
Referência no cenário cultural infantil de Sergipe, a JYNgle é mais do que um grupo musical. Trata-se de um projeto afetivo, inclusivo e educativo que vem encantando crianças — e adultos — com uma proposta que alia música, diversidade e respeito à infância. Criada por Jovilson Ramos, o “Tio Jovis”, sua esposa Nadja Tatiane e a filha do casal, Yarin Ramos, a JYNgle nasceu com a missão de promover experiências sensoriais e acolhedoras, utilizando a música como ferramenta de desenvolvimento humano.
“A JYNgle é uma extensão do que somos: pais, educadores e artistas que acreditam no poder da música para transformar a infância”, resume Tio Jovis, que também é especialista em Educação Musical e em Musicoterapia. A proposta do grupo começou a ganhar forma a partir das vivências com a filha e se expandiu ao acolher também as experiências com a sobrinha Bianca, que apresentou à família o universo das crianças com deficiência e neurodivergência.
Música como linguagem de cuidado
As apresentações da JYNgle são planejadas para ir além do entretenimento. Com brinquedos musicais, karaokê, cantigas de roda e brincadeiras clássicas, como dança da laranja e “Qual é a música?”, o grupo propõe atividades que estimulam o desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social das crianças. “A música é multissensorial. Ela ativa lembranças, sentimentos e até o ritmo cardíaco. Por isso, pensamos cada detalhe com muito cuidado e afeto”, explica Jovis.
A abordagem também inclui práticas inspiradas na musicoterapia. Crianças com hipersensibilidade auditiva, por exemplo, recebem abafadores durante os espetáculos, e há liberdade para que cada uma se expresse à sua maneira. A proposta é garantir que todas as infâncias se sintam parte da experiência — inclusive aquelas que não se comunicam verbalmente ou não seguem os padrões convencionais de interação.
Cultura local como ponto de partida
Outro pilar da JYNgle é a valorização da cultura popular e nordestina. O repertório mistura composições autorais com canções tradicionais do cancioneiro infantil, reinterpretadas em ritmos como forró, samba-reggae, frevo, xote e ijexá. “Temos um olhar atento para as letras e mensagens das músicas. Só cantamos aquilo que respeita os direitos humanos e promove valores positivos”, destaca o educador.
A proposta é apresentar, desde cedo, a riqueza rítmica do Brasil às crianças, fortalecendo identidade cultural e senso de pertencimento. “A arte tem poder formativo. Acreditamos na música como ferramenta de educação e construção de consciência”, afirma Jovis.
Projetos para 2025: novo álbum, livro e animação
O ano de 2025 marca uma fase de expansão para a JYNgle. Em janeiro, o grupo apresentou sua mascote oficial e, em fevereiro, lançou seu primeiro videoclipe animado com a participação da personagem. Em abril, realizou o “Show de Musicalidade no Parque”, evento gratuito no Parque da Sementeira que reuniu diversas atrações infantis.
Nos próximos meses, o grupo lançará um EP e um álbum com músicas autorais inéditas, voltadas ao público infantil. Também está em produção um livro que narra, de forma lúdica, o nascimento da JYNgle, e um curta-metragem animado com uma canção sobre inclusão, inspirada na personagem Bibi — criada a partir da vivência com uma criança PCD da família.
“Todos esses projetos foram pensados com muito carinho. A ideia é seguir encantando, acolhendo e educando por meio da arte”, diz Tio Jovis. A JYNgle segue com agenda aberta para eventos, com expectativa de integrar a programação da Semana da Criança e das festas de fim de ano em Aracaju.
Por Verlane Estácio