocar em

A ordem foi cumprida, mas José lamentou a situação
caminhões. A derrubada, que foi iniciada às 9h40 da manhã, por pouco não foi impedida. O tratorista encarregado do serviço ficou tenso e se recusou a derrubar o imóvel. Após ligar para a empresa e ter a confirmação de que não poderia ser substituído, o tratorista ligou a máquina, baixou a cabeça e chorou.

José, que também é morador da Barra dos Coqueiros, não falou com parte da imprensa, preferiu o silêncio, mas contou a equipe do Portal Infonet que temia que os moradores ficassem com raiva dele pela derrubada. A cena do trabalhador por muitas vezes parando a máquina, emocionou os outros moradores da localidade, que estavam revoltados com a prefeitura.

“Não sou pior do que ninguém aqui, construí essa casa com muito sacrifício, peguei empréstimo de

Moradores entraram em desepero
R$ 1.700 e ainda estou pagando as parcelas. Não sei como será a minha vida agora”, gritava, chorando, a ajudante de cozinha Matilde Alex Ferreira da Costa.

A casa de Matilde foi a primeira a ser derrubada. Acompanhada dos filhos de 11 e 7 anos a mulher chegou a passar mal e foi amparada por vizinhos. “Recebo um salário mínimo por mês e antes de construir aqui morava em uma casa alugada, de apenas um cômodo, e pagava R$ 250. Só vim para cá porque não tive como pagar mais. Ninguém sabe a dor que estou passando e agora vem aqui derrubar tudo, deixando a gente na rua sem ter para onde ir”, lamenta.

A dona de casa Sandra da Silva ficou bastante nervosa quando observou que seu barraco também

A polícia garantiu que os móveis fossem retirados
seria derrubado. “Sou mãe de um menino de cinco anos e agora não sei para onde vou com a minha família”, disse a mulher, que também passou mal e foi levada por amigos para longe da derrubada.

A informação é que os pertences das famílias foram levados para um galpão onde será guardado pela prefeitura até que sejam retirados pelos proprietários.

Por Kátia Susanna

 

 

 

 

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