De 10 árvores, sete são alvo de vandalismo

Seminário discutiu a arborização da cidade (Fotos: Portal Infonet)

Em Aracaju, de cada dez árvores plantadas sete são alvo de vandalismo,- elas são destruídas ou arrancadas. É o que informa o gerente de área verde da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), Francisco Ney. Ele afirma ainda que a falta de conscientização é um dos maiores problemas enfrentados pela empresa. “O maior problema é a falta de conscientização ambiental, o índice de vandalismo é muito alto”, revelou.

Francisco Ney contou ainda que desde 2008 já foram plantadas aproximadamente 30 mil árvores em Aracaju, e que durante esse período inúmeras árvores já foram substituídas. “Através do projeto ‘Plantando Cidadania’, a Emsurb já conseguiu plantar milhares de árvores e substituir as que já estavam em fase final, além disso estamos optando pelas árvores frutíferas, estas são geralmente plantadas em praças”.

Além dos problemas enfrentados pela urbanização de Aracaju, o Seminário de Arborização Urbana (SAU), realizado nesta terça-feira, 2, no auditório da Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe (Aease), foi discutido assuntos voltados para a formulação de diretrizes e estratégias para criação de um Plano de Arborização Urbana para Aracaju, de acordo com o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município.

De acordo com o presidente da Aease, engenheiro agrônomo Naum de Araújo a área verde da cidade é pequena em relação a outras capitais do Nordeste. “João Pessoa é a cidade mais arborizada no Nordeste, e Aracaju está muito abaixo dessa média”, revelou.

Naum Araújo acrescentou que outro problema enfrentado por Aracaju é o crescimento. “Aracaju cresceu muito rápido e nenhum projeto de urbanização acompanhou esse

crescimento. As atividades industriais relacionadas ao crescimento urbano ocasionam sérios problemas ambientais, como impermeabilização do solo e poluições atmosférica, hídrica, sonora e visual, além da redução da cobertura vegetal”, destacou.

Na capital aracajuana, existem cerca de 70 tipos de espécies de árvores espalhadas na área urbana, mas de acordo com Naum, estas espécies não são adequadas, pois elas precisam ser podadas com mais freqüência, as raízes crescem danificando as calçadas e muitas delas vivem muito pouco. “As espécies mais frequentes aqui são a amendoeira, flamboyant, fícus, mata-fome, porém estas são inadequadas para a arborização de vias públicas devido à incompatibilização com estruturas urbanas. Essas espécies mais problemáticas devem ser substituídas por espécies mais adequadas às condições urbanas”, revelou.

A vegetação presente nas cidades tem numerosos usos e funções no ambiente urbano, ela melhora não só o aspecto paisagístico como também auxilia os fatores climáticos. “A presença de arbustos e árvores no ambiente urbano tende a melhorar o clima através da diminuição da amplitude térmica, muda a interferência na velocidade e direção dos ventos, sombreamento, embelezamento das cidades, diminuição das poluições atmosférica, sonora e visual e contribuição para a melhoria física e mental do ser humano na cidade”, concluiu o engenheiro agrônomo Antonino Campos Lima.

Por Grecy Andrade e Raquel Almeida