Blog Cláudio Nunes: a serviço da verdade e da justiça
“O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter.” Cláudio Abramo.
Retomando o tema, a Câmara dos Deputados aprovou, em dois turnos, a chamada PEC da Blindagem (PEC 3/2021). No 1º turno, foram 353 votos a favor e 134 contra; no 2º, 344 a 133. Para acelerar o trator, ainda dispensaram o intervalo regimental entre as votações. O texto segue agora para o Senado.
No conteúdo, a “blindagem” faz exatamente o que o apelido promete: submete a abertura de ação penal contra parlamentares à autorização da própria Casa — e, por cima, com voto secreto — e ainda confere foro no STF a presidentes de partidos com assento no Congresso. É o oposto de transparência; é a institucionalização do tapume.
Como se chegou lá? Com manobra. O presidente da Câmara, Hugo Motta, conduziu a pauta e, após o plenário retirar de madrugada o “voto secreto”, reabriu o tema e restabeleceu o sigilo horas depois, com 314 a 168 — uma articulação do Centrão. A engenharia regimental foi o truque; o resultado, um retrocesso.
Sergipe: quem escolheu a sombra
Dos oito federais sergipanos, três votaram a favor da PEC: Rodrigo Valadares (União Brasil), Thiago de Joaldo (PP) e Gustinho Ribeiro (Republicanos). Três votaram contra: Fábio Reis (PSD), João Daniel (PT) e Delegada Katarina (PSD). Ícaro de Valmir (PL) e Yandra Moura (União Brasil) não votaram/abstiveram-se. Em Sergipe, portanto, há nomes e sobrenomes para a conta da blindagem. Que cada eleitor memorize essa lista.
A estética da ordem… na lama
A extrema-direita que vive de bradar “ordem” e “moralidade” defendeu com unhas, dentes e silêncio o voto secreto — o mesmo sigilo que historicamente serviu para acobertar compadrios e desaforos éticos. É uma direita emporcalhada, que chama “prerrogativa” aquilo que, no frigir dos ovos, é privilégio opaco. Quando o Congresso decide se um deputado pode ao menos ser processado, e faz isso escondendo o voto, a mensagem é clara: não querem prestar contas a ninguém — muito menos ao povo.
Como diria Josias de Souza, é o Brasil da malandragem travestida de norma: regimento como bengala para manobra, urgência como cortina, e o mérito — a responsabilidade penal de agentes públicos — empurrado para um porão sem luz. Nessa mesma toada, Reinaldo Azevedo diria que é a vitória do casuísmo: “prerrogativa” não é passaporte para impunidade, e voto secreto em matéria disciplinar é anomia de luxo.
Marcelo Déda, se vivo fosse
Marcelo Déda — cuja trajetória ligou Sergipe a um projeto de país mais civilizado — olharia de cima e perguntaria: “O que a extrema-direita está fazendo com este país?” Resposta curta: envergonhando-o. Déda sabia que democracia se faz com regra clara e rosto descoberto. Ver a Câmara restaurar a máscara do voto secreto seria, para ele, motivo de decepção pública. Déda foi referência nacional na defesa de instituições que iluminam o poder, não que o enclausuram. O que está em jogo agora O Senado terá de decidir se chancela a blindagem — inclusive o voto secreto ressuscitado por truque de plenário. A pressão social precisa ser objetiva: transparência não é detalhe; é o fundamento que separa democracia de cartório corporativo.
Veredito
- A manobra houve — e foi bancada pelo Centrão sob a batuta da Presidência da Câmara.
- O conteúdo da PEC enfraquece o controle penal sobre parlamentares e cria novos foros — um pacote de autoproteção.
- Em Sergipe, quem votou a favor da sombra tem CPF político conhecido. Que o eleitor cobre, publicamente, cada um deles. Quem escolhe a penumbra não merece o sol da vida pública. Deputados que apertaram “sim” para a blindagem — em Sergipe e no país — devem ser limados pelo voto. Democracia não combina com máscara. E voto secreto, aqui, é máscara.
Anistia será aprovada, mas não geral. Bolsonaro cumpriria prisão em casa Segundo o jornalista Ricardo Noblat o Centrão fechou um acordo sigiloso com ala do STF por domiciliar para Bolsonaro, redução de penas e rejeição de anistia. Proposta ainda dependeria de recuo do PL a um perdão amplo para os condenados por trama golpista. Negociação prevê que ex-presidente cumpriria prisão em casa por motivos de saúde. Por isso foi aprovado o regime de urgência na quarta-feira com 311 votos, inclusive com os votos de quase todos os deputados de Sergipe, menos de João Daniel (PT).
Exclusivo! Simão Dias: comando da SSP precisa dar uma atenção especial e reforço para delegacia local: guerra das drogas envolve elementos de dois conjuntos. Comunidade desesperada E o blog recebeu apelo de diversos moradores de Simão Dias, que moram nos conjuntos, Rivaldo Silva Matos e Manoel Ferreira de Matos Mutirão. Segundo os moradores a guerra entre elementos pelo controle da venda de droga nos dois conjuntos continua, mesmo depois de uma operação da polícia que resultou na morte de três elementos. Dois elementos de faccões rivais, Felipe e Caio estão tocando o terror – blog recebeu um vídeo com imagens de um deles com palavras obscenas e ameaças para outro no celular. Um trecho do escrito por um deles: “…pode avisar aí que vai chove bala é..vai ser só as cartuchada na cara vou mostra pra vcs vão se cria seu chupa P… não aguenta nada vai morrer por causa de um baseado que nem dá boa é…”
Aracaju! Atenção Emurb: dois buracos que estão abertos há semanas O primeiro buraco é na Rua Porto da Folha (ao lado do Instituto de Identificação) esquina com Rua Laranjeiras numa via com alta circulação de veículos. A comunidade – colocou materiais para demarcar o buraco e nenhum veículo cair – já acionou a Emurb e nada. Já o segundo buraco é na Rua Guarapari entre a Av. José Carlos Silva e Rua José Conrado de Araújo, quase em frente ao estacionamento do CAPS AD III da Prefeitura de Aracaju. Este também já tem algumas semanas e está bem no meio da via causando congestionamentos nos horários de pico.
Aracaju: justa homenagem ao vereador por sete mandatos Evando Franca, o “Primo” Através do projeto de lei apresentado pelo vereador Miltinho Dantas os vereadores de Aracaju aprovaram uma justa homenagem ao ex-vereador por sete mandatos, Evando Franca, que faleceu em janeiro deste ano. Evando era um vereador simples, que gostava de ajudar as pessoas e chamava os amigos de “Primo”. Com a aprovação do projeto o terminal integrado localizado no conjunto Inácio Barbosa/DIA, terá o nome dele. Do jeito dele, “Primo” fez muito por Aracaju nos 28 anos que passou no parlamento de Aracaju. Parabéns ao vereador Milton e a família de Evando que, com certeza, está orgulhosa da homenagem.
Ribeirópolis O município de Ribeirópolis, no agreste central, é a 57ª a receber o programa ‘Sergipe é aqui’, cujo objetivo é descentralizar a estrutura governamental. O município é um dos que o governo estadual injeta investimentos. Atualmente, existem três indústrias com investimentos expressivos do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), que geram 300 empregos.
Mais investimentos O volume de investimentos do Governo do Estado em Ribeirópolis é sentido pela população do município. Apenas na educação são mais de R$ 5 milhões em obras já entregues e em andamento, aplicados, por exemplo, na reforma e ampliação do Centro de Excelência Abdias Bezerra, ainda em andamento, que conta com mais de R$ 2,5 milhões em recursos públicos do Estado, unidade que já foi contemplada com reforma da quadra de esportes e construção de vestiário, já concluídos e entregues, resultado de um investimento de R$ 1,7 milhão.
Sindimed denuncia empresa ligada à gestão do Hospital da Criança O Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed) denunciou possíveis irregularidades na contratação de empresa ligada à gestão do Hospital da Criança Dr. José Machado de Souza, em Aracaju. A unidade é administrada, desde julho, pela Organização Social (OS) Irmandade Boituva de Saúde e Educação.Segundo o Sindimed, a OS contratou uma empresa para gerenciar os vínculos de trabalho dos médicos. A denúncia envolve suspeitas sobre a legalidade da empresa e a forma como os contratos estão sendo oferecidos aos profissionais da saúde. Aqui toda matéria da Infonet.
Nota da SES sobre a denúncia do Sindimed A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que notificou a Irmandade Boituva e segue acompanhando rigorosamente junto aos órgãos de controle a situação. Inclusive, a equipe da direção da Organização Social, com sede em São Paulo, estará em Sergipe nesta quinta-feira, 18. Quanto à contratação das Organizações Sociais de Saúde (OSS) para a gestão de unidades são atendidos critérios técnicos avaliados por uma Câmara Técnica Interna da SES, pela Procuradoria Geral do Estado e pelo Conselho de Governança que conta com representações do Estado de Sergipe. Atualmente, 25 OSS estão qualificadas no estado, após a análise da documentação e cumprimento das exigências legais e técnicas. Desta forma, a Irmandade Boituva atendeu todos os critérios técnicos solicitados e foi selecionada para gerir o Hospital da Criança. A Boituva, desde 1º de julho, é responsável pela gestão do Hospital da Criança, que ganhou com diferença considerável da segunda colocada. Nove instituições manifestaram interesse em participar da seleção. Quanto à forma de contratação dos profissionais para a prestação de serviços, não compete à SES, o que configuraria em ingerência de gestão. Cabe à SES a fiscalização dos serviços prestados.
Demandas da comunidade Nos últimos dias, o vice-prefeito de Aracaju, Ricardo Marques, esteve no São Conrado, no Conjunto Orlando Dantas e no Recanto da Jaqueira, ouvindo moradores sobre problemas como a falta d’água, demandas por infraestrutura e cobranças feitas em encontros anteriores.
Presença A presença constante nas comunidades mostra que seu jeito de atuar é diferente: ouvir antes de decidir, estar presente antes de prometer. Ricardo Marques defende que política de verdade é feita lado a lado com o povo, transformando reivindicações em ações práticas e construindo uma gestão mais próxima, transparente e humana.
Foto: Marcelle Cristine
Palestra de Leandro Karnal encerra o VII SINED, realizado no TCE de Sergipe A palestra “Centralidade do Estudante – caminhos para uma educação mais humana e eficaz”, conduzida pelo professor, escritor e historiador Leandro Karnal, encerrou o VII Simpósio Nacional de Educação (SINED) na tarde desta quinta-feira, 18. O evento foi realizado pela primeira vez no Tribunal de Contas do Estado (TCE/SE) e reuniu mais de 500 servidores e autoridades do Controle Externo e entidades políticas.
Ensinar, formar, educar e instruir Karnal introduziu sua palestra com reflexões sobre o que é ensinar, formar, educar e instruir, ações de aprendizagem e desenvolvimento que fazem parte do processo educativo. Segundo ele, ‘ensinar’ vem do latim assinalar, que significa deixar uma marca em alguém. Todo ato de ensino é inscrever uma marca. Assim como, ‘formar’ vem de moldar e está relacionada ao ato de administrar formas, de moldar algo. Educar quer dizer guiar, conduzir por um caminho. Já instruir ou semear, diz respeito ao espalhar do conhecimento. “Tudo isso é parte do processo educacional. Por mais que seja difícil, cada aula vai produzir um suco, uma marca, uma cicatriz na mente desse aluno para sempre. Como uma vez disse Paulo Freire, ainda o patrono da nossa educação: ‘todo professor é absolutamente marcante, inclusive o incompetente”, afirma.
Problemas decorrentes da tecnologia Além disso, Fernando Karnal ressaltou alguns dos problemas decorrentes da tecnologia hoje inerentes aos alunos, a exemplo do déficit de atenção. Do mesmo modo que destacou a necessidade de entender que o tempo da escola é contrário ao tempo da internet. Ainda de acordo com o palestrante, os desafios de antes não são mais os de atualmente, dado que, anteriormente, o professor preparava o aluno para uma profissão preestabelecida. Já, hoje em dia, é necessário educar para futuras carreiras, levando em consideração que daqui a algum tempo certas profissões não existirão mais.
Reflexão Karnal também instigou a reflexão acerca da atenção dada aos alunos que geralmente ocupam as últimas cadeiras da sala de aula. Para ele, são esses estudantes que mais precisam de um professor. Os desafios mentais decorrentes da profissão: ansiedade, insônia e depressão; a utilização da Inteligência Artificial como aliada; a ética dentro e fora da escola; o equilíbrio entre aluno, família e escola também foram alguns outros temas abordados pelo professor. Aqui mais detalhes na entrevista que ele concedeu à equipe do TCE/SE.
Presidente da Alese, Jeferson Andrade, registra pesar por artista sergipano O deputado estadual Jeferson Andrade, presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe, manifestou há pouco o seus sentimentos pelo falecimento de um grande artista sergipano, o cantor, violonista e compositor Djalma Silva Ferreira. Durante várias décadas, Djalma foi cantor solo, seresteiro, líder de bandas e grupos musicais, gravando canções famosas e fazendo shows bem sucedidos em todo o país. “Registro com imenso pesar o falecimento do cantor, compositor e violinista sergipano Djalma, membro e líder do famoso Trio Atalaia, que fez muito sucesso em Sergipe e no Brasil. Aos familiares, amigos e admiradores de Djalma Silva Oliveira apresento – em nome dos deputadas e deputados da nossa Assembleia Legislativa – votos de condolências e de sincero pesar” – assinou o presidente da ALESE, deputado Jeferson Andrade.
Fafen O governador Fábio Mitidieri recebeu nesta quinta-feira, 18, representantes da Petrobras e da empresa Engeman, contratada para fazer a operação da Fafen em Sergipe. O contrato entre ambas as partes foi assinado no último dia 12. As negociações tiveram papel fundamental da gestão estadual, com o apoio do governador Fábio Mitidieri, da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec) e da equipe do Governo de Sergipe, estando presente constantemente de forma institucional para garantir a retomada dos trabalhos.
Fafen II O gerente regional Nordeste da Petrobras, Eduardo Santos, esteve presente na reunião e reconheceu o trabalho do Governo de Sergipe. “A gente sabe que o Governo do Estado acompanha muito de perto todos os projetos da Petrobras. Eu, que atendo a região Nordeste e tenho um relacionamento institucional, posso afirmar que o Governo do Sergipe é o mais atuante junto à Petrobras em acompanhar nossas atividades. Gostaria muito de agradecer por esse momento, que para nós é motivo de grande alegria”, exaltou.
Primeiro concurso público do DER/SE O Governador Fabio Mitidieri anunciou manhã da quinta-feira (18), a criação da comissão responsável pela organização do primeiro concurso público da história do Departamento de Estradas e Rodagens (DER). A medida é considerada um marco para o Estado e vai garantir novas oportunidades de emprego e o fortalecimento do órgão. De acordo com o governador, serão abertas vagas em diversas áreas, com destaque para a engenharia, além de cargos de nível básico, médio e superior. “Esse é um momento histórico para Sergipe. Estamos criando novas oportunidades e, ao mesmo tempo, reforçando o papel de um órgão fundamental para o desenvolvimento do nosso estado”, destacou Fábio.
Compromisso O DER tem papel estratégico na infraestrutura sergipana, especialmente com o Programa Pró-Rodovias III, reconhecido como o melhor do Nordeste e o segundo melhor do Brasil em conservação de rodovias. O desempenho é reflexo do compromisso e da dedicação da equipe técnica e administrativa do órgão. O governador também parabenizou o presidente do DER, Anderson das Neves, e todos os colaboradores pela trajetória de trabalho e pelos resultados que vêm gerando orgulho aos sergipanos.
Concurso TI Detran/SE Governador faça também o primeiro concurso para a área de Tecnologia de Informática do Detran de Sergipe. Há anos o órgão paga caro contratos com empresas privadas quando poderia ter já o seu próprio quadro. É necessário. Só não se sabe o que impede.
Setembro em Flor: Clinradi investe em tecnologia de ponta para o tratamento dos cânceres ginecológicos em Sergipe Durante o mês de setembro, a campanha “Setembro em Flor” ilumina a necessidade de conscientização sobre a saúde feminina, destacando a prevenção e o diagnóstico precoce dos cânceres ginecológicos – entre eles os de colo do útero, endométrio, ovário, vulva e vagina. Em Sergipe, os números do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para o triênio 2023–2025 chamam a atenção: são 220 novos casos anuais de câncer de colo do útero, além de 90 de endométrio e 70 de ovário, dados que reforçam a importância de ampliar o acesso a tratamentos de excelência.
Protagonismo da Clinradi Nesse contexto, a Clinradi se consolida como protagonista no cuidado oncológico, oferecendo uma das tecnologias mais avançadas do mundo no campo da radioterapia: o Versa HD, da Elekta. Este acelerador linear de última geração representa um marco no tratamento dos tumores ginecológicos, trazendo maior precisão, rapidez e segurança às pacientes. O Versa HD permite a entrega de doses de radiação altamente precisas, preservando os tecidos saudáveis ao redor do tumor e reduzindo os efeitos colaterais.
Moradia digna A secretária de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania (Seasic), a primeira-dama Érica Mitidieri, participou do lançamento dos programas Novo Lar e Casa Legal no município de Lagarto. Ao todo, segundo Érica, 70 famílias receberão melhorias em suas casas e 250 imóveis terão a regularização fundiária garantida. “Com o Novo Lar, estamos reformando e estruturando banheiros e fachadas, trazendo mais saúde, conforto e esperança para quem mais precisa. Já o Casa Legal assegura o direito à propriedade, dando às famílias a segurança jurídica do seu lar”, explicou a primeira-dama.
Mais Inclusão Na capital, a pasta da primeira-dama entregou 393 cartões do Programa Cartão Mais Inclusão (CMais) para famílias. A ação contemplou os beneficiários das modalidades CMais Cidadania, Ser Criança e Vale-Gás Sergipano. Os cartões são entregues com crédito destinado à compra de gás de cozinha, alimentos, produtos de higiene ou outras necessidades básicas, dependendo da categoria. As mães que participaram da entrega receberam orientações de técnicos da pasta.
Sergipana quilombola vai representar o estado na etapa nacional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios A sergipana Anatália Costa, quilombola de Cajazeiras e moradora do povoado de Terra Caída, em Indiaroba, será a representante de Sergipe na etapa nacional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2025. Sua trajetória como microempreendedora Individual (MEI) conquistou o júri estadual e agora segue para a grande final, que acontecerá no dia 29 de outubro, em Florianópolis. Trabalhando desde os 11 anos, Anatália já foi empregada doméstica, marisqueira e agente de saúde. Em 2018, decidiu sair do emprego na Prefeitura de Santa Luzia para realizar o sonho de empreender. Nasceu assim a Lanchonete MCWilson, que tem como carro-chefe o inovador hambúrguer de aratu, receita que conquistou clientes e tornou-se marca registrada do negócio. Além dele, a empreendedora também se dedica à confeitaria, mas foi a iguaria feita com o caranguejinho que lhe abriu portas.
Consultorias do Sebrae O ponto de virada em sua história ocorreu em 2022, quando passou a receber consultorias do Sebrae por meio do programa Cidade Empreendedora. O apoio trouxe novas perspectivas de gestão e inovação, resultando em mudanças no cardápio e no fortalecimento do negócio. No ano seguinte, Anatália fundou, junto a outras empreendedoras, o grupo “Mulheres que levantam outras mulheres”, que reúne artesãs, marisqueiras e cozinheiras em torno de um objetivo comum: empreender de forma colaborativa, organizada e consciente.
Desenvolvimento comunitário Seu trabalho ultrapassa a gastronomia e está diretamente ligado ao desenvolvimento comunitário. Em parceria com marisqueiras e artesãs, incentiva a comercialização de produtos locais, fomenta o turismo de experiência e busca parcerias institucionais para fortalecer a economia de Indiaroba e região. Em 2024, a participação no Empretec, capacitação imersiva do Sebrae, trouxe ainda mais maturidade empresarial. “Entendi que o mundo não para e que precisamos estar sempre criando novas receitas e reciclando ideias”, afirma.
Obstáculos Mesmo diante dos avanços, a empreendedora reconhece os obstáculos que enfrenta: “Não é fácil empreender sendo mulher negra, muitas vezes não acreditam na nossa capacidade. Mas desistir não faz parte do meu vocabulário”, ressalta. Sua perseverança foi recompensada com premiações e reconhecimento. Em 2025, Anatália viveu outro marco: foi convidada para participar de uma reunião sobre economia solidária no Palácio do Planalto, em Brasília, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Sempre dizia que um dia pisaria no Planalto para falar do nosso projeto de Terra Caída e representar as mulheres empreendedoras. Esse sonho se realizou”, relembra.
Expansão Atualmente, com o apoio da família e do Sebrae, Anatália segue expandindo o negócio, reformando o espaço físico e planejando novos projetos. Sua meta é retribuir o que recebeu: “Quero estudar empreendedorismo para, no futuro, dar consultoria a outras mulheres, assim como um dia eu recebi. Quero mostrar que, mesmo diante das dificuldades, é possível vencer”.
O Prêmio Sebrae Mulher de Negócios O Prêmio Sebrae Mulher de Negócios reconhece histórias inspiradoras de empreendedoras brasileiras e possui cinco categorias: Pequenos Negócios, MEI, Produtora Rural, Ciência e Tecnologia e Negócios Internacionais. Na etapa nacional, serão premiadas as três primeiras colocadas de cada categoria, que receberão entre R$ 10 mil e R$ 30 mil, além de capacitação pelo Empretec e mentoria on-line para as primeiras colocadas.
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OPINIÃO
O uso político das emendas parlamentares no Brasil
Por Carlos Augusto Meneses Marçal*
As emendas parlamentares são propostas de alteração ao Projeto de Lei Orçamentaria Anual (LOA), apresentadas por parlamentares com o objetivo de influenciar diretamente a distribuição dos recursos públicos. Elas permitem que os parlamentares destinem verbas para projetos em suas bases eleitorais ou para áreas específicas de interesse, o que pode gerar benefícios para a região e fortalecer a relação com a população. No Brasil quem define o orçamento é o Poder Executivo, no entanto, a partir desse mecanismo, parlamentares podem influenciar a elaboração do orçamento público e definir como o dinheiro público será gasto. As emendas podem ser: Individuais propostas por cada parlamentar, com valores definidos para cada um; Bancada (Coletivas) de autoria das bancadas estaduais, destinadas a projetos de interesse de seus estados; e as mais utilizadas, impositivas de execução obrigatória, como as emendas individuais, que devem ser incluídas no orçamento.
Por outro lado, essas emendas parlamentares podem interferir na gestão pública (executado pelo Poder Executivo) ao desviar recursos de políticas públicas para projetos específicos indicados pelos parlamentares, muitas vezes com foco em suas bases eleitorais. Isso pode levar uma alocação ineficiente de recursos, desarticulando o planejamento governamental e prejudicando a execução de políticas públicas mais abrangentes, além de servir para aumentar sua popularidade e fortalecer sua relação com os eleitores, o chamado uso eleitoreiro.
O uso dessas verbas também tem gerado controvérsias, como o direcionamento de recursos para projetos específicos que beneficiem determinados grupos ou a utilização das emendas como moeda de troca em negociações políticas. Além disso, a concentração de recursos em determinadas bases eleitorais (regiões) pode gerar desigualdades, com algumas localidades recebendo mais investimentos do que outras, dependendo da influência política de seus representantes, o famoso clientelismo.
Com certeza, a falta de transparência e critérios claros na destinação dessas emendas tem também gerado alguns desvios e corrupção conforme tem sido noticiado na mídia nacional. Portanto, é fundamental garantir a transparência na destinação e execução das emendas parlamentares, como mecanismo de controle que evitem desvio e corrupção. Recentemente foi ajuizada no STF, a ADPF 854 Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental que tem como efetivo garantir que as emendas parlamentares sejam executadas de forma transparente, com controle fiscal efetivo, e alinhadas com as políticas públicas, evitando práticas que possam levar a irregularidades e desvios de recursos públicos.
Neste contexto, vejam a seguir como as publicações, sejam elas de ontem ou recentes, nos levam a crer realmente do uso eleitoreiro das emendas parlamentares, e também de sua interferência (Poder Legislativo) de forma bastante direta na administração dos recursos públicos, a cargo do Poder Executivo.
Texto do livro “O Nobre Deputado” de Marlon Reis sobre as emendas parlamentares publicado em 2014 no seu capítulo 2 intitulado de “o assalto ao orçamento”: as emendas são a chave da próxima eleição; a diferença entre ser governista e ser oposicionista reside em ter maior ou menor acesso às emendas.
Texto do Governo de Sergipe em 02/08/2024 informando que foram liberados a título de emendas parlamentares recursos da ordem de R$ 50 milhões, contemplando 163 emendas e beneficiando 61 cidades, cujos os recursos vão reforçar os atendimentos de saúde, e fortalecer a boa relação entre os Poderes Executivo e Legislativo na definição de políticas prioritárias para toda a população.
Texto do Poder Legislativo de Aracaju em 31/12/2024, informando que foram alocados os recursos de 529 emendas parlamentares impositivas à Lei Orçamentária Anual (LOA) para o exercício de 2025 da ordem de R$ 63 milhões, com destinação inclusive, de vultosos recursos públicos para federações esportivas (FSF/FST/FSB) e outras entidades privadas.
Em síntese, a alocação de recursos do orçamento, inclusive das emendas parlamentares deve seguir critérios técnicos, alinhados com as políticas públicas estabelecidas pelo Poder Executivo. A função do Legislativo é legislar e fiscalizar o Poder Executivo. Portanto, é necessário um diálogo entre esses poderes para definir regras claras e garantir que as emendas parlamentares contribuam para o desenvolvimento do pais, sem comprometer a gestão pública, tampouco, servir de barganha política para se manter no poder.
CHEGA DE QUERER SER O CENTRO DAS ATENÇÕES, O ARTISTA, O MELHOR, O ALVO! OS RECURSOS DESTINADOS PELAS EMENDAS SÃO OBTIDOS ATRAVÉS DE CONTRIBUIÇÕES DO PRÓPRIO POVO E NÃO DOS PARLAMENTARES!
Trecho da música “ Até que eu não consiga mais ficar de pé” (Daniel Berg): Eu não quero ser o centro, eu quero ser um instrumento/Eu não quero ser o artista, pois outro igual a Ti não há/Eu não quero ser adorado, eu nasci para te adorar/Eu não quero aplausos, eu nem mereço isso/Eu não que ser o alvo, pois o meu alvo é Cristo. “QUERO SER APENAS UM INSTRUMENTO”
*Auditor de Controle Externo/Professor.
OPINIÃO
Mestre Muquirana: história viva da Capoeira em Estância
Por Marcelo Vieira*
A cidade de Estância, terra do “barco de fogo” e do “tremendão”, tem na prática da capoeira uma parte significativa de suas tradições culturais. O pioneirismo dessa arte tem nome: Bonifácio Santos, conhecido no meio da capoeiragem como “Muquirana”, declaradamente negro, pescador artesanal, operário da construção civil. Exímio professor de capoeira, formou-se em mestre no inicio dos anos 80, no Rio de Janeiro. Ele toma a capoeira como luta e filosofia de vida.
Nos meados dos anos 70, a figura do capoeirista era envolta em mistérios e lendas: um ser dotado de habilidades surreais, com trejeitos mandingueiros, capaz de disfarçar uma luta poderosa em dança teatral e enganar facilmente o oponente, como se fosse feitiço. O capoeirista era temido por sua destreza em aplicar golpes rápidos e precisos, desequilibrando em qualquer peleja. Naquele período, dominar os movimentos básicos da Capoeira era a garantia de uma defesa pessoal eficaz: com seus golpe era possível neutralizar o “agressor” em brigas de rua, nas beiras de rios ou nas peladas de fim de tarde nos campinhos de terra batida.
Naquele tempo, os jovens que buscavam aprender capoeira se valiam de estratégias simples e recorriam à abundância da natureza. Reuniam-se nos quintais, nas margens dos rios e marés para treinar os movimentos básicos. As músicas e toques de berimbau eram aprendidos a partir de discos de vinil. Alguns garotos ainda tentavam contato com grupos de Aracaju, como o “Berimbau de Ouro”, para adquirir novos conhecimentos. Nesse período, em Estância, não havia grupos de capoeira organizados, apenas uma prática amadora, dispersa, sem a orientação de um mestre.
A virada acontece em meados da década de 80, com a chegada de Bonifácio Santos (Muquirana). Formado a mestre de capoeira no Rio de Janeiro, na academia do mestre Djalma Bandeira (in memoriam). Bonifácio nasceu em São Cristóvão, em 14/04/1959. Nos primeiros anos de vida migrou com seus pais para a cidade de Estância. Em 1972, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde permaneceu por mais de uma década, trabalhando como operário da construção civil e auxiliar de limpeza pública. Teve seu primeiro contato com a capoeira aos 13 anos de idade quando foi levado pelo padrasto para assistir a uma roda de capoeira do grupo de “Djalma Bandeira”. O encanto foi imediato. A participação no grupo lhe permitiu conhecer nomes importantes da capoeira carioca, como: Mestre Leopoldina, Covo, Covinho e Mestre Camisa (fundador do Abadá-Capoeira).
Ao retornar às terras banhadas pelos rios Piauitinga e Piauí, fundou o primeiro grupo de capoeira da cidade de Estância, o grupo “Tio Alípio” (12/02/1985). “Preciso honrar o estilo de meu mestre e fazer jus a esse cordel de mestre de capoeira”, afirma Muquirana. Trouxe consigo hábitos evoluídos e incomuns aos jovens locais, o que causava espanto e comentários. Morou com a avó paterna, dona das Dores, no bairro Porto D’Areia, em frente ao Colégio Estadual Gumercindo Bessa, onde hoje funciona o Centro Cultural “Casa do Mestre Muquirana”. Ali, na própria casa da avó, aconteceram as primeiras aulas. Os alunos dividiam uma pequena sala de piso de cerâmica, enquanto curiosos acompanhavam da janela. As aulas de capoeira, marcadas pela originalidade e respeito às tradições, versavam sobre: a confecção de berimbaus, oficinas de toques e de cantos e o desenvolvimento das habilidades de tocar instrumentos como: agogô, pandeiro e atabaque. A primeira apresentação pública do grupo ocorreu em 04 de maio de 1985, a convite da Prefeitura de Estância, em palanque montado na Praça Barão do Rio Branco. Narrado por Tuti, o evento lotou a praça e colocou a capoeira no centro das atenções das festividades.
Mestre Muquirana, através do “Tio Alípio”, lançou as bases da capoeira estanciana. Seu trabalho repercutiu em toda a região Sul do estado de Sergipe, atraindo atenção de grupos como: “Os Molas” (Mestre Lucas), “Aruandê” (Mestre Malazarte), “Novos Irmãos” (Mestres Jorge e Paulo) e “Filhos da África” (Mestre Franklin), que participaram de eventos promovidos pelo grupo em Estância, o objetivo era estabelecer relações e conhecer o estilo do “novo”mestre.
No fim de 1985, o diretor do Ginásio de Esporte Albano Franco (SESI), Dionísio (Dió), convidou Muquirana para ministrar aulas, o grupo ocupou uma sala no corredor térreo do ginásio, com repleta de equipamentos de ginástica. A nova sede trouxe mais qualidade às aulas. O Grupo “Tio Alípio” permaneceu ativo no SESI até o fim da década de 90, quando teve suas atividades temporariamente suspensas. Aproveitando a fama, Muquirana expandiu a capoeira para cidades do Sul sergipano, como: Itabaianinha, Tomar do Geru e Santa Luzia.
Registrar o papel daqueles que constroem história é uma luta da memória contra o esquecimento. Mestre Muquirana tem uma trajetória que preserva a originalidade e o respeito às tradições da capoeira. Mesmo em contexto adverso, foi capaz de plantar essa semente em Estância, tornando-se referência para gerações. Apesar de sua linhagem ser carioca, criou um estilo próprio, mesclando a capoeira de Sergipe (mais próxima da baiana) com a carioca, numa verdadeira simbiose cultural. Por isso ele representa para a capoeira uma espécie de Griô, guardião da memória e dos saberes que busca preservar e passar adiante a herança cultural da capoeira.
“A Capoeira me fez forte, a ela devo parte da minha vida. É amor para sempre.” (Mestre Muquirana)
* Marcelo Vieira, professor e memorialista.
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Frase do Dia
“Quando a sua ajuda aos semelhantes é fruto de motivação e preocupação sinceras, isso lhe traz sorte, amigos, alegrias e sucesso.” Dalai Lama.
Salvatore Cernuzio – Vatican News
Como Papa, papel no qual busca “construir pontes” e “não alimentar ainda mais a polarização” no mundo e na Igreja, ele denuncia a situação “terrível” em Gaza, à qual “não podemos nos tornar insensíveis”, e afirma que a Santa Sé “não considera”, neste momento, que “qualquer declaração possa ser feita” sobre a definição de genocídio. Em seguida, assegura que não deseja interferir na política de seu país natal, os Estados Unidos, mas que “não tem medo” de levantar questões, mesmo com o presidente Trump, sobre questões urgentes. Em relação à China, ele assegura que dará continuidade às políticas da Santa Sé e de seus antecessores e, seguindo Francisco, espera continuar nomeando mulheres para cargos de liderança, reiterando que não tem intenção de mudar o ensinamento da Igreja sobre a ordenação feminina. O mesmo vale para pessoas LGBTQ+: acolhida a “todos, todos, todos”, mas “o ensinamento da Igreja continuará como está”. Ele descreve o abuso como uma verdadeira crise; pede a maior proximidade para com as vítimas, mas lembra que, por vezes, foram feitas falsas acusações. Em relação à outra “crise”, a financeira, pede que não nos “choramingemos” e, em vez disso, continuemos a desenvolver planos: “Mas não perco o sono por causa disso”.
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