Grupo de sergipanos é detido e extraditado da Espanha

O grupo foi detido pelo serviço de imigração ainda no aeroporto (Foto: Arquivo Portal Infonet)

Um grupo de sergipanos que foi barrado e extraditado da Espanha chegou na madrugada de hoje, 4, em Aracaju. Três estudantes adolescentes e um professor viajaram para um período de 15 dias na cidade de Saragoça, onde além de passear os jovens iriam passar por um período de treinamento de basquete. Mas os planos do grupo foram impedidos pelo serviço de imigração da Espanha. Humilhados e constrangidos, o pai de um dos adolescentes conta o sentimento de frustração que o grupo passou.

Luiz Carlos Santos, pai de um dos garotos que foi barrado no país europeu conta que os planos da viagem começaram com a chegada de um espanhol de pré-nome Fernando que veio passar férias em Aracaju. Ele é casado com uma sergipana e trouxe os dois filhos do casal, jogadores de basquete no país em que vivem. Em Sergipe, os filhos do espanhol fizeram alguns treinamentos com os garotos sergipanos e o vínculo de amizade foi formado.

O convite para que os adolescentes fossem passar férias na Espanha foi imediato. As famílias entraram em contato umas com as outras e a viagem foi acertada. Com os garotos viajou um professor de nome Rogério, responsável pelo treinamento.

“Enviamos uma carta timbrada com todos os dados dos meninos e de Rogério: nomes completos, números dos passaportes e o endereço onde ficariam lá na Espanha. Fernando levou o documento à polícia de Saragoça, cidade em que ficariam, para saber quais os documentos que eles necessários para entrar na Espanha e a informação passada foi que como eles são brasileiros e só iam passar 15 dias, não precisavam de visto”, relata o pai de um dos garotos.

Em vista disso o grupo embarcou rumo à Europa, mas ao desembarcar na Espanha ficou retido no aeroporto. As famílias foram avisadas do ocorrido pela esposa de Fernando, já que o grupo ficou incomunicável. “Eles ficaram numa sala sem documentos e nem os pertences. A comida era ruim e o banho controlado, eles se sentiram muito humilhados”, continua Luiz Carlos.

As famílias dos meninos e do professor entraram em contato com a embaixada brasileira na Espanha, que comunicou que nada poderia ser feito. Em busca de uma solução o apelo foi dirigido ao consulado, que entrou em contato com o serviço de imigração espanhol, mas nada foi resolvido. “Foram 48 horas que eles ficaram detidos. A sala em que eles ficaram não tinha grades, mas não há dúvidas de que era uma cela”, lamenta o pai.

Sonho frustrado

O grupo de sergipanos foi colocado em um avião de volta para o Brasil. Seguindo os procedimentos legais, o serviço de imigração espanhol entregou os passaportes ao comandante do vôo e ao chegar no Brasil, na cidade de Salvador, o grupo e toda a documentação foram encaminhados à Polícia Federal, onde prestaram esclarecimentos.

Na tentativa de voltar para Aracaju o grupo buscou algum vôo que viesse para a capital sergipana, mas as passagens custariam em média R$ 400 por pessoa. Uma agente de viagem indicou que os sergipanos fretassem um táxi para Aracaju, prática comum entre sergipanos e dessa forma o grupo conseguiu chegar por volta das 5h de hoje, já as bagagens serão enviadas em outro vôo, sem previsões de partida e nem chegada.

Revolta das famílias

Os familiares dos garotos e do professor sentem-se revoltados. Eles estudam a possibilidade de juntos, pedirem ressarcimentos na justiça junto à companhia aérea além do seguro pago pela viagem. O grupo também pretende enviar um documento ao Ministério das Relações Exteriores relatando a falta de ação do consulado e da embaixada do Brasil na Espanha, mas para Luiz Carlos o maior prejuízo não poderá ser ressarcido. “Os meninos estão frustrados, foram muitos planos e expectativas. Eles não pedem visto e depois agem dessa forma, é incompreensível”, finaliza.

Por Caio Guimarães e Kátia Susanna