Mulher ao volante e a quebra de preconceitos

Maria Moura conta que é respeitada na profissão (Fotos: Portal Infonet)

Já foi o tempo em que as mulheres somente tricotavam ou ficavam em casa a espera do marido. Com o passar do tempo, a mulher conquistou sua independência e ocupou espaços e profissões que antes eram predominantemente masculinas como dirigir.

Apesar de ainda ser minoria no trânsito, é possível ver mulheres que optaram por escolher ser motorista de carro ou caminhão. Mas apesar de todas as conquistas vividas, há quem diga, de foma preconceituosa, que mulher ao volante é um perigo constante.

Taxista há dois anos, a baiana residente em Sergipe, Mônica Maria Moura contesta a afirmação de que mulher e o volante não combinam. “Eu tenho um pessoal que eu pego e adoram andar comigo porque se sentem seguros. Acham que eu sou uma pessoa segura e que dirijo bem, também já dirijo a mais de 25 anos, sou acostumada a pegar estrada e isso já facilita com relação ao táxi. É importante a gente está conquistando esses espaços que antes eram masculinos, a mulher foi galgando espaço e adquirindo o reconhecimento”, diz.

Ela conta ainda que nesses dois anos de profissão, passou apenas por uma situação constrangedora, mas afirma que soube tirar de letra. “Só tive uma situação onde eu fui pegar um pessoal na rodoviária velha e quando o cliente entrou no carro disse uma mulher, vou descer, e eu disse aproveite porque o carro está parado. Depois quando dirigi o carro, um dos rapazes disse que eu dirigia dez mil vezes melhor que ele. Só foi essa situação que passei, no mais, em determinados endereços o pessoal até elogia e dizem que deveria ter mais mulheres nessa profissão”, conta.

Vença o preconceito

O motorista Eriberto Farias Oliveira, conhecido como Beto Taxista, alerta que o problema está no momento em que as mulheres pegam o carro esporadicamente. “A maioria das mulheres só aprende a dirigir para ir levar o menino na escola e se não tem prática fica difícil. Dirigir é experiência. O problema é que a mulher é medrosa, ela sabe dirigir, mas tem medo. Qualquer coisa que fale de mulher é importante. O dia da mulher é importante porque não seriamos nada sem ela”.

Eriberto Farias diz que a mulher é medrosa ao volante

Cuidado no trânsito

Dados da Superintendência Municipal de Trânsito (SMTT) apontam que em 2013, as quatro infrações mais recorrentes no trânsito foram dirigir sem cinto de segurança com 15,64%; uso do aparelho celular com 15,25%; estacionar em local proibido com 12,08% e 10,62% avanço no sinal vermelho e 46,50% outras infrações.

Segundo o assessor de comunicação da SMTT, Flávio Vasconcelos, do total de infrações acima, 85% foram cometidos por homens e 15% por mulheres. “Mesmo tendo menos mulheres dirigindo, não justifica esse número alto de homens cometendo infrações. Mas a mulher dirige com mais prudência e o próprio extinto de segurança faz ela ser mais comedida e ter cautela no trânsito e aí ela leva isso para o trânsito”, afirma.

Mais incentivo

Mônica Maria Moura ainda acrescenta que sempre houve o reconhecimento dos colegas de profissão. “Comigo os colegas são sempre atenciosos, me tratam bem, sou bem tratada e tem consideração comigo. Mas acho que falta mais incentivo, pois tem gente que tem vontade de virar motorista, mas teme o preconceito. Não enfrentei o preconceito e se quiser vir às portas estão abertas”, convida.

Mônica Maria conta que uma das habilidades das mulheres é que elas são mais cuidadosas com o carro. “Temos mais cuidado com a limpeza, até por conta da cobrança, porque a gente por ser mulher tem que está com o carro mais limpo, pois já pensou você com o carro sujo, vai dizer se o carro é sujo imagine a casa”, brinca.

Por Aisla Vasconcelos

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