Verão: pais devem manter atenção redobrada às crianças

Cuidado deve ser redobrado para garantir diversão na praia (Foto: Arquivo Portal Infonet)

Durante o Verão, a praia é destino certo para quem deseja curtir momentos de descanso e diversão. E para evitar surpresas na hora de levar as crianças para o passeio, a atenção de pais e responsáveis deve ser redobrada. Segundo dados do Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros (Gmar), o número de crianças perdidas e de afogamentos infantis registra grande aumento nesta época do ano, e a maioria dessas ocorrências te relação com a distração dos acompanhantes.

Rui Silva, coordenador da ONG SOS Anjos sem Fronteiras, explica que a iniciativa surgiu após uma experiência pessoal. “Em 2002, meu filho Lucas, então com dois anos, se perdeu na praia da Enseada em Guarujá, São Paulo”, conta. Após o incidente, Rui criou a ONG para ajudar famílias que passaram pela mesma situação. “Após observar o desespero de mães e crianças decidi criar a SOS Anjos em 2006. Com uma bandeira a sete metros de altura fixei um ponto de encontro para chamar a atenção a distância, e logo no primeiro dia encontramos quinze crianças”, lembra.

O coordenador detalha o sistema de funcionamento para resgate de crianças perdidas, que em janeiro deste ano já chegou à marca de 1040 crianças devolvidas aos pais. “Temos em nosso site um formulário onde de qualquer lugar do Brasil a pessoa solicita um kit composto por dez etiquetas para roupas, dez adesivos para objetos e a pulseira bate-enrola durável. O código contido no kit nunca expira, e ao ser digitado no site ou no celular dispara avisos por SMS e email para os pais e responsáveis, que realizaram o cadastro prévio na internet”, diz.

Tenente Messias: acessórios de identificação ajudam no trabalho dos bombeiros

De acordo com o tenente Messias, do Gmar, os acessórios de identificação são uma ferramenta de grande utilidade contra possíveis casos de afogamento e crianças perdidas. “Esse tipo de objeto facilita bastante o trabalho dos bombeiros e da polícia, já que em geral as crianças não sabem informar números de contato e localização. E mesmo as crianças menores, que detém essas informações, não conseguem dar explicações depois da experiência traumática”, relata.

No período de verão e férias, o Gmar intensifica seu trabalho reforçando o número de agentes nas praias. Em dias de semana, quatro duplas são responsáveis por fazer a segurança na costa da capital. Nos finais de semana, o número varia entre oito e dez duplas. A faixa coberta pelo Gmar em Aracaju se inicia na praia dos Artistas, no bairro Coroa do Meio, até uma extensão de 3km. A cobertura total, entretanto, se expande por 20 km de litoral.

O tenente Messias destaca os pontos de maior incidência de afogamentos em Aracaju, nos quais o Gmar foca sua assistência: o local conhecido como Banho Doce, a área em frente à parte final da Passarela do Caranguejo, o espaço demarcado pelos Arcos e a praia dos Artistas. “Esses locais apresentam maior concentração de turistas e valões de correnteza, o que aumenta a possibilidade de afogamento. Por isso, tais locais são sempre sinalizados com bandeiras e o trabalho de conscientização dos bombeiros é intensivo”, afirma.

Precauções

Ponto demarcado pelos Arcos da Orla é local de valões e correnteza

Caso perca de vista sua criança, a primeira atitude deve ser entrar em contato com os agentes distribuídos pela praia, ou mesmo com a Polícia Militar. “Pedir informações a banhistas só aumenta a imprecisão e a angústia. Outra dica é perguntar ao pessoal que frequenta a praia diariamente, como surfistas e comerciantes de barraca, que conhecem melhor o local”, informa o tenente Messias.

Se não houver nenhum salva-vidas ou policial por perto, a criança perdida deve ser encaminhada à sede do Gmar ou do batalhão de polícia mais próximo. Em última instância, caso nenhum responsável apareça, a criança é destinada ao Conselho Tutelar. “Para entrar em contato conosco, o 190 e o 193 são os melhores canais”, destaca.

Em afogamentos, o Gmar indica a procura de auxílio profissional como medida imperativa. “Se seu filho estiver se afogando, não é indicado tentar salvá-lo sozinho, de imediato. Tivemos diversos casos em que pais e familiares se afogaram ao tentar salvar crianças. Em um deles, um pai morreu ao se jogar ao mar para salvar filhos e esposa”, conta.

Outra dica é a utilização de pontos de referências fixos. “Sempre se localize por meio de uma barraca de praia ou farol, e nunca por um carrinho de picolés”, exemplifica o tenente Messias. A utilização de boias para crianças não é recomendada, uma vez que passa a falsa sensação de segurança. “Com a boia, a criança e o próprio pai se investe de uma confiança que na verdade não existe. Por ser frágil, a boia pode escorregar ou mesmo furar. O certo é utilizar coletes salva-vidas, prestando atenção às indicações de peso e idade”, diz.

Confira dicas do Gmar para evitar ocorrências durante visitas a praia.

Por Nayara Arêdes e Aldaci de Souza

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