Casal é sequestrado em Aracaju

Casal registra BO na Plantonista (Foto: Arquivo Infonet)

O casal Felipe Caldas Teles e a namorada Valdete Kaliane da Silva foi sequestrado na noite desta terça-feira, 26, e só foram libertados na madrugada desta quarta-feira, 27. Por cerca de duas horas, o casal ficou sob o domínio de cinco homens, que cumpriram a promessa de não machucá-lo. Ao casal, os sequestradores informaram que o interesse do grupo era utilizar o carro de Kaliane para assassinar alguém. Mas o casal não soube informar se o crime foi efetivamente cometido.

Felipe e Kaliene estavam em casa, saíram para comprar um lanche e optaram por parar o veículo em frente ao Clube de Engenharia, para conversar, acreditando se tratar de local tranquilo. Eles observaram que três homens se aproximavam, mas não deram importância devido à aparência deles. Estavam bem vestidos e não demonstravam sinal de pessoas criminosas. Um deles apontou a arma e orientou os dois a passarem para o banco traseiro do veículo, que é de propriedade de Kaliene, orientado-os a ficarem tranquilos porque, repetiam,- o interesse seria usar o carro para assassinar um desafeto.

Um dos três homens se apoderou da direção, o casal foi acomodado no banco traseiro e o grupo saiu em direção ao bairro Santa Maria. Lá, havia dois comparsas dos sequestradores, aguardando em um Corsa. O casal foi transferido para este outro veículo e permaneceu no Santa Maria por algum período. Posteriormente, os dois homens que o custodiavam cobriram os rostos das vítimas com panos e tomaram destino ignorado.

Momentos depois, os comparsas se encontraram e as vítimas foram abandonadas, já no Parque São José, no município de Nossa Senhora do Socorro. As chaves, o veículo e respectivos documentos do automóvel foram devolvidos. O carro estava sem combustível e praticamente depenado. Os sequestradores levaram conjunto de chave de rodas, pneu de socorro, tapetes, toca CD, protetor de carter, além dos documentos pessoais de Kaliane, R$ 140,00 e os aparelhos de telefonia móvel de ambos.

Sorte

No primeiro momento, os dois não sabiam onde estavam. Utilizaram um orelhão que encontraram nas proximidades e Felipe conseguiu se comunicar com os pais, fazendo ligação a cobrar para um celular. Os pais acionaram o  Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp), repassaram o número do orelhão utilizado por Felipe para contatar os pais e encontraram dificuldade no atendimento, segundo denuncia o pai do rapaz, identificado apenas como Marcos.

“Queremos agradecer à equipe da Rádio Patrulha que conseguiu trazer o  nosso filho e nossa nora para o nosso convívio, aos amigos que demonstraram solidariedade neste momento de dor, mas temos críticas aos atendentes do Ciosp, que demonstraram total despreparo para este tipo de ocorrência”, desabafou Marcos, em conversa com o Portal Infonet. “Eles queriam que a gente informasse o local que eles estavam e ninguém sabia, nem nosso filho nem nossa nora sabiam onde estavam naquele momento e nós repassamos o número do orelhão usado por Felipe para fazer o contato conosco”, informou Marcos.

Para identificar a localidade, segundo o pai do jovem sequestrado, o casal contou com a sorte. Apesar do horário avançado – já era madrugada – algum morador teria percebido a movimentação, abriu a porta rapidamente e teria informado: “vocês estão no Parque São José, em Nossa Senhora do Socorro”. A partir desta pista, os policiais da Rádio Patrulha desencadearam operação de busca e os localizaram numa pista sem asfalto naquele núcleo habitacional.

Felipe ainda percorreu duas delegacias de Polícia para prestar queixa. No primeiro momento no Bugio e, posteriormente, na Delegacia Plantonista, onde foi registrado Boletim de Ocorrência. Os jovens só teriam chegado em casa, segundo informou os pais de Felipe, por volta das 4h da madrugada, exaustos e com medo.

Os policiais já possuem pistas dos sequestradores. Pelas características do crime, a Polícia acredita que o sequestro teria sido cometido por detentos que, supostamente, teriam fugido da penitenciária há cerca de três semanas. Mas esta informação ainda está sob investigação.

Por Cássia Santana