Começa a demolição no Riacho Cabral

As construções foram as primeiras a serem derrubadas (Fotos: Portal Infonet)

A ação de derrubada das casas no Riacho do Cabral, no Bugio, teve início na manhã desta terça-feira, 11. Estão previstas até o próximo dia 13 de janeiro a demolição de mais 34 residências. Das 12 casas previstas para serem derrubada nesta terça, apenas a do vidraceiro José Roberto Soares, será poupada.

“Eles me deram um prazo até quinta-feira [13] para que eu retire todos os meus pertences, já que eu não tinha tirado antes porque não tinha certeza se a minha seria derrubada hoje”, justifica o morador.

Moradores

Mesmo com um prazo maior, o morador explicava que não tinha lugar para aonde ir. “Eu não sei o que vou fazer, porque tudo que tinha investi aqui. Comprei esse terreno há dois anos e fui

Vidraceiro sentado na porta de casa, sem saber para onde ir
construindo aos poucos. Há dois meses entrei para morar com minha mulher, grávida de sete meses, e meu filho pequeno. Agora terei que sair e só Deus sabe para onde”, lamentava.

Durante o trabalho de derrubada, que contou com a presença de representantes da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), Polícia Militar, Polícia Federal e Corpo de Bombeiros, os moradores do local reclamavam da falta de sensibilidade dos representantes dos órgão responsáveis. “Essa é uma atitude monstruosa, desumana, porque somos trabalhadores e não marginais. Porque essa quantidade de polícia aqui? Hoje são essas casas, amanhã serão as casas vizinhas? E a gente vai para aonde? Morar embaixo da ponte?”, questionava a moradora Maria Pureza. 

Associação

Sete construções e alicerces foram demolidos inicialmente. Apenas no início da tarde desta terça-feira, 11, quatro casas serão derrubadas, de acordo com o presidente da Associação de moradores

Demolição começou por estruturas em construção e por alicerces
do bairro Bugio, José Aragão Baroso.

“Essas 34 casas serão mesmo derrubadas, mas a nossa luta continua no sentido de colocar as famílias que ficarão desabrigadas em algum lugar. Além disso vamos lutar para que as quase 20 mil famílias que já foram condenadas pelo relatório da Adem a[ Administração Estadual do Meio Ambiente]não tenham suas casas derrubadas”, ressalta.

Advogada

A advogada Laura Figueiredo, que entrou com uma ação conjunta por 92 moradores do local

Moradora diz que derrubada foi falta de sensibilidades
esteve no loteamento Riacho do Cabral para conferir a lista das casas que serão derrubadas. “Nós conseguimos suspender a derrubada de 10 casas que estavam previstas, mas precisamos checar com a lista dos oficiais de justiça”, disse.

Laura ainda explicou que as casas que foram construídas até outubro não serão derrubadas. “Conseguimos evitar a derrubada dessas dez casas, mas infelizmente as que foram  construídas depois do prazo serão, sim, derrubadas. Das 92 famílias que estou representando, cinco terão as casas demolidas até dia 13. Nó vamos lutar para amparar essas pessoas junto aos órgão competente”, explica. No final da manhã um homem chegou a passar mal e precisou de atendimento.

Por Alcione Martins

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