Os perigos na estrada: Imprudência, falta de policiais e via perigosa

A pista é estreita (Fotos: Kátia Susanna/ Arquivo Portal Infonet)

Um acidente, supostamente por uma ultrapassagem indevida, deixa uma mulher, que estava em uma ambulância, morta. Em outra ocasião, um ônibus que transportava estudantes vira e deixa adolescentes feridos. Lamentavelmente, esses são alguns registros, até o período do ano, na SE-100. A rodovia que liga o município de Barra dos Coqueiros à Atalaia Nova, praia da Costa e comunidades do litoral se transformou no mais recente palco de acidentes e mortes.

A pista sem acostamento, com trechos de passagem de pedestres e grande fluxo de veículos é hoje motivo de preocupação por parte de policiais da Companhia de Polícia Rodoviária Estadual (CPRv) que diariamente tentam coibir os abusos nas estradas. O comandante da companhia, o capitão Walcyr Mendonça, observa que a construção da via é anterior a ponte de Aracaju/Barra e não foi projetada para atender a nova demanda de veículos, principalmente com o aumento do turismo nas regiões litorâneas.

O capitão diz que as obras da BR-101, criaram uma nova rota para os motoristas e aumentou o número de acidentes no trecho que liga o município de Barra ao terminal marítimo.

Falta acostamento na rodovia SE-100

“Neste momento, em virtude das obras da BR-101, a SE-100 esta com um fluxo quase que de BR. Essa nova demanda de motoristas que pegam o desvio por Capela, Japaratuba acabou por provocar também um número maior de acidentes. O grande fator para que a gente possa alcançar índices menores de acidentes é conscientizar os condutores das limitações da rodovia que possui acostamentos estreito, em muitos trechos eles não existem e a necessidade de reduzir a velocidade”, salienta Walcyr Mendonça pedindo que a atenção seja redobrada ao volante e que seja mantenha uma distância de segurança dos veículos.

O comandante da CPRv frisa que diariamente policiais percorrem os trechos da rodovia e que o excesso de velocidade é a maior causa dos acidentes. “Infelizmente muitos condutores só respeitam quando visualizam a fiscalização”, fala o capitão Walcyr que entende que a fiscalização não é feita de forma intensa.

O problema é que o efetivo da CPRv no Estado é de apenas 180 policiais e oito postos. O resultado é que muitas rodovias recém inauguradas não contam com posto de fiscalização. Um exemplo é a Rota do Sertão que não foi contemplada com uma equipe da companhia.

“Foi feito um investimento naquela região, que tem um grande fluxo de turismo, mas a fiscalização não foi pensada. No passado, há oito anos tínhamos um posto, mas foi desativado. O que acontece é quando ocorre um acidente na rodovia estadual de Poço redondo ou em Glória temos que deslocar uma equipe da cidade de São Domingos, ou seja, cerca de 100 km para fazer a cobertura do acidente. No mínimo uma hora de deslocamento até que as equipes cheguem”, menciona.

O excesso de velocidade e a imprudência de motoristas termina em acidentes

Estatísticas

Os dados mostram que a preocupação procede. De 1º de janeiro a 30 de abril desse ano, foram registrados 379 acidentes; média mensal de 31,17. Foram 46 mortos no local e 374 lesionados. Um aumento de 47% nos acidentes, 58% nas vítimas fatais e 55% nas não-fatais em relação ao mesmo período do ano passado. Acidentes envolvendo motociclistas somaram 35% do total.

O trabalho de fiscalização aplicou 2.072 autuações, 300 veículos foram removidos, com 119 CNHs recolhidas e 15 prisões efetuadas, relacionadas ou não com os crimes de trânsito. “É importante a conscientização dos condutores, não adianta todo esforço de fiscalização e de campanhas educativas se os motoristas não tiverem a consciência de obedecer aos limites de velocidade para salvaguardar vidas”, ressalta Walcyr Mendonça.

DER

O presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura Rodoviária de Sergipe (DER), Antônio Vasconcelos, afirmou que existe um projeto para alargamento da rodovia, mas que depende de recursos. Vasconcelos frisou que nos últimos anos foram realizadas obras de duplicação e reforma de rodovias em todo Estado.

Corporação

O chefe da 5ª seção da Polícia Militar, coronel João Henrique Braz da Silva, reconheceu que existe necessidade de um novo concurso na Polícia Militar, mas garantiu que o baixo efetivo não impede o trabalho diário dos policiais da CPRv. Braz esclareceu que o trabalho de fiscalização é feito nos postos das regiões sul, central (entre Lagarto/Itabaiana) e em outras localidades.

“O governo esta trabalhando e já tem algumas prioridades como o aumento do efetivo da corporação. Já são mais de cinco anos sem concurso, mas o governo tem feito vários investimentos como no aumento do número de viaturas”, menciona.

Quanto a falta de um posto na Rota do Sertão, o coronel afirmou que esta sendo feito um estudo para a colocação da fiscalização. “Independente disso mantém um trabalho permanente de ronda para fazer a fiscalização naquela área”, esclareceu.

Por Kátia Susanna

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