Categorias seguem irredutíveis e Estado pode “parar”

Mais de mil ligados ao Sintrase podem parar já nesta quarta-feira, 8 (Fotos: Arquivo Infonet)

Negociações sem avanço, um governo com orçamento ‘apertado’ e servidores irredutíveis. Esta é a fórmula que pode decorrer em uma paralisação de todo o Estado – ou pelo menos da maioria dos servidores públicos que não se agradaram com os 5,7% de reajuste salarial oferecido e já aprovado pelos deputados estaduais. Os professores, em greve desde o dia 23 de maio, acamparam nas galerias da Assembleia Legislativa na segunda-feira, 6, para pressionar os parlamentares a rejeitarem a proposta enviada pelo governador Marcelo Déda.

Mas esta não é a única categoria insatisfeita com os números do contra-cheque. O coro é endossado por policiais civis, auditores fiscais, médicos, enfermeiros, odontólogos e servidores do Ipesaúde e das Fundações, servidores da Secretaria de Estado da Administração (Sead) e Educação (Seed). Os policiais militares, por outro lado, dizem que estão cobrando apenas ‘direitos’, mas também ainda não obtiveram a resposta esperada.

De acordo com o gestor da Associação Beneficente dos Servidores Militares de Sergipe, sargento Edgard, nesta quarta-feira, 8, os policiais promovem um café da manhã na Praça Fausto Cardoso, em frente à Assembleia Legislativa. O ato visa cobrar do governo do Estado uma resposta frente às reivindicações da categoria: a aprovação da Lei de Organização Básica (LOB); a definição da carga horária; o nível superior e o ticket alimentação. “Nós nem estamos falando em reajuste, mas de direitos”, disse o sargento.

Policiais Civis continuam com 'Operação Padrão' e com paralisações

Polícia Civil

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Antônio Moraes, diz que a categoria continua com a ‘Operação Padrão’, mas também dando continuidade às paralisações. “Vamos escolher a cada ato uma delegacia ou órgão para paralisar o atendimento das 9h às 15h”. As atividades de mobilização, segundo ele, terão um intervalo de dois a três dias, até que se conquiste um grupo de policiais a cada manifestação.

Os policiais prometem, ainda neste mês, devolver todas as viaturas utilizadas à locadora que prestava o serviço à Secretaria de Segurança Pública (SSP), cujo contrato foi rescindido. “Até agora não fomos nem ouvidos pelo governo. Queremos que Déda cumpra o que prometeu em 2008, quando disse que em 2011 iríamos discutir o piso em 60% do que recebem os delegados. Até agora não recebemos nem um ‘não’”, criticou o sindicalista.

Saúde

José Menezes diz que servidores do Ipessaúde já estão com indicativo de greve

O Sindicato dos Trabalhadores na Área de Saúde do Estado de Sergipe (Sintasa) aguarda a chegada da terceira proposta do governo. Os servidores reivindicam reajuste de 100% em cima do salário-base, redução da carga horária e a implantação de um plano de carreira para os que pertencem ao quadro das Fundações.

De acordo com o presidente da entidade, Augusto Couto, até agora a proposta é do reajuste de 5,7% e a redução do plantão em um dia. “Mas isso não nos convenceu. Aguardamos uma proposta para sexta-feira [dia 10], que discutiremos na segunda-feira [dia 13]. A categoria sinalizou greve, mas nós queremos negociar até esgotarem as possibilidades”, explicou.

Já no Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed) a informação é de que os enfermeiros, médicos, odontólogos e servidores do Ipesaúde farão uma assembleia também na segunda-feira, 13, já com indicativo de greve. Isso se a proposta que deve ser apresentada nesta sexta-feira, 10, em uma reunião com uma comissão de representantes de cada categoria na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag) não agradar.

De acordo com o presidente do sindicato, José Menezes, a categoria reivindica, ainda, que com os servidores das Fundações seja estabelecido um acordo coletivo. “Se o que ficar acertado não for satisfatório, vamos partir para o dissídio coletivo”, alertou.

Sintrase

O presidente Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Sergipe (Sintrase), classificou a declaração do governador Marcelo Déda na segunda-feira, 6, de que ainda há 25 mil servidores ‘ganhando mal’, como promissora, mas diz que se o secretário de Educação Belivaldo Chagas não abrir negociação com a categoria, os mais de mil servidores lotados no órgão entrarão em greve.

A decisão pode ser tomada ainda nesta quinta-feira, 9, em um ato na sede da secretaria, previsto para começar às 9h. O presidente do Sintrase diz que além do reajuste salarial a categoria reivindica um plano de carreira para os funcionários das escolas.

Os representantes do Sindicato do Fisco do Estado de Sergipe (Sindifisco) estavam em assembleia e não atenderam às ligações do Portal Infonet. O presidente do Sindicato dos Agentes de Medidas Socioeducativas também não foi encontrado pela reportagem.

Por Diógenes de Souza

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