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Policial Militar chega escoltado ao Fórum de Sergipe |
Em audiência realizada na manhã desta quinta-feira, 26, o eletricista José de Jesus Alves inocentou o policial militar Jonas Kilderis de Oliveira Lima da acusação de assassinato. O PM figura como réu em processo que tramita na 5ª Vara Criminal pelo assassinato de Wesley Rodrigues Santos, conhecido como Guaiamum, e por tentativa de homicídio contra José Carlos Menezes, o Pepeu, que estava com a vítima fatal e saiu ferido.
O crime aconteceu na noite do dia 4 de dezembro de 2007, na rua M, no Conjunto Pau Ferro, na Jetimana, em Aracaju. Na visão do promotor de justiça Rogério Ferreira, a testemunha deve responder por falso testemunho. O promotor explica que em depoimento prestado anteriormente, também em juízo, o eletricista revelou que acreditava que o homem apontado como executor dos tiros que mataram Wesley e feriram José Carlos seria realmente o PM Jonas Kilderis.
Em decorrência da contradição nos depoimentos, a juíza Olga Silva Barreto o advertiu, mas o eletricista permaneceu coeso assegurando que o homem que ele avistara fugir em uma motocicleta e que teria sido apontado como autor do crime teria características bem diferentes do réu. “Respondo (ao processo por falso testemunho)”, reagiu o eletricista, em conversa com o Portal Infonet. “Eu nunca afirmei dizendo que seria ele. Falei que a pessoa que estava na moto no dia do crime não tem nada a ver com esse que está aí”, complementou o eletricista, numa referência ao assassino e ao PM em questão.
O promotor de justiça Rogério Ferreira entendeu a reação do eletricista na audiência desta quinta, 26, como falso testemunho e solicitará à Secretaria de Estado da Segurança Pública a instauração de procedimento administrativo para a apuração da possível prática do crime de falso testemunho, previsto no art. 342 do Código Penal. “Como se trata de crime de menor potencial ofensivo, com pena que varia entre um ano e quatro meses a quatro anos de reclusão, será feito termo circunstanciado pelo crime de falso testemunho”, explicou o promotor.
A advogada Simone Correia, que defende o réu, não tem dúvida da inocência do cliente. Ela revela que nos autos não há provas que configurem a participação do PM Jonas Kilderis naquele assassinato e solicitou à juíza Olga Barreto a revogação da prisão. Kilderis foi preso há cerca de 55 dias no Estado de Alagoas, acusado de envolvimento em assalto ocorrido na cidade alagoana de Igreja Nova e teve prisão preventiva decretada pela juíza Olga Barreto pelo assassinato de Wesley.
A advogada Simone Correia garante que, no Estado de Alagoas, o cliente responde a processo por porte ilegal de arma. “Meu cliente estava, com um amigo, com o carro parado em um posto de combustível dormindo quando a Polícia Rodoviária Federal fez a abordagem e encontrou a arma, que ele, erroneamente, comprou”, diz a advogada. “Meu cliente foi infantil”, conceitua a advogada.
Jonas Kilderis chegou escoltado ao Fórum Gumersindo Bessa na manhã desta quinta-feira, 29, e, como a juíza não se pronunciou quanto ao pedido de revogação da prisão feita pela defesa, ele retornou ao presídio de São Sebastião, onde permanecerá preso à disposição do Poder Judiciário dos Estados de Sergipe e de Alagoas.
Alegações Finais
Com a oitiva de três testemunhas na audiência desta quinta-feira, 26, o processo contra o policial Jonas Kilderis entrou para a fase das alegações finais. Nesta fase, o Ministério Público se manifestará com a possibilidade pela pronúncia do réu, considerando-o culpado pelo crime, ou pela impronúncia, rumo à absolvição.
É um crime de difícil elucidação uma vez que a testemunha chave, que seria José Carlos, o Pepeu, que foi ferido naquele assassinato, não foi localizado. O promotor Rogério Ferreira diz que Pepeu foi procurado e intimado em outras oportunidades, mas nunca compareceu para prestar depoimento. Pepeu seria a testemunha chave para desvendar o crime. Na época, segundo depoimento do eletricista José de Jesus, ele teria chamado a mãe e identificado o criminoso, antes dele fugir em uma motocicleta.
O promotor revela também que, neste momento, não poderia antecipar conceito a respeito do processo, nesta fase de alegações finais, uma vez que há outros depoimentos no processo que precisam ser analisados. Depois da manifestação do Ministério Público, a juíza Olga Barreto decidirá se o réu irá a júri popular ou não. A juíza não permitiu a produção de imagens na sala de audiência.
Por Cássia Santana