Rosa Elze: Moradores clamam por segurança

Cláudia e Maria Izabel, não quiseram ser identificadas(Fotos: Portal Infonet)
Moradores do Rosa Elze e adjacências estão assustados com o índice de violência registrado no local. Além dos constantes assassinatos, a exemplo do último final de semana quando três pessoas foram mortas a tiros na região, moradores também reclamam dos assaltos e furtos.

A moradora Ana Regina da Silva Chagas, que reside no local a pelo menos um ano, diz que a cada dia os moradores ficam mais limitados. “Hoje somos assaltados na porta de casa. A gente sai e não sabe se volta. A comunidade está trancada dentro das próprias residências”, desabafa a moradora.

Ana ainda relatou que há duas semanas, o seu sobrinho foi vítima dos assaltantes quando retornava para casa. “Meu sobrinho voltava da escola quando os bandidos pegaram ele na esquina, tomaram o celular e o dinheiro. Eu não entendo como um bairro tão pequeno está ficando assim tão violento”, indaga.

Medo

Ruas desertas e moradores trancados dentro das casas
A moradora ainda relatou que a comunidade tem medo de falar e de cobrar segurança. “Ninguém tem mais coragem de colocar a cara na tela para pedir segurança, reclamar da violência ou até mesmo denunciar, porque faz medo ser assassinado no dia seguinte”, ressalta a moradora, que não quis ser fotografada.

As moradoras Maria Izabel dos Santos e Cláudia Ribeiro também ressaltaram o medo da violência e preferiram não mostrar o rosto. “Aqui faz medo sair a qualquer hora do dia, porque os ladrões estão roubando mesmo, sem medo da Justiça”, salienta.

Drogas

Em relação as mortes do último final de semana a moradora ainda pontuou que o envolvimento com drogas tem influenciado na criminalidade. “Todo mundo comenta que algumas mortes são por causa de drogas, mas no sábado um pai de família foi assassinado sem motivo. Ninguém sabe o porquê, só sabe que um homem de bem se foi. Estão matando palmo a palmo nessas rua”, enfatiza Maria Isabel.

Mercearia, embora em horário de atendimento, pernece gradeada
Cláudia, que também afirmou temer pela vida da família, fez um apelo as autoridades. “Falta policial nessa região e é por isso que o crime tem crescido. Então, o que pedimos mesmo é segurança. Falta um monte de coisa, mas se estivermos vivos poderemos conseguir com o nosso suor. Se eles não dão Educação, Saúde, que dêem pelo menos Segurança”, ressalta.

É visível o medo dos moradores do local. Até pequenos estabelecimentos comerciais passam o dia trancados mesmo em horário de funcionamento, a exemplo da pequena mercearia de Geovânia Natividade. “Eu graças a Deus nunca sofri com assaltos, mas não podemos vacilar. Todos os dias escutamos uma história que alguém foi assaltado, ou que tomaram a bolsa ou que invadiram um estabelecimento. Então o seguro morreu de velho”, diz.

Aproximação da sociedade

De acordo com o assessor da Polícia Militar, Coronel Braz o comando está realizando mudanças significativas, visando atender as necessidades da população. “Amanhã haverá uma reunião com todos os comandantes dos batalhões, no sentido de analizar as maiores dificuldades encontradas em cada área e de desenhar ações que possam coibir todo tipo de delito”, ressalta.

Ainda segundo o Coronel, o novo comando da PM tem buscado realizar um trabalho de aproximação com a comunidade. “A idéia é fazer um trabalho muito mais voltado para a população, porque essa aproximação gera confiança e segurança”, pontua.

Quando questionado em relação ao número de efetivo, o assessor pontuou que em cada posto de atendimento ao cidadão a PM trabalha com um mínimo de três policiais. “São três pessoas no mínimo, em cada plantão para atender toda a área, mas esse número pode ser maior, cajo exista uma necessidade pontual”, salienta Braz.

Registros não são significativos

De acordo com o delegado da área, Alexandre Pires, mesmo com esse sentimento de medo e insegurança os números de assaltos e homicídio não são os mais altos. “A gente entende esse sentimento da população, mas os registros não são significativos. As ocorrências mais comuns são crimes de pequeno potencial ofensivo, a exemplo das brigas de vizinho, que aumentam aos finais de semana e registros de violência doméstica”, explica.

 

Alexandre ainda pontuou que os homicídios que são registrados na região são de competência do Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa(DHPP), mas salientou que o tráfico de drogas é um dos principais motivadores. “O tráfico é muito mais difícil de combater, e precisa ser trabalhado de maneira mais abrangente, porque esse tráfico de formiguinhas, de pequenos traficantes dificulta o trabalho. Você prende uma pessoa aqui, eles substituem. Eles eliminam um integrante e substituem por outro”, exemplifica.

 

Ainda de acordo com o delegado, durante reunião com  o comando de Policiamento da Capital ficou decidido intensificar o trabalho. “Nós identificamos os pontos mais críticos e a polícia irá intensificar o trabalho, já que existe uma deficiência de efetivo não só na Polícia Civil, como Militar”, finaliza Alexandre Pires.

Por Alcione Martins

 

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