Trabalhadores cruzam os braços e obras são paralisadas

Mais de 200 trabalhadores decidiram pela greve (Fotos:Portal Infonet)

Na manhã desta segunda-feira, 2, cerca de 220 trabalhadores da construção civil decidiram cruzar os braços. A assembleia ocorreu em frente a um acampamento da empresa que foi contratada para realizar obras de duplicação da BR 101 no trecho que segue de Propriá a Pedra Branca.

De acordo com o Sindicado dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem de Sergipe (Sintepav), as reivindicações da categoria são relacionadas ao desvio de função, falta de equipamento de proteção individual, alojamento inadequado, falta de folgas e demissão de funcionários que denunciaram os problemas dos trabalhadores.

O presidente do Sintepav, Albérico Santos Queiroz, ressalta que mesmo temendo uma demissão os trabalhadores aderiram na sua totalidade a greve. “Isso aqui é uma semi-escravidão. Temos trabalhadores do Piauí e do Rio Grande do Norte que estão há mais de seis meses sem ter folga para ir em

O presidente do Sintepav, Albérico Santos Queiroz

casa. A folga é dada com desconto de hora extra, contrariando a CLT [Consolidação das Leis do Trabalho]”, afirma o sindicalista, que aponta uma irregularidade na contratação desses profissionais.

“Existe a convenção que norma que 70% da mão-de-obra tem que ser de profissionais locais, mas neste caso mais de 50% são de trabalhadores de fora de Sergipe”, observa.

O sindicalista também denuncia que muitos profissionais estão desviados de função. “Tem ajudante já trabalhando como pedreiro, carpinteiro e armador. Isso é um desvio de função. Eles trabalham em outras funções, mas não recebem de acordo. Tem gente fichada como vigia que recebe como servente”, fala Albérico.

Com medo de demissão, muitos trabalhadores preferem o silêncio, mas contam que as condições no canteiro de obras são precárias e que a falta de equipamentos de proteção individual expõe profissionais ao perigo.

Com a greve as obras ficam paralisadas

“No alojamento localizado no povoado Pironga os trabalhadores não possuem estrutura, eles chegam da obra depois do dia todo de trabalho e não têm nem água para beber, não tem uma geladeira na casa”, comenta Albérico Santos.

O presidente do Sintepav afirma que com a greve haverá atraso nas obras. Albérico disse ainda que levará as questões para a Delegacia Regional do Trabalho (DRT).

A equipe do Portal Infonet tentou conversar com os responsáveis pela empresa' A Gaspar', mas ninguém desejou falar sobre o assunto. Após insistência, um engenheiro de prenome Manuel disse que não fala com a imprensa.

Este ano o Portal Infonet publicou denúncia contra a A Gaspar, na época os trabalhadores reclamavam da quentinha servida aos funcionários.   

Por Kátia Susanna

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