No final de 2009, pesquisadores do IPTI foram procurados por pescadores do povoado Crasto, em Santa Luzia do Itanhy, para relatar a problemática do aratu, um importante recurso local, cujos elos de produção e beneficiamento definham. O aratu é um pequeno crustáceo avermelhado, típico dos manguezais e importante fonte de renda para populações ribeirinhas pesqueiras tradicional de Santa Luzia do Itanhy, um dos municípios com menor IDH do Estado e mais pobres do Brasil.
Mais de 500 pessoas diretamente se envolvem com o aratu e dele dependem. As queixas e preocupações iam desde as péssimas condições de trabalho envolvidas nas atividades extrativa e de beneficiamento até a perigosa diminuição da quantidade e tamanho dos aratus capturados. Diante deste cenário negativo e da falta de perspectivas pediram ao IPTI que os ajudassem a encontrar alternativas.
Pesquisa realizada pelo SEBRAE-SE, em 2008, já falava da produção de baixíssima qualidade e valor agregados. Fatos que, aliados à falta de alternativas de trabalho e renda e à alta de natalidade (aproximadamente 5 filhos por catadora), deve ocasionar, dentro em breve, se nada for alterado, um colapso nas produções de aratu e gerar conseqüentes graves problemas sociais. Aliás, o aratu está numa lista de alimentos que correm o risco de desaparecer, elaborada pela revista Istoé Dinheiro, na edição de 23 de fevereiro de 2011.
Por Ivan Valença