Famílias acampam nas ruas da capital

Adultos e crianças expostos aos perigos das ruas (Fotos: Portal Infonet)

A ceia foi improvisada em uma panela de pressão. No cardápio, doações de desconhecidos que ficaram sensibilizados com a situação de dezenas de pessoas que estão acampadas na rótula da avenida Hermes Fontes, nas proximidades do bairro Luzia, zona sul da capital. Na manhã desta segunda-feira, 27, a equipe do Portal Infonet esteve no local e ouviu o desabafo dessas pessoas que dizem não ter alimento suficiente para todos e, por isso, apelam para as doações.

O catador de lixo Roberto dos Santos diz que está desempregado e para sobreviver trabalha com reciclagem, mas explica que o que ganha não dá para sustentar seus cinco filhos. “Sou pai de cinco filhos de 8, 4, 3 e 2 anos de idade e ainda tenho outro de três meses, então é uma situação muito difícil. Trabalhar com reciclagem não dá quase nada, até porque tem muita

A comida é improvissada no fogo a lenha
gente trabalhando também. A única maneira de a gente conseguir alguma coisa para os filhos é deixar a casa e vir para as ruas pedir ajuda”, diz.

A dona de casa Aparecida Santos relata que todas as famílias estão acampadas na rótula desde a última quinta-feira, 23. Ela diz que mora no bairro Santa Maria e que as crianças estão matriculadas, mas só estão dormindo na rua porque estão em férias. “Passamos o Natal aqui mesmo e vamos permanecer até o final de semana, todo mundo aqui busca conseguir alguma doação de roupa, alimento, brinquedo”, revela.

Grávida de seis meses, a jovem Wanessa Maria Souza Santos, de 20 anos, que já é mãe de uma menina de um ano e seis meses frisa que está na rua para conseguir o enxoval do bebê. “Não tenho trabalho, moro na casa da minha sogra. A minha esperança é que alguém possa doar roupinhas e comida também”.

Aline com a pequena Ariedna
Situação semelhante é enfrentada por Aline dos Santos Conceição, mãe da pequena Ariedna de apenas quatro meses. Mãe e filha também estão acampadas na praça. “Trabalho com reciclagem e moro em uma casa alugada que tenho que pagar R$ 150. Estou dormindo aqui nesse papelão com a minha filha para ver se consigo alguma coisa para ela. Peço que quem tiver fralda descartável, roupinhas de bebê ou leite possa doar para a gente”, pede.

O grande número de pessoas na praça esconde o medo de sofrerem violência. “Muitas pessoas passam aqui e ameaçam a gente, dizem que vão levar para o conselho tutelar e outros dizem que vão bater na gente. Nós não somos errados não, estamos aqui para ganhar um presente porque nossos pais não têm dinheiro para comprar”, diz uma menina de apenas 10 anos.

“A gente fica aqui na rua sem ter onde tomar banho, e nem beber água. A gente só toma água quando alguém passa por aqui e dá um pouco”, reclama outra menina de sete anos.

Por Kátia Susanna

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