
Auditores Fiscais Tributários (AFT) iniciaram na manhã desta quinta-feira, 3, uma greve geral de 48 horas em protesto contra a falta de negociação com o governo estadual. A paralisação atinge a sede da Sefaz, os Centros de Atendimento ao Cidadão (CEACs/Sefaz), os Comandos Fiscais e os postos fiscais, e segue até a meia-noite desta sexta-feira, 4.
Na sede e nos CEACs, a paralisação começou às 7h, enquanto nos postos fiscais a greve teve início à meia-noite. O movimento é liderado pelo Sindicato do Fisco de Sergipe (Sindifisco/SE), que cobra o pagamento do Bônus de Aumento da Produtividade (BAP), aprovado pela Assembleia Legislativa em 2023, mas ainda não efetivado pelo Executivo estadual. Além do pagamento do BAP, o movimento reivindica a recomposição salarial para 2025, conforme prevê a Constituição Federal.
A mobilização foi marcada pelo protesto simbólico “II Forró do Calote”, realizado na manhã desta quinta em frente ao Palácio de Despachos, na Avenida Adélia Franco, em Aracaju. “Estamos em nova etapa de mobilização para pressionar o governo a abrir canal de negociação sobre a nossa pauta, entregue desde 2024 à secretária Sarah Tarsila Andreozzi”, afirmou o presidente do Sindifisco, José Antônio. A categoria segue mobilizada aguardando uma resposta do governo.
Na sexta-feira, dia 4, os auditores fiscais tributários participarão do “Dia Estadual de Luta pela Revisão Salarial”, ato conjunto com outras categorias do serviço público. A manifestação ocorrerá durante o evento “Sergipe É Aqui”, promovido pelo governo no Colégio Estadual Jorge Amado, no Conjunto João Alves, em Nossa Senhora do Socorro.
O que diz o governo estadual
Por meio de nota, o Governo do Estado afirmou que respeita o direito à livre manifestação dos auditores fiscais e que sempre valorizou os servidores do Fisco. Segundo o Executivo, desde o início da atual gestão foram concedidos dois reajustes lineares e benefícios considerados históricos, como a reestruturação da carreira, que reduziu de 34 para 14 anos o tempo máximo para atingir o topo da carreira, com ganhos imediatos de quase 50% para os auditores em início de atividade.
A nota também aponta que todos os servidores tiveram progressão de nível em 2025, refletindo em novos aumentos, e que os vencimentos atuais variam de mais de R$ 22 mil para os recém-ingressos a mais de R$ 37 mil para os que estão no último nível. Além disso, o governo destacou a equiparação da parte fixa do Bônus de Eficiência do Servidor Fazendário (BESF) entre ativos e aposentados, implantada em janeiro deste ano.
Entre outras ações, a gestão estadual mencionou melhorias nas condições de trabalho — como aquisição de novos equipamentos, renovação da frota da fiscalização e reforma do Posto Fiscal de Cristinápolis — e o anúncio de um novo concurso público para 10 vagas imediatas e 40 em cadastro reserva.
O governo ressaltou ainda a criação, em maio, de um Grupo de Trabalho com representantes do Fisco, cujo relatório será apresentado em setembro para subsidiar uma nova rodada de negociações. Por fim, a nota reitera que o diálogo permanece aberto, mas que é necessário preservar o equilíbrio fiscal do Estado para manter os salários em dia e a continuidade das políticas públicas.
por João Paulo Schneider